Posted On 2018-06-26 In Schoenstatt em saída, Schoenstatteanos

O Pe. Kentenich inspirou-me a semear valores na aula

PARAGUAI, Blanca Lila Gómez de Gamarra, docente •

A escola converteu-se realmente nestes anos na minha segunda casa e pus o meu maior empenho para que os meus alunos sintam em mim o acolhimento de uma mãe e as minhas colegas docentes uma irmã: oferecer família como nos ensinou o Pe. Kentenich.—

Sou a professora Blanca Lila Gómez de Gamarra, docente de educação escolar básica da Escola Silvio Pettirossi da cidade de Luque. Ainda me custa a crer que há já 21 anos me apresentei aos meus primeiros alunos, esses mesmos alunos que hoje em dia já são profissionais.

O legado do Pe. José Kentenich inspirou-me a semear na aula valores e não só os conteúdos do programa que me cabe desenvolver. Busco permanentemente irradiar nos meus alunos o amor e a fé, a importância da família e do respeito. Como professora de escola pública, pude partilhar com as crianças historias e realidades diferentes, nas quais me coube ser -mais de uma vez- como uma mãe, tendo a nossa Rainha e Mãe de Schoenstatt no coração.

Dediquei estes anos da minha vida a aprender e a ensinar com amor e alegria, para converter-me como professora em instrumento da Mater, poder levar o Evangelho e dar a conhecer na escola o grande amor que ela nos tem, com firmeza e ternura, ensinando para a vida. Nesta tarefa foi para mim especialmente valioso tudo o que o meu esposo Carlos e eu aprendemos nestes 16 anos de pertença ao Ramo Familiar, aprendizagens tão ricas que não só te ajudam na vida matrimonial, familiar ou de grupo, mas na própria vida.

A recompensa é um aluno realizado

Há uns anos fiquei surpreendida ao receber uma mensagem de um dos meus alunos que nesse momento vivia em Espanha. Não uso a expressão “ex” porque cada um deles continua a ser meu aluno apesar dos anos que passam. Ele era uma criança que tinha um vida difícil: era órfão de pai e a sua mãe – como tantas trabalhadoras paraguaias – tinha ido para Espanha em busca de oportunidades- Apesar da sua avó cuidar dele, eu pude sentir a sua carência e mimava-o muito, sabendo que sofria. Na sua mensagem dizia: “Prof. tu foste uma pessoa que marcou a minha vida, agradeço-te muito e tenho muito carinho por ti e, sobretudo, gratidão”. Uma simples mas profunda mensagem que me emocionou até às lágrimas, o que não é difícil em mim porque sou muito sensível.

O meu pai – que agora tem 84 anos – surpreendeu-se também há uns dias porque enquanto atravessávamos a rua para ir ao banco um aluno gritou: “Prof. Blanca, ouvi a tua voz!”, abraçou-me e disse “não mudaste nada…” Os nossos olhos encheram-se de lágrimas e apresentou-me à sua mulher e ao seu filho. Então o meu pai olhou-me e disse-me “Como  bonito que reconheçam o teu trabalho”. Realmente é o melhor que posso receber: uma saudação, vê-los já crescidos com uma família formada. É a melhor recompensa.

Uma família entregue à Mater

Continuarei a fazer a minha parte para que a Mater guie os meus passos e acolha os meus alunos e a minha família: à pequena Valeria que está no 4º ano, à Nathalia, que já é uma odontóloga e a José Carlos que é o mais velho e está a um passo de formar o seu próprio lar. Somos uma família entregue a ela, nossa Rainha. Somos seus instrumentos e no seu plano estava que, para além de ser professora, pudesse ensinar que através dela chegamos ao seu filho Jesus, e que o amor que podemos receber faz-se presente em cada dia e manifesta-se nas nossas vidas; que possa continuar crescendo sob o seu olhar e continue a ser um instrumento seu. Dou graças a Deus e à Mater por poder dar um pouquinho de mim, para que se possa cumprir o sonho do Pe. Kentenich e um dia ser a nação de Deus no coração da América.

Original: espanhol. 23-06-2018. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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