Posted On 2018-04-18 In Francisco - Mensagem, Igreja - Francisco - movimentos

És daqueles que não se conformam?

PAPA FRANCISCO – GAUDETE ET EXSULTATE •

És daqueles que não se conformam com uma vida medíocre? É o início forte de um vídeo apelativo. Um vídeo feito profissionalmente para apresentar uma nova Exortação Apostólica é uma coisa inédita. “ O Vaticano pôs pilhas novas” com um vídeo, verdadeiramente, atraente” comentou José Argüello do Paraguai que, neste fim-de-semana falou num Retiro sobre este novo convite do Papa Francisco a toda a Igreja. “Ter-lhes-ão sido úteis as “críticas construtivas” dos jovens no documento do pré-Sínodo.

És daqueles que não se conformam…? Há mais de um ano quando, na reunião da equipa base de schoenstatt.org, definimos a linha redactorial para estes anos, escolhemos o tema de Hoerde, ou seja, a passagem de Schoenstatt do laboratório e da experimentação para a realidade de ser uma autónoma União Apostólica que, declarou o apostolado como o seu objectivo próprio e a qual devia formar os seus membros como apóstolos em todas as profissões e agrupamentos. O “núcleo” de Hoerde foi resumido numa frase: Não nos conformarmos com o que já temos, sabemos, conhecemos e se faz. Uma atitude que responde à atitude de um Padre Kentenich de facilitar o surgimento da vida.

És daqueles que não se conformam…? É a pergunta que resume a nova Exortação Apostólica do Papa Francisco publicada em 9 de Abril, data na qual foi celebrada, este ano, a Solenidade da Anunciação do Senhor, sobre o chamamento à santidade no mundo actual. Um convite aos que não se conformam. Apenas a eles. A nós?

Santidade é o mais simples…

“Sobre a essência da santidade, pode haver muitas teorias, abundantes explicações e distinções. Uma reflexão do género poderia ser útil, mas não há nada de mais esclarecedor do que voltar às palavras de Jesus e recolher o seu modo de transmitir a verdade. Jesus explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo; fê-lo quando nos deixou as bem-aventuranças (cf. Mt 5, 3-12; Lc 6, 20-23). Estas são como que o bilhete de identidade do cristão. Assim, se um de nós se questionar sobre «como fazer para chegar a ser um bom cristão», a resposta é simples: é necessário fazer – cada qual a seu modo – aquilo que Jesus disse no sermão das bem-aventuranças.[66] Nelas está delineado o rosto do Mestre, que somos chamados a deixar transparecer no dia-a-dia da nossa vida”. (GE,63)

 

Não é um tratado mas um anseio por fazer ecoar o chamamento à santidade

 

«Cada um por seu caminho», diz o Concílio. Por isso, uma pessoa não deve desanimar, quando contempla modelos de santidade que lhe parecem inatingíveis. Há testemunhos que são úteis para nos estimular e motivar, mas não para procurarmos copiá-los, porque isso poderia até afastar-nos do caminho, único e específico, que o Senhor predispôs para nós. Importante é que cada crente discirna o seu próprio caminho e traga à luz o melhor de si mesmo, quanto Deus colocou nele de muito pessoal (cf. 1 Cor 12, 7), e não se esgote procurando imitar algo que não foi pensado para ele”. (GE, 11) Que mensagem para um Movimento que dá tanta importância à vocação, ao carisma e à opção pessoal de cada um dos seus membros.

Santidade da vida diária

Trata-se nada mais, nada menos, do grande tema do Padre Kentenich, a Santidade da vida diária. Uma santidade daqueles que não procuram santificar-se à custa do serviço no trabalho, na família e no serviço concreto, uma santidade que não é a de se esquivar mas a de sair.

“ Não é saudável amar o silêncio e esquivar o encontro com o outro, desejar o repouso e rejeitar a atividade, buscar a oração e menosprezar o serviço. Tudo pode ser recebido e integrado como parte da própria vida neste mundo, entrando a fazer parte do caminho de santificação. Somos chamados a viver a contemplação mesmo no meio da ação, e santificamo-nos no exercício responsável e generoso da nossa missão. Poderá porventura o Espírito Santo enviar-nos para cumprir uma missão e, ao mesmo tempo, pedir-nos que fujamos dela ou que evitemos doar-nos totalmente para preservarmos a paz interior? Obviamente não; mas, às vezes, somos tentados a relegar para posição secundária a dedicação pastoral e o compromisso no mundo, como se fossem «distrações» no caminho da santificação e da paz interior. Esquecemo-nos disto: «não é que a vida tenha uma missão, mas a vida é uma missão». (GE, 26-27)

O desejo do Papa Francisco

“Desejo coroar estas reflexões com a figura de Maria, porque Ela viveu como ninguém as bem-aventuranças de Jesus. É Aquela que estremecia de júbilo na presença de Deus, Aquela que conservava tudo no seu coração e Se deixou atravessar pela espada. É a mais abençoada dos santos entre os santos, Aquela que nos mostra o caminho da santidade e nos acompanha. E, quando caímos, não aceita deixar-nos por terra e, às vezes, leva-nos nos seus braços sem nos julgar. Conversar com Ela consola-nos, liberta-nos, santifica-nos. A Mãe não necessita de muitas palavras, não precisa que nos esforcemos demasiado para Lhe explicar o que se passa connosco. É suficiente sussurrar uma vez e outra: «Ave Maria…». (GE, 176)

“Espero que estas páginas sejam úteis para que toda a Igreja se dedique a promover o desejo da santidade. Peçamos ao Espírito Santo que infunda em nós um desejo intenso de ser santos para a maior glória de Deus; e animemo-nos uns aos outros neste propósito. Assim, compartilharemos uma felicidade que o mundo não poderá tirar-nos”.  (GE, 177)

O Papa apela à santidade no mundo actual.

E, então agora? Schoenstatt, schoenstatteano, sois daqueles que não se conformam?

 

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EXORTAÇÃO APOSTÓLICA GAUDET ET EXSULTATE

Original: espanhol (15/4/2018). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

 

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