Posted On 2015-09-29 In Schoenstatt em saída

Jovens de Itália e Paraguai pelo Caminho de Santiago

ITÁLIA, Jorge Ortiz – Missão Roma

“Já sabe que apenas cheguemos a Compostela serão perdoados todos nossos pecados, inclusive aqueles que sequer conhecemos. (…) Pois ao final de nossa viagem veremos a nós mesmos como crianças recém nascidas. Veremos o invisível”.

O que é o caminho?

11056564_1011447182207835_2171021798946306296_nDurante mais de mil anos, o Caminho de Santiago tem conduzido os peregrinos até o santuário de um apóstolo do Cristianismo: Santiago o Maior. Sua tumba, descoberta uma noite do ano 813 no monte sagrado de Libredón, debaixo de uma chuva de estrelas, seria a pedra fundamental de uma prodigiosa Catedral e de uma cidade que, desde então, atrairia as pegadas dos caminhantes até tornar-se um destino com o rastro e o eco de toda Europa.

Cada vez que um peregrino se aventura pelas velhas sendas continentais do Caminho de Santiago, começa um antigo mecanismo de busca, comum ao Cristianismo: a viagem rumo a Salvação. E, com ele, recomeça a experiência profundamente humana do próprio descobrimento.

Assim como as rotas que conduzem a Santiago são muitas, múltiples são também as vias para um descobrimento mais íntimo; esse que experimentam todos os peregrinos à medida que avançam pelos caminhos dos encontros fortuitos ou da solidão, das vozes e do silêncio, da paisagem sombreada ou de planície seca, das marchas e das pausas, atrás de uma única meta: Santiago de Compostela.

Um grupo de 28 peregrinos, que incluía jovens da capelania universitária de “Roma Tre”, caminhou acompanhado por seu capelão, o P. Alfredo Pereira. Também tivemos a graça de contar com o Padre Jesús Ferras, Assessor da Juventude Masculina de Austin, Texas, e de dois de seus mais fieis integrantes: Rodrigo e Chris. Para nós, como Missionários, foi uma grande benção haver sido parte desta aventura onde caminhar torna-se cotidiano e o cotidiano torna-se mágico.

Dias prévios ao caminho pedimos aos fieis da paróquia, aos familiares e amigos, aos conhecidos e aos membros da família de Schoenstatt em geral, que nos fizessem chegar suas intenções, para oferecê-las na tumba do santo. O peregrino recebe a intenção, a faz sua e caminha com e por ela. Com este espírito caminhamos durante seis dias pelas sendas do norte de Portugal com as setas amarelas que guiavam nossos passos e nos indicava nosso horizonte: a catedral do Apóstolo Santiago.

A peregrinação iniciou com a missa presidida pelo P. Alfredo; ele nos motivou a colocar Jesus no centro, a que uma peregrinação começa com Ele e que o importante não é quanto colocamos na mochila nem tampouco o que levamos nela, o importante é o que levamos no coração, as intenções de cada um e a dos demais.

Encontrar-se a si mesmo

11825997_10153447684361772_360123189813907591_nO caminho de Santiago tem, para muitas pessoas, algo de místico; não em vão sua origem é religiosa: o culto ao apóstolo Santiago, os ritos que o caminhante realiza quando chega a seu destino, como rezar em frente ao sepulcro, abraçar a estátua do santo, participar na missa do peregrino, entre outros. De qualquer maneira, nós nos lançamos a realizar o caminho movidos não apenas e precisamente por devoção ao santo, mas também por uma espiritualidade que se manifesta na necessidade de saber, conhecer e encontrar-se mais consigo mesmo, de encontrar respostas as perguntas e de achar essa paz interior que Deus nos dá no caminhar, porque para muitos este percorrido desde o pequeno povoado de Tui até a bela cidade de Santiago, se converteu numa viagem interior rumo ao “eu” verdadeiro, que muitas vezes não se deixa ver a plena luz e permanece na escuridão, nesse pequeno canto da alma que nosso Padre Fundador chama Microcosmos; mas que uma vez descoberto, nos permite reconhecê-lo, aceitá-lo e finalmente abraçá-lo, com suas luzes e suas sombras.

Conhecer pessoas distintas

Nessa travessia vivemos momentos únicos com peregrinos de todas as idades, provenientes de diversas partes do mundo, nos albergues, nas trilhas ou na estrada. Assim também cada um pode fazer novos amigos.

Nesse peregrinar foi claro que percorrer o Caminho de Santiago é uma experiência gratificante. Fazê-lo como grupo, compartilhar dores, experiências, caminhar com Maria e, principalmente, encontrar-nos com Jesus na eucaristia.

Original: Espanhol. Tradução: Lena Ortiz, Ciudad del Este, Paraguay

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