Carlos Cox Diaz

Posted On 2018-11-12 In Santuário Original

Um lugar que recolha a riqueza da Pastoral da rede de Santuários de Schoenstatt

Entrevista ao Pe. Carlos Cox Díaz, novo Reitor do Santuário Original •

Com a experiência adquirida em Maipú, o Santuário Nacional do Chile e, também, nos dez anos que esteve no México, o Pe. Carlos Cox Díaz encarregar-se-á do Santuário Original nos princípios de 2019. Em vésperas do 18 de Outubro falámos com ele sobre as suas expectativas, experiências e propostas. —

Santuário Original, 14.10.2018

Pe. Carlos: foi conhecida há pouco tempo a sua nomeação como novo Reitor do Santuário Original. A reacção na Família de Schoenstatt foi de grande entusiasmo e de grandes expectativas.

1. Qual foi a sua primeira reacção à nomeação?

Alegria pela confiança de muitos para esta nomeação e pelas perspectivas deste desafio.

2. Fala-se muito de Santuários, especialmente no contexto da fé popular. Na perspectiva eclesial o que é um Santuário?

No catecismo clássico dizia-se: Onde está Deus? E respondia-se: “No Céu, na Terra e em todo o lado”; sendo isto verdade, os Santuários são um lugar onde há uma maior densidade da presença de Deus, através de um acontecimento que presenteia a sua originalidade a cada Santuário.

3. É o nosso Santuário Original, um Santuário? Que tem de Santuário no sentido eclesial e o que ainda lhe falta?

Um Santuário define-se por ser “uma igreja ou outro lugar sagrado ao qual, por uma razão peculiar de piedade, acorrem, em peregrinação, inúmeros fieis, com aprovação do ordinário do lugar”. (Código do Direito Canónico #1230).

Há Santuários que nascem por uma aparição – são em menor número – outros crescem por uma devoção, especialmente unida a um acontecimento, a uma narrativa que lhe dê sentido e, onde, especialmente, Nossa Senhora convida a um encontro mais pessoal com o Senhor. Estes são a maioria dos Santuários e, existem também, os Santuários por convite, que é a chave fundante dos nossos Santuários de Schoenstatt: um grupo de pessoas, uma comunidade, “conquista”, com contribuições ao Capital de Graças, um lugar para Nossa Senhora, para que Ela se instale e nos conduza a um encontre vital com Deus. A maioria dos Santuários de Schoenstatt nasceu assim. Às vezes falta um reconhecimento eclesial mais explícito. Isso depende, em grande parte de que sejam lugares de “convocação ampla e aberta”, senão aparecem apenas como um “templo adstrito a uma comunidade”.

Aqui há muito a fazer, para que, os Santuários, juntamente com, serem o centro de um Movimento organizado ou de uma comunidade, tenham um impacto eclesial Diocesano ou Nacional, ao terem uma força de convocação mais ampla. Assim, se tornará mais real o que o nosso Pai-Fundador “profeticamente” disse aos jovens ao convidá-los a “converterem este lugar num lugar de peregrinação, num lugar de graças, para a nossa Casa e para toda a Província alemã e quem sabe mais além” (18 de Outubro de 1914)

4. O senhor foi durante muitos anos Reitor do Santuário Nacional do Chile, em Maipú. Quais são as experiências e os modelos que, trará para o Santuário Original?

Como filho do Padre Kentenich não “trago um plano pré-concebido”, mas quero mergulhar no que a Mater despertou de vida à volta do Santuário Original e com uma equipa ir “apalpando” as portas abertas que forem surgindo. Sobre isto, procuraremos apoiar e colocar a experiência adquirida no âmbito dos Santuários com convocações multitudinárias, como experimentei, especialmente, nos meus 9 anos no México e 14 em Maipú.

5. Que papel tem o Santuário Original para Schoenstatt e para a Igreja em geral?

O Santuário Original é o “Santuário Mãe” da rede de cerca de 200 Santuários de Schoenstatt no mundo inteiro e, pelo “princípio dos vasos comunicantes” alimentamo-nos uns dos outros. Sem dúvida o Santuário Original pode dar origem a impulsos que enriqueçam esta “rede” que abarca novas dimensões ao trabalho da Pastoral de Santuários e sem dúvida, é o lugar central para peregrinos e peregrinações internacionais. Face à Igreja universal, sem dúvida tem um caracter de “ícone” para os encontros e coordenações de caracter mundial da Pastoral de Santuários que de maneira “balbuciante” está a assumir o Dicastério da Nova Evangelização.

Acho, além disso que, na medida em que se desenvolva fundamentalmente a Pastoral do Santuário Original, pode ser gerada uma dinâmica para uma “CAU” dos Santuários, como foi gerada pela equipa Pastoral de Maipú

6. Tem ideias de como se pode tornar mais acessível o Santuário Original para a grande maioria dos que se sentem vinculados a ele, ou seja, dos que nunca o podem visitar fisicamente?

O Padre Kentenich foi o pioneiro profético das comunicações. Quando se estava a iniciar a dinâmica do Santuário Original, foi, ao mesmo tempo, apoiando os grupos organizados (Congregação Mariana) que deram origem ao nascimento do Movimento Organizado (1919, 1920) e, paralelamente, animava círculos mais amplos com a revista MTA (fundada em 5 de Março de 1916). Hoje, sou da opinião que, de modo similar é preciso potenciar esta dimensão por intermédio dos meios de comunicação social, redes, publicações…

7. Como vê o Santuário Original dentro de, digamos, dez anos?

Vejo-o, sonho-O como um lugar que recolha a riqueza da Pastoral da rede de Santuários de Schoenstatt (à volta de 200 Santuários) e que envie impulsos para potenciar a vida de cada Santuário, a sua presença eclesial e animação social, de modo que, cada Santuário seja um pouco “capital espiritual do seu meio ambiente” e do mundo novo que, desde aí se gesta.

Última pergunta – como sempre os clássicos sete pontos de entrevistas a um famoso – em relação à sua missão de vida:

  • Um livro: Jornada Pedagógica 1934 (“Marianische Erziehung”)
  • Uma frase: A que acompanha o princípio da versão em espanhol do Rumo ao Céu: “Tudo para Schoenstatt, Schoenstatt para a Igreja, a Igreja para a Trindade”.
  • Uma data: 31 de Maio
  • Uma fotografia: O Padre Kentenich olhando para o horizonte desde a praia de Milwaukee
  • Um gesto: Saudar afectuosamente, olhos nos olhos
  • Uma pergunta ao Padre Kentenich: o que pensas de mim?

Um sonho: Schoenstatt, coração da Igreja, alma do mundo.

Original: espanhol (17/10/2018). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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