Posted On 2012-04-13 In Schoenstatt em saída

Nestas Missões recebe-se bastante mais do que se dá

ESPANHA, Iván Vargas-Zúñiga Mendoza. É muito difícil expressar em palavras tantas emoções, mas posso dizer que as Missões Familiares têm vindo a proporcionar-me um sentimento de felicidade que há muito tempo não tinha. Preencheram um vazio no meu coração e o mais importante é a “marca” que deixa em toda a minha família.

 

 

 

“Dá de graça o que recebeste de graça”. Nestas Missões recebe-se bastante mais do que se dá, apesar do objetivo ser o contrário, é incrível como nos sentimos bem quando temos algo maravilhoso a oferecer e, como ficamos completos quando damos tudo.

Cada um oferece o melhor de si, aos outros

A Missão está cheia de convívio, de gestos carinhosos, de entrega, de generosidade, de paciência, de incómodos, de oração, de sacrifício, de simplicidade, de humildade, de amor… não há pretensões, nem egoísmos, nem rivalidades. Esquece-se a competitividade e tudo é benefício de todos. Cada um dá o melhor de si, aos outros, e tenta não sobrecarregar ninguém com o trabalho que não consegue realizar.

Há tempo para se abandonar e refletir sobre o que é verdadeiramente importante na vida. Questionamos todas as situações vividas e paramos para pensar por que razão, se abrem ou não as portas a que batemos, se conseguimos ter uma conversa, pormo-nos no lugar do outro e estarmos próximos das suas situações e problemas.

Tornar realidade o “Nada sem Ti, nada sem nós”

Creio que, de qualquer modo, a Missão é anunciar a Palavra de Deus, tal como Ele nos pediu. É o envio apostólico que nos dá como Graça a Mãe a partir do santuário. É tornar realidade o “Nada sem Ti, nada sem nós”.

Verificamos que a religiosidade, na sociedade, está a passar para segundo plano – como as pessoas se sentem mais infelizes por não terem onde refugiar-se. Por sua vez, sentimos como as pessoas anseiam por recuperar vivências profundas de Fé, que possam dar sentido às suas próprias circunstâncias.

Sentimos a presença do Espírito Santo, pois dizemos coisas que não tinhas previsto, ou expressamo-nos de uma forma que não é habitual. Os nossos filhos parecem anjinhos a andar pelas casas e fazem perguntas sobre detalhes mínimos que se enchem de significado, pois tocam corações. Por exemplo quando perguntam “Quem é o senhor que está na fotografia?”, “Porque puseste este quadro aqui?” etc. São os primeiros a atender o telefone ou a abrir a porta e os que ficam mais contentes que lhe abram as portas de outras casas. Levam com orgulho a Virgem Peregrina e até ficam com ciúmes de a darem aos irmãos.

Temos mais “medos” à medida que perdemos a humildade

Vivi uma semana “Santa” como nunca. Compreendi que é na humildade e na entrega que encontramos o verdadeiro Amor de Deus. É também na humildade que somos capazes de reconhecer as nossas debilidades e pecados, saber que Cristo morreu justamente para nos redimir deles, sempre que deixamos de lado o orgulho e a prepotência. Percebi isto nas casas mais humildes, onde te abrem a porta de par em par e te levam para dentro da sala onde nos sentamos a conversar, sem medos. Contudo, à medida que as pessoas têm maior poder económico e as casas são de melhor aparência, pensam mais antes de nos abrir a porta e alguns só nos atendem por telefone. Temos mais “medos” à medida que perdemos a humildade.

Vínculos

Que dizer dos vínculos que se criam quando se vive de uma forma íntima, debaixo do mesmo teto, durante vários dias? São laços maravilhosos e duradouros, partilha-se não só a pessoa mas também o coração. Rezamos individualmente e em comunidade, nos dois casos não se reza por si mesmo, mas pelos outros.

Por último quero dizer que a troca de umas férias pela Missão, foi a melhor coisa que fiz pela minha família e por mim próprio.

Obrigado a todos e a cada um dos Missionários (crianças e adultos), pelo vosso acolhimento a toda a minha família e por me permitirem ser mais um de vós e obrigado também a todas as pessoas que nos abriram as suas casas e deixaram que chegássemos até eles. “O Reino de Deus está no meio de vós”

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Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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