Posted On 2017-08-16 In Dilexit ecclesiam

Um pouco como na visita do Papa ao Paraguai…

PARAGUAI, Pe. Alfredo Pereira •

Em meados de Junho passado realizou-se o Terceiro Congresso Eucarístico Arquidiocesano. Pude participar nele muito de perto, visto que, como membro do Movimento, colaborei na organização da abertura do Congresso, com a celebração, em Costanera, da Santa Missa em memória da Solenidade de “Corpus Christi”.

Tudo nasce em Novembro do ano passado quando, na Arquidiocese se pensava sobre o modo de começar o Triénio da Juventude. A Conferência Episcopal, após a visita apostólica do Santo Padre, tinha-se comprometido a isso. O nosso Arcebispo, Mons. Edmundo, incentivado por alguns Leigos e, pela experiência positiva dos seus respectivos Congressos Eucarísticos, vivida na Argentina e na Bolívia, propõe, assim, colocar Jesus, Nosso Senhor, no centro e, com Ele caminhar na aventura do que significaria dar conteúdo e horizonte ao Triénio. Da ideia foram saindo propostas cada vez mais concretas e, assim, se foi construindo o programa do Congresso.

Uma coisa também estava muito clara. A organização da vinda do Papa significou um grande esforço para todos, significou um montão de tensões e, sem dúvida, pôs à prova, muitas vezes, o nosso ser Igreja. Contudo, passada a visita, teve-se consciência de que o desafio nos tinha feito bem e que tinha sido fundamental o, sermos obrigados a trabalhar juntos; Paróquias, Arcebispado, Conferência Episcopal, Movimentos, escolas, etc. Sim… custa-nos juntarmo-nos e, seguramente, custar-nos-á sempre mas, vale a pena, porque nos faz bem a todos e faz bem à comunhão da Igreja. Só assim, se poderão gerar relações autênticas, derrubar preconceitos, enriquecermo-nos mutuamente e estabelecer essa cooperação natural, visto que, todos “temos pressa” e, nos compete levar a mensagem de Cristo.

Quis-se repetir certos lugares que, marcados fortemente pela presença do Santo Padre na sua última visita, evocariam, automaticamente, a memória das Graças recebidas naquele momento tão especial e inesquecível e, por sua vez, o compromisso assumido com ele por tudo o que significou a sua vinda ao Paraguai. Foi por isso que, também, se decidiu convidar o Cardeal Arcebispo de Montevideu, Daniel Sturla. Um Cardeal lembra sempre aos sentidos a proximidade ao Santo Padre.

Os desafios, contudo, não eram menores, porque o verão, praticamente, apagara o já iniciado. Assim, em finais de Março foi retomado o trabalho com muita intensidade, sabedores de que, o tempo escasseava. Mas, como constatámos tudo correu bem e é notório que, este Congresso, esteve nos desígnios de Deus porque, o que se passou com o tempo foi notável: após mais de três semanas em que o país se viu açoitado por chuvas contínuas, nessa semana, o céu esteve limpo, não fez frio, não fez calor…

Uma maior consciência de participação e de integração eclesial

O que nos deixa este Congresso? Muitas coisas. Enumero três:

  1. Cardeal Daniel Sturla. Foi, para muitos, a experiência de se encontrarem com um homem muito próximo, amável, dócil, paciente, atento…e, que por sua vez, transmite solidez, convicção e coragem. Este estranho equilíbrio produziu um impacto positivo em muitos, de quem, com firmeza e ternura, ama Cristo e convida os outros a segui-lo. Eminência: comprometemo-nos a rezar por si e pela sua missão. O seu sorriso encorajador está impresso nas nossas lembranças.
  2. A Missa na Costanera. Podemos dizer que correu tudo bem que, a organização foi impecável e que nada faltou. Sim, isso também aconteceu. Contudo, a festa foi assim porque, Deus esteve presente. Nessa noite, as pessoas experimentaram-n’O vivo: na brisa da costa, na diversidade das cores, no júbilo dos cânticos, na solenidade da Missa, na majestade da Adoração Eucarística. Por isso, houve alegria, porque Deus esteve mais do que presente. Deus olhou-nos, escolheu-nos e quis partilhar essa noite connosco e, ao fazê-lo, tornou aquela noite única e inesquecível. “A glória de Deus é a vida do Homem”, disse Santo Irineu e, a alegria do Homem é quando encontra o seu Deus, dizemos nós os que participámos nessa Missa naquela noite.
  3. Dilexit Ecclesiam, é o epitáfio gravado no Túmulo do nosso Pai- Fundador. É bom, recordarmos como ele nos anos 20 e 30, incansavelmente, visitou Párocos e comunidades Paroquiais em toda a Alemanha. Schoenstatt era, iminentemente, diocesano. Os schoenstatteanos eram muito apreciados pelos Párocos naquele tempo, pelo seu compromisso Pastoral e pelo favorável ambiente comunitário que proporcionavam. Líder em humanidade, sim, pode dizer-se hoje com outras palavras. Sem dúvida, Schoenstatt desde a sua fundação cultivou e desenvolveu na Arquidiocese um compromisso notável em vários aspectos e continua a fazê-lo. Em acontecimentos como este, não se pode negar. Pomo-nos sempre a pergunta sobre a nossa pertença e compromisso com a Diocese. Eu diria que, o nosso Pai-Fundador, desta vez, pode estar, serenamente, orgulhoso.

 

Fonte: Revista Tuparenda, Julho 2017

Original: espanhol (13/8/2017). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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