AMERICA LATINA, Conselho Círculo de Schoenstattianos Latino-Americano em Política e Serviço Público •
Os schoenstattianos latino-americanos em política e serviço público convocam para um encontro virtual na próxima segunda-feira, 7 de dezembro, sobre o tema: “A boa política na encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco”. —
Depois do Schoenstattianos latino-americanos no serviço público em 21 de setembro de 2020, este será o segundo encontro. Já foi formada uma comunidade de schoenstattianos em Política e Serviço Público.
Na segunda-feira, dia 7, o Padre Carlos Cox D., membro dos Padres de Schoenstatt há quase 40 anos, fará uma exposição. Como estudante de engenharia na Universidade Católica do Chile, teve participação político partidária ativa. Estudou teologia na Universidade de Münster, Alemanha. Foi Assessor Nacional da Juventude Masculina de Schoenstatt do Chile, fundador de Schoenstatt em Cuba e assessor do Movimento de Schoenstatt no México (1987-1997). Foi reitor do Santuário Nacional da Virgem de Carmen (Maipú, Chile) por quase 15 anos.
Carolina Dell’Oro Crespo e Hugo Cáceres serão os responsáveis pelos ecos e complementos da exposição. Carolina é filósofa formada pela Pontifícia Universidade Católica do Chile, especialista em ética. Formada pelo Programa de Alta Direção de Empresas (PADE) e pela ESE Business School, assessora empresas nacionais e multinacionais em seus planejamentos estratégicos e leciona na Universidade Católica e na Universidade de Los Andes. Deu cursos de pós-graduação em antropologia, família e sociedade e ética e é uma das 100 mulheres líderes do Chile (distinguida cinco vezes pelo jornal El Mercurio).
Hugo Cáceres é ministro da Presidência do Paraguai e pertence ao Ramo da Famílias de Schoenstatt.
Fratelli Tutti: A política “é uma vocação altíssima, é uma das formas mais preciosas de caridade, porque busca o bem comum”.
Você sabe ouvir o Senhor que chama, que veio visitá-lo hoje, que chama em seu coração com uma inquietação, com uma ideia, com uma inspiração? “perguntou Francisco no Angelus do primeiro domingo do Advento.
Ao ler a Fratelli Tutti, fica claro que Francisco ouve o Senhor batendo no coração com uma inquietação, com as vozes do tempo e das almas. São vozes que se expressam na pandemia com seus mortos, seus doentes, seus médicos e enfermeiras no limite, que se expressam em falsas notícias que querem semear ódio, em comentários e atos de ódio racial, de gênero, nacional ou simplesmente em relação ao diferente.
Assim como a encíclica anterior, Laudato si’, esta também é de doutrina social e assume o título de uma expressão de São Francisco de Assis, no qual se inspira. Parte da Declaração de Abu Dhabi (“Documento sobre a Fraternidade Humana, Paz Mundial e Convivência Comum”), que o Papa assinou no ano passado junto com o Grande Imã Ahmad Al Tayyeb e também leva em consideração a pandemia da Covid-19, a qual foi declarada quando Francis estava redigindo o texto.
O Papa assinala que na Fratelli tutti propõe mais uma vez ideias já expressadas várias vezes, mas que agora são colocadas em um contexto mais amplo. Considera os nacionalismos fechados, a rejeição aos imigrantes, o individualismo, a polarização, as guerras… Mas na pandemia as energias das pessoas para o bem também se manifestaram de forma extraordinária, em vários comportamentos solidários e heroicos (no. 54). Portanto, seria um engano render-se e pensar que não há remédio (nº 75), pois temos motivos para termos esperança (nº 77).
O Capítulo III (“Pensar e gerar um mundo aberto”) destaca o que a fraternidade contribui para a liberdade e a igualdade. Sem fraternidade, que leva à ajuda mútua e ao diálogo, “a liberdade enfraquece, resultando em mais uma condição de solidão, de pura autonomia” (n. 103). “A igualdade também não é alcançada definindo de forma abstrata que ‘todos os seres humanos são iguais’, mas sim é o resultado do cultivo consciente e pedagógico da fraternidade” (n. 104).
Diante da má reputação da política, o que fazer?
Francisco está consciente da má reputação que a política tem em muitos países e insiste em um chamado para reabilitá-la, porque “é uma vocação altíssima, é uma das formas mais preciosas de caridade, porque busca o bem comum” (n. 180). “A política é mais nobre que a aparência, mais nobre que o marketing, que as mais diversas formas de maquiagem midiática” (no. 197). “O político é alguém que faz, um construtor com grandes objetivos, com uma visão ampla, realista e pragmática, além de seu próprio país” (n. 188).
Para Francisco, a política é operativa: “É caridade acompanhar uma pessoa que sofre e é também caridade tudo o que é feito, mesmo sem ter contato direto com essa pessoa, para modificar as condições sociais que causam seu sofrimento“. (…) Se alguém ajuda outra pessoa com alimentos, o político cria uma fonte de trabalho para ele e exerce uma forma altíssima de caridade que enobrece sua ação política” (n. 186).
A política é um trabalho generoso e paciente, voltado mais para objetivos elevados do que para resultados imediatos. “Os grandes objetivos sonhados nas estratégias são parcialmente alcançados” (n. 195). O governante mostra “grande nobreza” quando é “capaz de desencadear processos cujos frutos serão colhidos por outros, com a esperança posta nas forças secretas do bem que se semeia” (n. 196).
Convidamos você a ler Fratelli Tutti.
Original: Espanhol (29/11/2020). Tradução: Luciana Rosas, Curitiba, Brasil