Posted On 2014-11-20 In Francisco - Mensagem

A tentação do micro-clima eclesiástico

org. Todos dentro da Igreja, e muitos fora dela, fiéis ou não, têm recebido suas palavras claras e cheias de esperança, muito motivadoras, para assumir a responsabilidade que temos para construir um mundo conforme a vontade de Deus, na força do Espírito e no caminho de Cristo. Cardeais e bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, noviços e seminaristas, famílias, jovens e idosos, comunidades e instituições têm recebido a proposta de sair “às ruas”, de levar não uma esperança utópica, mas concretizada em atos, em projetos evangelizadores de vida do ser humano, esteja onde estiver; mesmo que na “periferia”, com todos os riscos e perigos envolvidos. Prefiro uma igreja acidentada porque sai a servir, do que uma Igreja enferma por fechar-se em si mesma, ele nos repete constantemente. Testemunho de tudo isso está disponível em schoenstatt.org onde, semana a semana, são apresentados textos que nos impulsionam em nossa própria peregrinação rumo ao jubileu de 2014. Sem dúvida, uma vez que somos Igreja, essas palavras também são dirigidas a todos nós. Como se alegria o Fundador com esse impulso missionário que nos é presenteado a partir do próprio coração da Igreja! (P. José María García)

Quando nos vamos fechando no pequeno mundinho, o mundinho do Movimento, da Paróquia, do Arcebispado, ou aqui, o mundinho da Cúria, não se vê a verdade.

A Schoenstatt na Audiência jubilar

Certamente na vida devemos lutar muito contra as tentações que procuram afastar-nos desta actitude de serviço: A preguiça que leva à comodidade e impele a prestar um serviço pela metade; e a tentação de nos apoderarmos da situação e de servo convertermo-nos em patrão, que leva à soberba, ao orgulho, a tratar mal as pessoas, a sentirmo-nos importantes porque sou cristão, tenho a salvação e tantas coisas assim. Que o Senhor nos conceda estas duas grandes graças: a humildade no serviço, a fim que possamos dizer: somos servos inúteis – mas servos – até ao fim; e a esperança na expectativa da manifestação quando o Senhor venha ao nosso encontro.

Missa em Santa Marta, 11.11.2014

Esta periferia não podia chegar ao Senhor, porque este círculo – com muita boa vontade, eh! – fechava a porta. Isto acontece com muita frequência entre nós crentes: quando encontramos o Senhor, sem nos darmos conta, cria-se este microclima eclesiástico. Não só os Sacerdotes, os Bispos mas também os fiéis. Mas nós somos aqueles que estão com o Senhor. E de tanto olhar para o Senhor acabamos por «não ter em conta as necessidades do Senhor; não olharmos para o Senhor que tem fome, que tem sede, que está na prisão, que está no hospital. Aquele Senhor, no marginalizado. E este clima faz muito mal.

Missa em Santa Marta, 17. 11. 2014

Quando na Igreja os fiéis, os ministros, se tornam um grupo deste tipo…não eclesial mas “eclesiástico”, de privilégio da proximidade ao Senhor, têm a tentação de esquecer o seu primeiro amor: esse amor tão belo que todos nós sentimos quando o Senhor nos chamou, nos salvou, dizendo-nos: “Mas, amo-te muito». Trata-se de «uma tentação dos discípulos: esquecer o primeiro amor, ou seja, esquecer também as periferias, onde eu estava antes, mesmo se disso me envergonho». (…) Peçamos ao Senhor para que todos nós, que temos a graça de ter sido chamados, nunca, nunca, nunca nos afastemos desta Igreja. Que nunca entremos neste micro – clima dos discípulos eclesiásticos, privilegiados que se afastam da Igreja de Deus, que sofre, que pede a salvação, que pede a fé, que pede a palavra de Deus. Peçamos a graça de sermos povo fiel de Deus, sem pedir ao Senhor privilégio algum que nos afaste do povo de Deus.

Missa em Santa Marta, 17.11.2014

Um cristão que recebe o dom da fé no Baptismo, mas que não faz crescer este dom pela via do serviço, converte-se num cristão sem força, sem fecundidade. E, finalmente, converte-se num cristão para si próprio, para se servir a si próprio. De modo que, a sua vida é uma vida triste, posto que, tantas coisas grandes do Senhor são desperdiçadas. A preguiça afasta-nos do serviço e leva-nos à comodidade, ao egoísmo. Muitos cristãos são assim …são bons, vão à Missa, mas o serviço só até certo ponto…E, quando digo serviço, digo tudo: serviço a Deus na Adoração, na oração, nos louvores; serviço ao próximo, quando devo fazê-lo; serviço até ao fim, porque Jesus, nisto, é forte: “Assim, também vocês, quando tiverem feito tudo aquilo que vos foi ordenado, agora digam somos servos inúteis”. Serviço gratuito, sem pedir nada.

Missa em Santa Marta, 11.11.2014

Vocês, nesta profissão (Contabilistas) estão ao lado das empresas, mas também das Famílias e dos indivíduos, para lhes oferecer a experiência económica e financeira. Exorto-vos a que actuem sempre com responsabilidade, fomentando relações de lealdade, de justiça e, se possível, de fraternidade, fazendo frente, com valentia, aos problemas, especialmente, aos dos mais fracos e dos mais pobres. Não basta dar respostas concretas a problemas económicos e financeiros; há que fomentar e cultivar uma ética da economia, das finanças e dos mercados de trabalho; é necessário manter vivo o valor da solidariedade como uma atitude moral, que demonstra o nosso compromisso com o outro em todas as suas legítimas demandas.

Ao Congresso de Contabilistas, Roma, 13.11.2014

 

Se queremos entregar às Gerações futuras um património ambiental, económico, cultural e social, melhor do que o que recebemos, somos chamados a assumir a responsabilidade de actuar em pró de uma globalização da solidariedade. E, a Doutrina Social da Igreja ensina-nos que o princípio da solidariedade é levado a cabo em harmonia com o da subsidiariedade. Graças ao efeito destes dois princípios, os processos estão ao serviço do ser humano e cresce a Justiça, sem a qual, não pode haver uma Paz verdadeira e duradoura.

Ao Congresso de Contabilistas, Roma, 13.11.2014

 

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