Posted On 2017-06-27 In Francisco - Mensagem

Tenho medo dos cristãos que não caminham e se fecham no próprio nicho

PAPA FRANCISCO •

Tenho medo dos cristãos que não caminham e se fecham no próprio nicho. É melhor ir para a frente coxeando, por vezes caindo, mas sempre confiantes na misericórdia de Deus, do que ser “cristãos de museu”, que temem as mudanças e que, recebido um carisma ou uma vocação, em vez de se pôr ao serviço da eterna novidade do Evangelho, defendem-se a si mesmos e os próprios papeis.

Uma mensagem forte do Papa Francisco na linha do Documento de Aparecida e do grande programa do seu Papado, Evangelii Gaudium, Igreja em Saída, Schoenstatt em Saída: como toda a grande expressão de um desejo, de um ideal, de um compromisso, corre o perigo de se esvaziar da realidade, do concreto e de se converter num mero slogan, repetido como o “Ámen” no fim de uma Homilia ou o “todos voltaram felizes para casa” no final de um certo tipo de artigos de Schoenstatt.

 “Em saída” ou: Quando as palavras deixam de nos interpelar, deixam de ser úteis     

Quando as palavras deixam de nos interpelar, deixam de ser úteis. Por isso, é tão bom ouvir “Igreja em Saída” em palavras tão claras e concretas como as do Papa Francisco no dia 23 de Junho que nos mostram como e em que situações está em risco a novidade de um carisma pelo nosso medo do poder, dos cargos e a tentação de o guardar num museu.

Disse-o em 23 de Junho quando recebeu os participantes da 75ª Convenção Internacional da Associação de Leigos que tem o seu nome inspirado em S. Junípero Serra e que vieram de várias partes do mundo, por ocasião do Encontro celebrado em Roma com o Lema “Ir para a frente. A coragem da vocação”.

“Vós também, sempre para a frente! Coragem, criatividade e audácia. Sem medo de renovar as vossas estruturas e sem permitir que o precioso caminho percorrido vos faça perder o elã da novidade (…) sempre prontos a “passar o archote”, sobretudo às gerações futuras, conscientes de que o fogo que é acendido do Alto precede a nossa resposta e ultrapassa o nosso trabalho. É assim a missão cristã” – disse o Papa – “uma pessoa semeia, outra faz a colheita.”

“Com a alegria do Evangelho e a ousadia da missão cristã – expressou o Papa – vos haveis reunido para redescobrir o sentido de toda a Vocação cristã: oferecer a própria vida como dom, “ungindo os irmãos “com a ternura e a misericórdia de Deus”.

 

Original: espanhol (26/6/2017). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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