Posted On 2014-06-29 In Schoenstatt em saída

“Lar para todos os alunos, desde aqueles que precisam de ajuda, até os mais dotados”

ALEMANHA, Renate Immler. O prefeito de Kemten, Thomas Kiechle, que estava no cargo há apenas 17 dias e, naturalmente, muito ocupado com tantas tarefas, com certeza veio. Veio para plantar uma árvore no colégio, porque ele já tinha apoiado o Colégio José Kentenich em Kempten-Leubas, desde que era membro do conselho municipal. Quando entrou no colégio José Kentenich, ficou surpreendido. A palestra de boas-vindas, diante de cerca de 100 convidados, não foi dada pelo diretor, mas sim por três alunos do quarto ano. Entretiveram os convidados de forma divertida e com superioridade e receberam muitos aplausos.

Que em nenhum lugar se tenha dispensado uma acolhida tão simpática, disse o prefeito Kiechle. E agradeceu ao Colégio José Kentenich por ter conseguido a promoção individual, desejando que seja um lar para todos, desde aqueles que precisam de ajuda, até os mais dotados. Reforçou que essa era a força desse colégio, e que para ele isso é um sinal de qualidade. Reafirmou que se notava que os alunos gostam de estar ali e que se saíram muito bem.

Realçou que esse colégio nasceu de um sonho, teimosamente perseguido. Lembrou a reforma feita na escola primária de Leubas, em grande parte de forma altruísta (2012), a magnífica construção (2013) e acrescentou que com o plantio da árvore começava a última etapa: a estruturação do espaço externo do colégio (2014).

Espaço vital

Essa terceira etapa começou há poucas semanas. É um jardim natural, um espaço de vida e experiência para os alunos; mas, também, um lugar para a fauna indígena, paraíso para pássaros e plantas para mariposas, etc. De um lado, o pátio do colégio deve favorecer o relacionamento das crianças; de outro lado, possibilidade para experiências interessantes com a natureza.

Sob uma tília, projeta-se uma sala ao ar livre com 20 carteiras. Para possibilitar o exercício físico, foram instalados aparelhos para escalada, uma quadra de futebol e uma cesta para basquete. O novo pátio interior do colégio foi pavimentado; ali, foi colocado um tabuleiro de xadrez gigante, que se tornou ponto de encontro para pais e crianças de todas as idades. Os trabalhos mais necessários são realizados pelos próprios pais de alunos e membros da associação de utilidade pública titular do colégio. A festa foi completada por uma montagem de Leubas, músicas e danças das crianças e um pequeno mercado infantil.

“Eu gosto de estar aqui, podemos até sentar”, disse um dos alunos do quarto ano, na saudação de boas-vindas ao prefeito. Percebia-se um pouco de nostalgia.

Um passo mais adiante

Os primeiros alunos do quarto ano tiveram que fazer um exame de admissão para continuarem em outros colégios, porque o Colégio José Kentenich – como novo colégio particular, tem um procedimento em andamento para conseguir a habilitação; a maioria foi aprovada com êxito. Continuam seu caminho agora no Instituto Carl-von-Linde e em diversos institutos do ensino médio. Um dos alunos provavelmente repetirá o quarto ano, por motivos de saúde. O Colégio José Kentenich acompanha as crianças de forma individual e cuidadosa. Enquanto os colégios do ensino médio não dão muita importância para algumas crianças, para outros se trata de um autêntico desafio; e vai acontecer de novo que algum não chegue ao instituto, como se deseja. Porém, nada lhes tirará a base que tiveram aqui em quatro anos.

Vale muito mais

“Meu filho sofreu muito na escola normal, por causa de sua caligrafia ruim; era um aluno triste”, conta uma mãe. “Apesar disso, me foi muito difícil tomar a decisão de mudá-lo para o Colégio José Kentenich. Hoje, estou muito feliz por essa decisão. Nos últimos dois anos, ele aprendeu a aceitar suas debilidades. Ao mesmo tempo, reconheceu suas capacidades e as desenvolveu. Agora, é um aluno seguro de si mesmo. Pode fazer um discurso nos eventos do colégio junto com outros alunos e gosta muito disso. É interessante ver que ele reconhece as capacidades de seus colegas. Respeita suas debilidades, quer dizer, o que para eles é difícil e, apesar delas, gosta dos colegas. Esse desenvolvimento positivo da personalidade vale muito mais do que uma aprovação…”

Voltou a ser nossa filha de antes

“L. entrou de forma não convencional e, desde as férias do carnaval, está no primeiro ano com “Frau (sra.) Bächtigers”. Nossa filha, antes motivada, socialmente integrada, com muita curiosidade e interesse, sempre tinha febre quando as aulas estavam para começar. Lamentavelmente, não conseguiu se acostumar (…) até janeiro, à normalidade da jornada escolar (barulho, muitas crianças, ambiente de agressividade no pátio). Como consequência, surgiram os problemas como medos, dores de barriga não fisiológicas, alterações no sono seguidas de frustrações e agressões. Várias pessoas (também experientes pedagogos) acompanharam a conduta triste e transtornada de L.”, conta a família K.

E continua: “Nossa expectativa de uma comunidade escolar sólida, na qual as crianças aprendam em um ambiente tranquilo, sem stress, com tarefas comparáveis, quando não superiores, quer dizer válidas para todos e amplas, foi amplamente satisfeita. A L. novamente gosta de ir ao colégio, volta feliz e de bom humor ao meio-dia, dorme bem, e voltou a ser a nossa filha. Os problemas anteriores desapareceram de repente, em duas semanas, confirmando, lamentavelmente, que o caminho convencional nem sempre é o mais sadio e o melhor para o filho único… Cada criança deve decidir, dentro do limite do possível, sua liberdade de ação e seu ritmo; com certeza, nenhuma criança é protegida ou tratada de forma especial; simplesmente é tratada de forma adaptada à sua idade e às suas necessidades. Nota-se em todos os professores o amor à sua profissão e especialmente pelas crianças; cada um vive o projeto, quer dizer, o conceito e se envolve de forma exemplar e em grande medida de forma pessoal”.

“L. se sente bem na pequena comunidade escolar, apesar de que antes não conhecia nenhuma das crianças. Não houve problemas de adaptação; os antigos amigos são os mesmos, os novos se agregam. O que mais gostamos no caso de L. é que a vemos protegida por uma relação sólida de confiança e, acima de tudo, como pais, que nossas perguntas são sempre bem recebias. L. aceita entusiasmada certas atividades, como excursões, passeios, provas; especialmente, todas as aulas de música…”

Por que precisam aguentar crianças pequenas na linha de saída de situações insanas? Por que passar por isso? Simplesmente seguir e provar algo novo…”


Original em espanhol. Tradução: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *