Posted On 2013-06-25 In Schoenstatt em saída

Confiar em Deus: um Jubileu sai à rua

ALEMANHA, mda. Um Jubileu 2016? Desde que saiu a notícia que os palotinos nos ofereceram o Santuário Original a 22 de Maio, muitos tomaram consciência de mais uma data: a 22 de maio de 1916 o Pe. Kentenich escreveu uma carta a Josef Fischer acerca da ideia de Vicente Pallotti de criar uma rede mundial de todas as iniciativas apostólicas na Igreja como pertencente aos objetivos de Schoenstatt logo nos seus dois primeiros anos. Contudo, não é este Jubileu de que falamos. A 30 de outubro de 1966, há quase 50 anos, o Pe. Kentenich selou, para muito espanto da família schoenstatteana que se encontrava presente, uma Aliança de Amor com Deus Pai no Santuário de Colónia. O Santuário de Colónia já não pertence mais a Schoenstatt. No entanto, esta Aliança e a sua missão permanecem – acredita um jovem casal. Estão preparados para sair à rua, no sentido mais literal.

Celebrar um jubileu num santuário que não nos pertence e com suspiros saudosos dos bons velhos tempos? Nem pensar! Muito menos ignorar o jubileu e não fazer nada. Diana e Lukas Schreiber, ambos membros do Movimento de Schoenstatt em Fulda, vivem já há algum tempo na arquidiocese de Colónia e descobriram a missão do Santuário de Colónia para eles: Aliança com Deus Pai. Viver em Aliança com um Deus que se mostra como Pai. Isto tem algo de confiança – e “quem tem confiança, tem tudo”. Esta frase encontra-se na sua sala de estar como frase do Pai. Daí surgiu uma ideia, um projeto: esta Aliança pertence às ruas, pertence às pessoas. Com esta Aliança pode-se peregrinar de Colónia a Schoenstatt e no caminho tocar as pessoas com esta confiança, com esta convicção de um Deus que está próximo, se interessa e confia em nós, tal como podemos confiar n’Ele.

Schoenstatt.org perguntou ao casal, membros da União das Famílias, o que está a acontecer com este projeto, quem pode participar e como está relacionado com o Jubileu 2014 e os ventos de renovação na Igreja desde a eleição do Papa Francisco.

O Movimento Internacional de Schoenstatt está-se a preparar para o Jubileu 2014 com projetos apostólicos. O vosso projeto está direcionado para 2016. Para vocês também se trata de um projeto para o Jubileu da Aliança de Amor?

Em primeiro lugar o impulso para o projeto “GOTTvertrauen” (confiar em Deus) não veio do grande Jubileu 2014 mas sim do Santuário de Colónia em si. Foi lá que o Pe. José Kentenich selou a Aliança de Amor com Deus Pai a 30 de outubro de 1966 em nome de toda a Família de Schoenstatt. É para o Jubileu deste acontecimento que preparamos o projeto “GOTTvertrauen“.

Contudo, naturalmente existe uma relação entre o grande Jubileu 2014 e o projeto “GOTTvertrauen“: 2016. Visto organicamente existe apenas uma grande Aliança de Amor. O derradeiro sentido da Aliança de Amor com a Mãe do Céu é precisamente isso: conduzir-nos cada vez mais a uma relação pessoal e vital com Deus bondoso e misericordioso. Neste sentido, a Aliança de Amor com Deus Pai é, no fundo, a finalidade de toda a espiritualidade schoenstatteana.

O centenário da Aliança de Amor a 18 de outubro de 2014 dá-nos energia adicional e conduz-nos a realizar a missão do Santuário de Colónia, a Aliança de Amor com Deus Pai, a não permitir que permaneça latente e escondida, mas a trazê-la para fora e a proclamá-la ao mundo. Estamos a contar com que as grandes celebrações internacionais em 2014 gerem uma onda de entusiasmo e fogo pela missão. Então será bom poder remeter para o futuro através do projeto “GOTTvertrauen”. Quando perguntarem em novembro de 2014 “o que é que se segue?”, a nossa resposta será: Confiar em Deus (“GOTTvertrauen”).

O Papa Francisco segue um grande tema: “A Igreja é chamada a sair de si mesma e ir para as periferias, não só geográficas, mas também existenciais”. Como é que isto os motiva para o projeto “GOTTvertrauen”?

Sentimos que aquilo que pretendemos com o projeto “GOTTvertrauen” é completamente confirmado pelo nosso Papa. Quanto a isso, ele encoraja-nos e dá-nos motivação adicional através do seu enorme incentivo a sair. Mais recentemente, no seu lindo sermão no domingo de Pentecostes, o nosso Santo Padre desafiou-nos a não nos fecharmos nos nossos grupos, mas a permitir que o Espírito Santo nos abra à missão. Queremos estar abertos para as surpresas de Deus, como refere o nosso Santo Padre, e não devemos ter medo de seguir novos caminhos pelos quais o Espírito Santo nos quer conduzir. Com o nosso projeto “GOTTvertrauen” queremos seguir novos caminhos, queremos chegar a pessoas que ainda não ouviram falar sobre a Aliança de Amor com Deus Pai. Estaremos literalmente a percorrer caminhos novos ao realizar a nossa peregrinação de Colónia a Schoenstatt e, através da planificação e preparações para este projeto, a funcionar como um fio condutor para a abertura às surpresas de Deus. Nós ainda não sabemos exatamente como o projeto se desenrolará. Com confiança filial em Deus Pai queremo-nos deixar guiar passo a passo pelo Seu plano para este projeto. Será emocionante.

O Papa Francisco deseja uma Igreja pobre, peregrina, solidária e missionária – tal como o Pe. Kentenich. Em qual destas vertentes da nova Igreja se encontra o vosso projeto?

Com o projeto “GOTTvertrauen” nós queremos concretizar algo da vertente da Igreja missionária e da Igreja peregrina por inteiro.

Já têm alguma ideia sobre a que pessoas e lugares desejam levar o projeto “GOTTvertrauen”?

Ainda não temos nenhuma ideia concreta dos lugares que queremos visitar durante a nossa peregrinação. A primeira reunião terá lugar em Maria Rast, perto de Euskirchen, a 16 de junho e convidámos todas as pessoas que se sentem atraídas pela ideia do projeto e querem participar de alguma forma. Só então os nossos planos se tornarão mais concretos. Existe um sítio que se pode considerar já como garantido, que é Gymnich. A casa onde o Pe. Kentenich nasceu fica quase no caminho entre Colónia e Schoenstatt. Gymnich não ocupa apenas um local central na biografia do nosso Fundador, como também é um lugar muito ligado à confiança em Deus.

Desconhecemos que pessoas vamos encontrar. Deixemo-nos surpreender. Mesmo assim queremos oferecer o projeto a Deus para que Ele possa alcançar muitas pessoas através dele; pessoas nas quais Deus quer despertar um anseio por um relacionamento vital com Ele enquanto seu Pai que as ama e é misericordioso. Entre essas pessoas com certeza estarão schoenstatteanos mas também esperamos que chegue a muitos cristãos que ainda não conhecem Schoenstatt. Ficaríamos particularmente felizes se este projeto fosse meio para algumas pessoas descobrirem a Fé.

“GOTTvertrauen” – um projeto apenas para pessoas de Colónia ou está aberto a todos? E a quem?

Nós esperamos que surja um grande movimento para uma maior proximidade afetuosa a Deus Pai na vida diária das pessoas. O epicentro do movimento é, sem dúvida, Colónia. Contudo, esperamos que as ondas de choque que partam de Colónia também sejam sentidas na outra ponta do mundo. A mensagem do Santuário de Colónia sobre a Aliança de Amor com Deus Pai é uma mensagem global dirigida a todos os povos porque todos são filhos amados de Deus.

O que vos fascina mais acerca da “Aliança de Amor com Deus Pai”?

Para nós, a Aliança de Amor com Deus Pai contém totalmente a mensagem do Cristianismo. Estamos convencidos: quanto mais viva, vital e íntima for a nossa relação pessoal e afetuosa com Deus Pai, mais livres, relaxados, mas também alegres, nos tornaremos. As pessoas que estão quase que espontaneamente convencidas de que Deus está sempre com eles e que nada pode acontecer nas suas vidas sem o consentimento de um Pai bondoso e misericordioso preservam o olhar radiante de uma criança até ao final das suas vidas. Elas não se tornarão nem amargas nem paralisarão de medo. A Aliança de Deus com a humanidade é o tema de toda a Bíblia. A mensagem e vida de Jesus Cristo sempre se centrou apenas no Pai e em conduzir a todos a um relacionamento vivo com o Pai. Se agora, através do Pe. Kentenich, falamos numa Aliança de Amor com Deus Pai, trata-se de um meio original para que esta relação de Aliança com o Pai cresça e influencie cada vez mais profundamente as nossas vidas pessoais.

O que vos fascinou mais na palestra do Pe. Kentenich em 1966?

A 30 de outubro de 1966 o Pe. Kentenich justificou a Aliança de Amor com Deus Pai ao dizer, entre outras coisas, que “os nossos corações anseiam por isto”. Acreditamos que esta citação contém uma grande verdade e atualidade. Nós, pessoas modernas no primeiro quarto do século XXI, estamos marcadas por uma forte pressão ao perfeccionismo, não apenas no campo profissional, mas também em todas as áreas da vida. Por detrás desta realidade está a convicção de que somos pessoalmente responsáveis pela nossa própria felicidade e destino, e, no fundo, pela nossa própria redenção. A relação com um Pai bondoso que está pessoalmente preocupado connosco enquanto pessoas e com o sucesso da nossa vida responde, na verdade, a este anseio. A Aliança de Amor com Deus Pai é uma boa nova para os nossos tempos.

Tradução: Mª Miguel V. Rocha, Aveiro, Portugal


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