Posted On 2015-05-09 In Santuário Original

Ordenação diaconal: “Presságio da primeira e sinal de esperança em tempos turbulentos”

Por Heinrich Brehm, Sala de Imprensa do Movimento de Schoenstatt, Alemanha, schoenstatt.de •

Na presença de seus pais, muitas pessoas de sua família de origem que tinham chegado da Hungria, um grande número de seus irmãos da comunidade dos Sacerdotes de Schoenstatt, amigos, conhecidos do Movimento de Schoenstatt da Áustria e da Alemanha, além de muitos peregrinos que tinham chegado em Schoenstatt neste primeiro sábado de maio, Péter Csermák foi ordenado diácono pelo Bispo húngaro László Biró, em 2 de maio, na Igreja dos Peregrinos, em Vallendar/Schoenstatt. A decisão de uma pessoa jovem de responder ao chamado de Deus e dizer: “Aqui estou, envia-me” é como um presságio da primavera e um sinal de esperança em tempos turbulentos, deixou claro o bispo, László Biró, na homilia de cerimônia de ordenação. Pe. Theo Breitinger, superior da província de Sião dos Sacerdotes de Schoenstatt, saudou especialmente, para começar, os membros dos cursos de pastoral do bispado de Maguncia, com os quais Csermák prepara-se para servir como diácono e sacerdote.

Mais de dez anos de caminho com os Sacerdotes de Schoenstatt

Durante sua apresentação, antes da missa, soube-se que Péter Csermák está no caminho para o sacerdócio desde 2005, na comunidade dos Sacerdotes de Schoenstatt. Depois do noviciado, de 2005 a 2007, começou seus estudos de teologia na Universidade Ludwig-Maximilian, em Munique. De 2009 a 2010, esteve no Chile para sua prática apostólica. O título de sua tese, no final do término de seus estudos, em 2013, foi: “Casal e família como sujeitos da nova evangelização”. A partir de novembro de 2013, passou seis meses no Texas, trabalhando com a juventude e aprendendo o idioma. Em 2014, acompanhou a equipe internacional de voluntários durante a preparação do jubileu do Movimento de Schoenstatt. Desde outubro de 2014, está nos cursos de pastoral do bispado de Maguncia. Durante todo o tempo, Péter manteve uma forte vinculação com o Movimento de Schoenstatt na Hungria. Ali colaborou, alguns anos atrás, na criação do “Pe. Kentenich Quiz”, que foi muito útil para muitos casais descobrirem a espiritualidade desenvolvida pelo Pe. Kentenich como uma ajuda para a vida deles. Os anseios do coração de Péter foram sempre as vocações espirituais para Schoenstatt na Hungria e um Santuário de Schoenstatt para adultos jovens em Budapeste.

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Dizer sim com liberdade

Durante a missa de ordenação, admiravelmente organizada, com a participação de um grupo musical formado por jovens da Hungria, Alemanha e da comunidade internacional dos Sacerdotes de Schoenstatt, com canções em húngaro e em alemão, o Bispo Biró, em sua homilia, enfatizou que a leitura da celebração acentuava especialmente a liberdade da pessoa para responder ao chamado de Deus. Disse que conhecia muitos jovens para os quais era difícil dizer, com liberdade, “Aqui estou, envia-me”. Porém, justamente mediante um “Sim” completamente livre, o reino de Deus seria revitalizado também hoje, no século XXI. “Cada qual tem um lugar na família, na escola ou na profissão, e tem uma tarefa única para a qual foi chamado para dizer “sim”, disse o Bispo Biró; e reforçou, continuando: “Hoje, nesta festa, agradecemos porque Deus chamou e Péter disse “sim”.

D. Biró dedicou a segunda parte de sua homilia às tarefas do diácono. O diaconato nasceu na última ceia, quando Jesus lavou os pés dos discípulos e disse: “o que faço convosco, fazei vós também”. Durante a celebração da Eucaristia, o diácono foi chamado para proclamar o Evangelho, preparar as ofertas, recordar o mistério da fé, distribuir aas oferendas, anunciar a paz como Cristo nos dá, construindo a unidade, e, ao final da missa, enviar as pessoas como missionários na vida diária. D. Biró terminou sua homilia com a frase: “Caro Péter, lembro-me de minha ordenação diaconal, há 42 anos. Meu bispo me disse ‘permanece diácono durante toda tua vida’ e eu lhe digo o mesmo agora. Ainda que você chegue a ser Papa, deve continuar sendo diácono”. Pe. Theo Breitinger, no agradecimento, enfatizou o que o bispo tinha explicado na homilia com toda clareza: a tarefa de diácono; que também os outros sacerdotes e toda a comunidade presente poderiam por em prática essas ideias, na vida cotidiana.

Foto: Brehm

Anunciar o Evangelho na liturgia e na vida

Depois da homilia e a invocação ao Espírito Santo, assim como as promessas do candidato (entrega desinteressada para o bem do povo cristão; anúncio do Evangelho em atos e palavras; vida celibatária, como sinal da entrega a Cristo; disposição de estar junto dos pobres, dos doentes, de ajudar os sem pátria e os necessitados, assim como estar disposto a seguir o exemplo de Jesus Cristo), houve a consagração propriamente dita. Um momento especial, não apenas para o candidato, que permanecia deitado no chão, mas também para toda a comunidade, foi a invocação a todos os santos. Depois da imposição de mãos por parte do Bispo, e da entrega da estola e da dalmática (roupa do diácono), o bispo entregou ao novo diácono o livro dos Evangelhos, como sinal de que sua tarefa será anunciar o Evangelho na liturgia e na vida. Depois do fraternal sinal do abraço do Bispo, o novo diácono assumiu suas funções.

“Santíssima Virgem, sigo o caminho do sacerdócio e tu me dizes se estou errado”

Muitos dos presentes ficaram especialmente comovidos pelas palavras de agradecimento pronunciadas por Péter Csermák, no final da celebração. Entre outras, dirigiu algumas palavras aos seus pais, dizendo: “Meus queridos pais, vocês são minha origem, minha confiança, meu lar, meu tesouro. Minha boca é continuação da garganta de cada um, meu coração bate ao ritmo do coração de cada um de vocês. São para mim a prova de que existe um Deus que é bom, porque, por meio de vocês, experimentei Deus e aprendi o que é amor incondicional. Quando eu era criança, ali estavam vocês, me agasalhavam quando estava com frio; quando estava doente, de cama, passavam a noite comigo. Deram-me raízes em uma mão e asas na outra: não estou sozinho, porque vocês me carregam, existe um laço entre nós. Passaram-se muitos anos. Agora, estou aqui como diácono e preciso reconhecer que não o seria, se não fossem vocês. Porque vocês são minha origem, minha confiança, meu lar, meu tesouro. Minha boca é continuação da garganta de cada um, meu coração bate ao ritmo do coração de cada um de vocês. Obrigado pelo esforço que fizeram”.

Suas palavras de agradecimento à Mãe de Deus foram, para alguns, um exemplo de como confiar em sua condução nas decisões importantes da vida. Péter disse: “Quando eu era um jovem de 18 anos, fui ao Santuário para pedir coragem à Mãe de Deus. Não sabia o que fazer. Se devia ser sacerdote ou formar uma família. Então, tive uma ideia: ‘Mãe de Deus, sigo o caminho do sacerdócio e tu me dizes se estou errado’. Assim pude seguir tranquilo e feliz meu caminho na comunidade dos Sacerdotes de Schoenstatt. Querida Mãe de Deus, eu te agradeço minha vocação, que, agradecido, te confiei; agradeço por estes anos que pude caminhar junto a ti. Hoje, depois da minha promessa, quero novamente consagrar-me a ti, com uma nova súplica: fica junto de mim quando me sentir sozinho e ajuda-me a seguir fielmente o caminho até o final”.

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Confiar no Espírito Santo, porque Ele dá a graça correspondente

Depois da Eucaristia, em uma conversa com schoenstatt.de, Pe, Theo Breitinger se mostrou muito contente pelo primeiro irmão da Hungria que foi ordenado diácono. Ao mesmo tempo, naturalmente, espera “que haja mais vocações, também na Hungria, onde o Movimento de Schoenstatt tem muita vida”. “Pe. Tillmann Beller, da Áustria, que durante muitos anos foi ativo na Hungria, aí assentou as bases para isso. Concordou com o Bispo Biró na conclusão de que essa ordenação diaconal é um presságio da primavera, especialmente para a Hungria. Porém, também para a comunidade do Sacerdotes de Schoenstatt”.

“Enquanto vemos que na Alemanha está um pouco parado, existem outros lugares onde surgem coisas novas. Eu confio cegamente no fato de que os pessimistas não têm razão quando dizem que tudo segue adiante e tudo se acaba, porque, na verdade, existem novos começos”.

Olhando para a vocação de sacerdócio hoje, existe, com certeza, um problema sério: “Atualmente, muitos jovens, na verdade, têm dificuldades para tomar uma decisão”, disse Breitinger. “Vejo aí um problema; os jovens não estão certos de poder tomar uma decisão como essa para toda a vida. Por isso, vacilam”. Se já na família houvesse a confiança de que Deus conduz e chama e que não abandona a ninguém que se decida por Ele, a decisão seria mais fácil. Assim, o caminho de decisão de Péter Csermák, como ele disse em seu agradecimento, talvez resulte em um exemplo. É preciso confiar no Espírito Santo, porque Ele dá a graça correspondente”.

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Fonte: www.schoenstatt.de. Todas as fotos: Heinrich Brehm, schoenstatt.de
Original em alemão. Tradução: Maria Rita Fanelli Vianna, São Paulo / Brasil

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