Posted On 2019-05-27 In Dilexit ecclesiam, Igreja - Francisco - movimentos

O forte apelo à santidade apostólica

ARGENTINA, Maria Teresa e Daniel Martino •

Há apenas 10 dias aconteceu,  no nosso solo argentino e no coração da Igreja, um evento sem precedentes: ao fim de 43 anos, concretizou-se o reconhecimento e a beatificação dos mártires de La Rioja, que se entregaram atá às últimas consequências à missão de anunciar e encarnar a essência do Evangelho. —

Quando sonhamos com a beatificação de nosso Pai-Fundador, somos sempre atraídos pela certeza de que, quando o Santo Padre e as suas Comissões Pontifícias decidirem que é chegada a hora de elevar alguns cristãos à honra dos altares, será após um profundo discernimento iluminado pelo Espírito, e não para inaugurar uma nova estátua nos templos, mas para exaltar e tomar como exemplo a vida desses cristãos, de acordo com a temperatura da sua resposta às feridas da humanidade de hoje. Assim emergem do silêncio e do anonimato vidas exemplares, marcadas por graças extraordinárias, mas também entregues, de modo extraordinário, à sua história e aos seus contemporâneos.

Por isso, não podemos deixar de ligar o forte apelo à santidade apostólica que brota do espírito de Hoerde com a nossa vocação de leigos kentenichanos, surpreendentemente iluminados e abençoados por este acontecimento.

Para partilhar, em poucas palavras, o núcleo deste passo histórico e sagrado, transcrevemos uma parte da carta,  dos leigos de La Rioja, ao Papa Francisco, e as palavras centrais do enviado do Vaticano, responsável, na Igreja, pelas causas dos santos, celebrante principal da Santa Missa de beatificação.

Obrigado, Papa Francisco! pela beatificação dos mártires de La Rioja

“Juntamente com outros dirigentes leigos do nosso país, enviámos uma carta ao Papa Francisco para lhe agradecer a futura beatificação dos mártires de La Rioja, destacando a figura de Wenceslao Pedernera, dirigente da Acção Católica Rural na região de Cuyo. Ele tornar-se-á o primeiro mártir leigo e o primeiro membro de nossa Instituição a chegar aos altares.

“Os quatro beatos que o acompanham: Monsenhor Enrique Angelelli, o sacerdote Gabriel Longueville, o religioso Carlos Murias e o leigo Pedernera foram testemunhas do Reino de Deus num dos períodos mais negros da história argentina e juntos morreram, deixando-nos uma imagem da Igreja sinodal, na qual todos os baptizados são chamados a caminhar “com um ouvido no Povo e outro no Evangelho”, como disse o Bispo Angelelli, para servir os pobres e os excluídos”. Sem dúvida, o testemunho de Venceslau “chama-nos, a nós, leigos da Argentina, a abrir – como ele – as portas da nossa casa, da Igreja, das nossas instituições, das nossas famílias, para ir ao encontro daqueles que nos chamam e precisam de nós”.

Sin duda, el testimonio de Wenceslao “nos llama a los laicos de Argentina a abrir -como él- las puertas de nuestra casa, de la Iglesia, de nuestras instituciones, de nuestras familias, para salir al encuentro de quien nos llama y nos necesita”.

A carta foi assinada por dirigentes das Comissões Nacionais de Justiça e Paz, do Ministério da Juventude, da Conferência Episcopal Argentina, do DEPLAI (Departamento de Leigos da Comissão Episcopal de Leigos e Família), da Renovação Carismática e da Acção Católica Argentina.

Palavras do Cardeal Becciú que preside, em Roma, a Congregação para as Causas dos Santos

“Que o exemplo e a oração destes quatro bem-aventurados nos ajudem a tornarmo-nos, cada vez mais, Homens de fé, testemunhas do Evangelho, construtores de comunidades, promotores de uma Igreja comprometida com o testemunho do Evangelho em todos os âmbitos da sociedade, construindo pontes e derrubando os muros da indiferença”.

“Confiamos à sua intercessão esta cidade e toda a nação: as suas esperanças e alegrias, as suas necessidades e dificuldades. Que todos se alegrem com a honra oferecida a estas testemunhas da fé”, acrescentou o Cardeal.

“Que o Senhor sustente, com a força do Espírito Santo, aqueles que hoje trabalham pelo progresso autêntico e pela construção da civilização do amor”, concluiu.

Esta santidade posta em prática tem um rosto missionário

Recordamos também o que o nosso Director do Movimento, o Padre Pablo Gerardo Pérez, escreveu no dia 18 de Abril:

Pedimos ao Senhor, pela sua Paixão e Aliança, que nos transforme, que nos santifique. Sabemos que a santidade não é uma coisa distante ou extravagante e menos fraca ou ternurenta. Sabemos isso através do nosso carisma e, assim  no-lo recorda o Papa Francisco na sua Exortação Apostólica “Gaudete et exultate” e quer mostrar-nos isso na beatificação de Monsenhor Angelelli e dos mártires de La Rioja, no dia 27 de abril. Olhemos este acontecimento eclesial com um olhar de fé, como nos ensinou o nosso Fundador, o Padre Kentenich, um grande observador da vida. Ver por detrás de cada acontecimento da história, a mão amorosa de Deus que guia e conduz os seus filhos. Os Bispos de Aparecida (Doc. Conclusão, Capítulo 2) também nos lembraram isso quando nos disseram que o modo de olhar os acontecimentos, a partir da perspectiva da fé, é o modo de olhar os discípulos missionários. Ver por detrás destes novos Beatos o ânimo por uma santidade alcançável, com uma toada argentina.

Nós também queremos  ser santos porque o dom do Senhor nos santifica. Esta santidade posta em prática tem um rosto missionário. Por isso, nos unimos, espiritualmente, a todos os grupos missionários de Schoenstatt que, durante esta Semana Santa, estão em missão em diferentes partes do país: missões universitárias em Mendoza, Via Iesum; no Paraná, Ita Pater; em Buenos Aires, Quo Vadis; em San Juan, Crux Fidelis; no Chaco, o MUIPIM; em La Plata, Adsum Pater; juntamente com as Missões Familiares em Tucumán, Salta, Mar del Plata, San Isidro e Pilar.

A santidade tem rosto missionário

Original: espanhol (18/5/2019). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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