Posted On 2015-04-24 In Francisco - Mensagem

Nós anunciamos a ressurreição de Cristo quando sua luz ilumina os momentos obscuros de nossa existência

Todos os setores da Igreja, e outros tantos fora dela, crentes ou não, têm recebido as palavras claras e esperançosas, muitas vezes motivadoras de Francisco, para assumir a responsabilidade que todos temos de construir um mundo de acordo com a vontade de Deus, na força do Espírito e no caminho de Cristo. Cardeais e bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, noviços e seminaristas, famílias, jovens e idosos, comunidades e instituições têm recebido essa proposta de sair “às ruas”, levando não uma esperança utópica, mas aplicada a gestos concretos, em projetos evangelizadores de vida ao ser humano, esteja onde estiver; e se estiver na “periferia”, ali mesmo, com todos os riscos e perigos que isso acarreta. Prefiro uma igreja acidentada porque sai a servir, do que doentia por fechar-se em si mesmo, nos repete constantemente. Testemunho de tudo isso está no anexo de schoenstatt.org onde, semana a semana, são publicados textos que nos impulsionam em nossa própria peregrinação rumo ao Jubileu 2014. Sem dúvida que, sendo nós Igreja, essas palavras também são dirigidas a todos nós. Como nosso Pai e Fundador se alegraria com esse impulso missionário que nos é oferecido do coração da própria Igreja! (Pe. José María García).

Dar tempo ao tempo. Isso serve para nós, quando temos maus pensamentos contra o próximo, maus sentimentos quando temos antipatia, ódio; não os deixem crescer, detenham-nos, é preciso dar tempo ao tempo. O tempo põe as coisas em harmonia e nos faz ver a justiça dos acontecimentos. Porém, se você reage em um momento de fúria, com certeza agirá com injustiça. Você será injusto. Ao mesmo tempo, isso lhe fará mal também. Este é um conselho: o tempo, o tempo no momento da tentação. O orgulho é um dos primeiros que o leva a matar o próximo; a humildade, também a humilhação, leva-o a se assemelhar a Jesus. Isso é algo que não pensamos. Neste momento, em que tantos irmãos e irmãs nossos são martirizados por causa do nome de Jesus, eles estão nesse estado, sentem nesse momento a alegria de terem sofrido ultrajes, inclusive a morte, por causa do nome de Jesus. Para fugir do orgulho dos primeiros, só existe o caminho de abrir o coração para a humildade e, à humildade, jamais se chega sem a humilhação. Isto é algo que não se entende naturalmente. É uma graça que precisamos pedir.

Santa Marta, 17/4/2015

As páginas dolorosas da história do vosso povo, num certo sentido, dão continuidade à paixão de Jesus, mas em cada uma delas é colocado o rebento da sua Redenção. Não venha a faltar em vós, Pastores, o compromisso de educar os fiéis leigos para que saibam ler a realidade com renovado olhar, para conseguir dizer todos os dias: o meu povo não é só aquele que sofre por Cristo, mas sobretudo os ressuscitados n’Ele. Por isso, é importante fazer memória do passado, para dele obter linfa nova a fim de alimentar o presente com o anúncio jubiloso do Evangelho e com o testemunho da caridade.

9/4/2015. Ao Sínodo da Igreja Armênia Católica

Tantas crianças desde o início são rejeitadas, abandonadas; roubam-lhes sua infância e seu futuro. Alguns ousam dizer, como que para se justificar, que foi um erro tê-las feito vir ao mundo. Isto é vergonhoso! Por favor, não descarreguemos as nossas culpas sobre as crianças! Elas nunca são “um erro”. A sua fome não é um erro, como não o é a sua pobreza, a sua fragilidade, o seu abandono — muitas crianças abandonadas pelas ruas; e não o é nem sequer a sua ignorância, ou a sua incapacidade — numerosas crianças que não sabem o que é uma escola. Eventualmente, estes são motivos para as amar mais, com maior generosidade. Que fazemos das solenes declarações dos direitos do homem e dos direitos da criança, se depois punimos as crianças pelos erros dos adultos? Porém, as crianças pagam também o preço de uniões imaturas e de separações irresponsáveis: elas são as primeiras vítimas; padecem os resultados da cultura dos direitos subjetivos exasperados e depois tornam-se os seus filhos mais precoces. Absorvem frequentemente violências que não são capazes de “liquidar” e, aos olhos dos adultos, são obrigados a habituar-se à degradação.

8/4/2015. Audiência Geral: As crianças

Intensa oração, de participação concreta e ajuda tangível em defesa e proteção de nossos irmãos e de nossas irmãs, perseguidos, exilados, assassinados, decapitados, apenas pelo direito de serem cristãos. Eles são os mártires de hoje e são muitos; podemos dizer que são mais numerosos do que nos primeiros séculos. Peço que a comunidade internacional não fique muda e inerte frente a tais inaceitáveis crimes, que constituem uma preocupante violação dos direitos humanos fundamentais. Peço verdadeiramente que a comunidade internacional não vire a cabeça para outro lado.

6/4/2015. Pedido pela paz

Cristo ressuscitou! Repetimo-lo com as palavras, mas sobretudo com o testemunho de nossa vida. A alegre notícia da Ressurreição deveria manifestar-se em nosso rosto, em nossos sentimentos e atitudes, no modo como tratamos o próximo. Anunciamos a ressurreição de Cristo quando a sua luz ilumina os momentos obscuros da nossa existência e podemos partilhá-la com os outros; quando sabemos sorrir com quem sorri e chorar com quem chora; quando caminhamos ao lado de quem está triste e corre o risco de perder a esperança; quando narramos a nossa experiência de fé a quem está em busca de sentido e de felicidade. Com o nosso comportamento, com o nosso testemunho, com a nossa vida, dizemos: “Jesus ressuscitou!” Digamos com toda a alma.

6/4/2015. Segunda-feira do Anjo

Não se pode viver a Páscoa sem entrar no mistério. Não é um ato intelectual, não é apenas conhecer, ler… É mais, muito mais. “Entrar no mistério” significa capacidade de assombro, de contemplação; capacidade de escutar o silêncio e sentir o sussurro desse fio de silêncio sonoro no qual Deus nos fala. Entrar no mistério exige que não tenhamos medo da realidade: não se fechar em si mesmo, não fugir do que não entendemos, não fechar os olhos diante dos problemas, não os negar, não eliminar as perguntas… Entrar no mistério significa ir mais além das cômodas certezas, mais além da preguiça e da indiferença que nos paralisam, e colocar-se em busca da verdade, da beleza e do amor, buscar um sentido não já descoberto, uma resposta não trivial às questões que colocam em crise nossa fé, nossa fidelidade e nossa razão. Para entrar no mistério, é necessário ter humildade, a humildade de rebaixar-se, de descer do pedestal de nosso ego, tão cheio de orgulho; de nossa presunção; a humildade para redimensionar a própria estima, reconhecendo o que realmente somos: criaturas com virtudes e defeitos, pecadores necessitados de perdão. Para entrar no mistério, faz falta esse rebaixamento, que é impotência; esvaziarmo-nos das próprias idolatrias… adoração. Sem adorar não se pode entrar no mistério. Tudo isso as mulheres discípulas de Jesus nos ensinam. Velaram aquela noite, junto com a Mãe. E ela, a Virgem Mãe, as ajudou a não perderem fé e a esperança.

4/4/2015. Vigília Pascal

A imagem mais profunda e misteriosa de como o Senhor trata nosso cansaço pastoral é a cena do lava-pés. Gosto de contemplar o lava-pés como o lavatório do seguimento. O Senhor purifica o próprio seguimento, ele se “envolve” conosco, encarrega-se pessoalmente de limpar toda mancha, essa poluição mundana pegajosa que se agarrou a nós no caminho que fazemos em seu nome. Sabemos que, pelos pés, se pode ver como anda todo nosso corpo. Na forma de seguir o Senhor expressa-se como anda nosso coração. As chagas dos pés, as torções e o cansaço são sinal de como o temos seguido, por quais caminhos andamos, buscando suas ovelhas perdidas, levando o rebanho para as verdes pastagens e para as águas tranquilas. O Senhor nos lava e purifica de tudo o que se acumulou em nossos pés por segui-lo. Isso é sagrado. Não permite que fique manchado. Assim como ele beija as feridas de guerra, ele lava a sujeira do trabalho. O seguimento de Jesus é lavado pelo próprio Senhor, para que nos sintamos com direito a estarmos “alegres”, “plenos”, “sem medos nem culpas” e assim nos animemos a sair e ir “até os confins do mundo, a todas as periferias”, levando essa boa nova aos mais abandonados, sabendo que ele está conosco, todos os dias, até o fim do mundo. Saibamos aprender a ficar cansados; porém, bem cansados!

2/4/2015. Santa Missa de Crisma

Na grande Vigília Pascal, ‘celebramos Cristo Ressuscitado centro e fim da criação e da história; vigiamos cheios de esperança na expectativa da sua nova vinda, quando a Páscoa terá a sua plena manifestação… Às vezes a escuridão da noite parece penetrar na alma. Outras vezes pensamos: “agora já não há nada a fazer”, e o coração não encontra mais a força para amar… Mas, precisamente nessa escuridão, Cristo acende o fogo do amor de Deus: um clarão rasga a obscuridade e anuncia um novo início. A pedra do sofrimento é afastada, cedendo o lugar à esperança. Eis o grande mistério da Páscoa! Nesta santa noite a Igreja entrega-nos a luz do Ressuscitado, para que em nós não haja mais a lamentação de quem diz “agora já não…”, mas a esperança de quem se abre a um presente cheio de futuro: Cristo venceu a morte, e nós com Ele. A nossa vida não termina diante da pedra de um sepulcro!’ “Nestes dias do Tríduo Santo, não nos limitemos a comemorar a paixão do Senhor, mas entremos no mistério, façamos nossos os seus sentimentos, as suas atitudes, como nos convida a fazer o apóstolo Paulo: “Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus”. Então, a nossa será uma “Feliz Páscoa”.

1/4/2015. Audiência Geral: Tríduo Pascal

Original em espanhol. Tradução para o Português: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil

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