Posted On 2013-10-15 In Francisco - Mensagem

A casa onde as portas estão sempre abertas

org. Todos dentro da Igreja, e muitos fora dela, fiéis ou não, têm recebido suas palavras claras e cheias de esperança, muito motivadoras, para assumir a responsabilidade que temos para construir um mundo conforme a vontade de Deus, na força do Espírito e no caminho de Cristo. Cardeais e bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, noviços e seminaristas, famílias, jovens e idosos, comunidades e instituições têm recebido a proposta de sair “às ruas”, de levar não uma esperança utópica, mas concretizada em atos, em projetos evangelizadores de vida do ser humano, esteja onde estiver; mesmo que na “periferia”, com todos os riscos e perigos envolvidos. Prefiro uma igreja acidentada porque sai a servir, do que uma Igreja enferma por fechar-se em si mesma, ele nos repete constantemente. Testemunho de tudo isso está disponível em schoenstatt.org onde, semana a semana, são apresentados textos que nos impulsionam em nossa própria peregrinação rumo ao jubileu de 2014. Sem dúvida, uma vez que somos Igreja, essas palavras também são dirigidas a todos nós. Como se alegria o Fundador com esse impulso missionário que nos é presenteado a partir do próprio coração da Igreja! (P. José María García)

SEMANA 42/2013

A Igreja é católica porque é universal, está dispersa por todo o mundo e anuncia o Evangelho a todos os homens e mulheres… não é um grupo de elite, não é só para alguns… não está fechada, está destinada a toda a humanidade.

Audiência geral, 9 de outubro

Muitas pessoas afastaram-se da Igreja. E é errado culpar estes ou aqueles, com efeito, não é adequado falar de culpas. Há responsabilidades na história da Igreja e da sua gente, há em certas ideologias e também nos indivíduos. Como filhos da Igreja, devemos continuar pelo caminho do Concílio Vaticano II, livrar-nos das coisas inúteis e prejudiciais, de falsos valores mundanos que estragam o seu verdadeiro rosto – Há necessidade de cristãos que tornem visível ao homem de hoje a misericórdia de Deus, a sua compaixão por todas as criaturas. Todos sabemos que a crise da humanidade contemporânea não é superficial, mas profunda. Por esta razão, a nova evangelização, enquanto nos chama a ter a coragem de ir contra a corrente, de nos convertermos ao Deus único e verdadeiro, utiliza a linguagem da misericórdia, composta de gestos e atitudes mais que de palavras.

Reunião com o Plenário do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, 14 de outubro

Ninguém está excluído da esperança de vida, do amor de Deus. A Igreja é enviada, a todo o lado, para despertar esta esperança, especialmente onde há obstáculos por condições de vida difíceis, e às vezes, desumanas, onde a esperança não respira, é asfixiada. Necessitamos do oxigénio do Evangelho, do sopro do Espírito de Cristo ressuscitado, que volte a incendiar os corações. A Igreja é a casa onde as portas estão sempre abertas, não só porque todo o mundo pode encontrar aceitação e respirar amor e esperança, mas também porque podemos sair e levar este amor e esperança. O Espírito Santo impulsiona-nos a dar um passo fora da nossa casa e guia-nos até às periferias da humanidade.

Reunião com o Plenário do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, 14 de outubro

Quem são os mártires? São cristãos que Cristo ganhou, discípulos que aprenderam bem o sentido daquele “amar até ao extremo” que levou Jesus à Cruz. Não existe o amor por entregas, o amor em porções. O amor total: e quando se ama, ama-se até ao extremo. Na Cruz, Jesus sentiu o peso da morte, o peso do pecado, mas confiou-se inteiramente ao Pai, e perdoou. Pronunciou algumas palavras, mas entregou a vida. Cristo nos “primerea” no amor, os mártires imitaram-no no amor até ao fim. Dizem os Santos Padres: “Imitemos os mártires”! Temos sempre que morrer um pouco para sair de nós mesmos, do nosso egoísmo, da nossa comodidade, das nossas tristezas, e abrirmo-nos a Deus, aos outros, especialmente aos mais necessitados. Imploremos a intercessão dos mártires para sermos cristãos concretos, cristãos de obras e não de palavras, para não sermos cristãos medíocres, sem substância.Eles eram cristãos até ao fim, peçamos-lhes a sua ajuda para manter firme a fé, apesar de haver dificuldades, e sejamos assim fermento de esperança  e artífices de irmandade e solidariedade.

VÍDEO AOS PARTICIPANTES NA CERIMÓNIA DE BEATIFICAÇÃO DOS MÁRTIRES DO SÉCULO XX EM ESPANHA

O “síndrome de Jonas” , busca uma santidade – permito-me a palavra – uma santidade de “lavandaria”, toda bonita, impecável, mas sem esse ardor de ir proclamar o Senhor. A esta geração doente do “síndrome de Jonas” o Senhor promete o sinal de Jonas. A outra versão, a de Mateus, diz que Jonas esteve dentro da baleia durante três dias e três noites, referencia Jesus no sepulcro – a sua morte e ressurreição – e é o sinal que Jesus promete contra a hipocrisia, contra esta atitude de religiosidade perfeita, contra esta atitude de um grupo de fariseus… O sinal de Jonas, o verdadeiro, é aquele que nos dá confiança de sermos salvos pelo sangue de Cristo. Quantos cristãos, quantos há, que pensam que serão salvos só pelo que fazem, pelas suas obras? As obras são necessárias, mas são uma consequência, uma resposta àquele amor misericordioso que nos salva. Mas só as obras, sem esse amor misericordioso, não chegam… Por outro lado, o “síndrome de Jonas” tem apenas confiança na sua justiça pessoal, nas suas obras. É aqui que o “síndrome de Jonas” nos leva à hipocrisia, àquela auto-suficiência, a ser cristãos limpos, perfeitos, “porque fazemos estas obras; cumprimos os mandamentos, tudo”. É uma grande doença. É o sinal de Jonas, da misericórdia de Deus em Jesus Cristo, morto e ressuscitado por nós, para a nossa salvação. Na primeira leitura existem duas palavras que se ligam a isto. Paulo diz de si mesmo que é um apóstolo, não porque tenha estudado, não: Apóstolo por chamamento. E aos cristãos ele diz “São chamados por Jesus Cristo”. O sinal de Jonas chama-nos: seguir o Senhor, pecadores, somos todos, com humildade, com docilidade. Há um chamamento, também uma opção.

Santa Marta, 14 de outubro

A Igreja não está apenas à sombra do nosso campanário, mas abraça uma grande variedade de gente, de povos que professam a mesma fé, que se nutrem da mesma Eucaristia, que são atendidos pelos mesmos Pastores. Sentir-se em comunhão com todas as igrejas, com todas as comunidades católicas grandes e pequenas de todo o mundo! É belo isto! E assim, sentimos que todos estamos em missão, pequenas ou grandes comunidades, todos temos que abrir as nossas portas e sair para anunciar o Evangelho. Perguntemo-nos então: o que estou a fazer para comunicar aos outros a alegria do encontro com o Senhor, a alegria de pertencer à Igreja? Proclamar e dar testemunho da fé não é só para alguns, refere-se também a mim, a ti, a cada um de nós!

Audiência geral, 9 de outubro

Nem todos somos iguais, e não devemos ser iguais. Todos somos diferentes, cada um com as suas próprias qualidades e essa é a beleza da Igreja: cada um traz um algo de si, o que Deus lhe deu, para enriquecer os outros. E entre os membros existe esta diversidade, mas é uma diversidade que não entra em conflito, não se contrapõe; é uma variedade que se deixa fundir em harmonia pelo Espírito Santo; Ele é o verdadeiro “Mestre”, e ele próprio é harmonia. E agora perguntemo-nos: nas nossas comunidades vivemos em harmonia, ou discutimos entre nós? Na minha paróquia, no meu movimento, na Igreja? Há falatórios? E, se há falatórios, não há harmonia: há luta. E esta não é a Igreja: a Igreja é a harmonia de todos. Nunca falem um contra o outro, nunca lutem entre si. Aceitamos o outro, aceitamos que haja uma justa variedade, que seja diferente, que este pense assim ou pense assado? Mas, na mesma fé pode pensar-se assim, ou tendemos a uniformizar tudo? A uniformidade mata a vida. A vida da Igreja é variedade, e quando queremos colocar esta uniformidade em tudo, matamos os dons do Espírito Santo! Rezemos ao Espírito Santo, que é o autor desta unidade na variedade, desta harmonia, para que nos faça cada vez mais “católicos”, nesta Igreja que é católica e universal! Obrigado.

Audiência geral, 9 de outubro

Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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O objetivo da peregrinação
é a renovação da Aliança de Amor
em sua força formadora e missionária;
a que se manifestará – internamente em Schoenstatt -,
a renovação da Família
e – externamente – na formação da uma Cultura de Aliança.

Documento de Trabalho 2014

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