Posted On 2018-02-04 In Igreja - Francisco - movimentos

Um país inteiro “em modo Papa Francisco”

PAPA FRANCISCO NO PERÚ, Manuel Huapaya

Há alguns dias atrás, o nosso querido Papa Francisco dava por terminada a sua viagem ao Chile e ao Perú, respectivamente. Dias intensos e de árduo trabalho para o Bispo de Roma que, chegou às nossas terras querendo e desejando para os nossos povos: paz, unidade e esperança (Chile: “dou-vos a minha paz”, Perú: “Unidos pela esperança”). A sua chegada ao Perú foi um anseio que ia crescendo cada vez mais. Na quinta-feira 18 de Janeiro, acompanhávamo-lo pela televisão, celebrando a sua última Missa em terras chilenas, em Iquique e partindo rumo ao Perú, embargava-nos a emoção de que, em breve, tocaria terras peruanas. A sua chegada estava prevista para as cinco e vinte da tarde. De repente, os radares, que o seguiam, indicavam que Francisco já sobrevoava território peruano, foram ao seu encontro cinco aviões militares para escoltar tão ilustre visitante, por uns dias, o Perú paralisar-se-ia e viveria, como o disse a imprensa, em modo Francisco. Minutos antes das cinco e vinte, o Papa Francisco aparecia à porta do avião, um rosto de alegria mas, ao mesmo tempo, de cansaço e preocupação.

Só querem vê-lo

As pessoas emocionadas saíam para as ruas por onde ele passaria, não importava que não parasse, o que importava era, pelo menos, ver a sua cara e sentir, talvez, no coração que o próprio Cristo andava no meio de nós. Todo o seu percurso desde a saída do Grupo Aéreo até à Nunciatura foi escoltado por milhares de pessoas que ansiavam vê-lo e, talvez, se fosse possível, tocar-lhe. Antes de entrar no local onde ficaria alojado nesses dias, parou e, apesar do cansaço, deu-nos a bênção, rezámos à Mãe como ele Lhe chama e, terminou, como é hábito, pedindo-nos que rezássemos por ele.

Um presente e um desafio para Schoenstatt no Perú

Para nós, era um presente e um sinal pessoal da Mater que chegasse num dia 18 e que visitasse a cidade de Trujillo, cidade onde está situado o primeiro Santuário de Schoenstatt no Perú, em 20 de Janeiro. A sua passagem pelo Perú quis ser um reavivar da fé do nosso povo, desafiar a nossa tarefa e convidar-nos para novos desafios. Quando nos falou da cultura de descarte parecia que nos falava do 31 de Maio. Quando nos falou do papel de Maria, do Seu agir como Mãe, da cultura hodierna que quer que, vivamos sem Mãe, veio-nos à mente a Aliança de Amor. Antes de partir pediu-nos: não deixem que vos roubem a esperança e, ouvíamos o nosso Pai: Com Maria, alegres na esperança, seguros da Victória, rumo aos tempos mais novos. Francisco traz, constantemente, à nossa memória as palavras do nosso Pai-Fundador José Kentenich, também quando falou aos nossos Bispos da necessidade de atravessar para a outra margem…rumo às novas praias, diria o nosso Pai.

 

Não deixem que vos roubem a esperança

Como muitos, procurar Francisco, ver as suas atitudes em cada uma das actividades, foi importante para constatar que o Pastor da nossa Igreja Católica, é um homem que, todos os dias, luta pela sua santidade que se sabe débil face à enorme tarefa que recai sobre os seus ombros que, apesar do seu cansaço teve que nos sorrir porque sabia o muito que o tínhamos esperado e que, em cada mensagem, nos urgiu a criarmos um mundo diferente, a ouvirmos os nossos idosos, a não perdermos as nossas raízes, a nossa identidade. Hoje, ficamos com tanto na memória e no coração que, poderíamos encher folhas inteiras, escrevendo.

Agora é tempo de continuar a decantar, na vida de todos os dias, tudo o que nos ofereceu… Duas das suas últimas mensagens ressoam neste tempo. A primeira é um questionamento diário: “Amanhã vais-te esquecer de tudo isto ou, na próxima semana?” E a segunda, que nos acompanhará sempre e em qualquer circunstância: “Não deixem que vos roubem a esperança”

Obrigado Francisco, pela tua simplicidade, pela tua humanidade, pelo teu sorriso franco ao interagires com as crianças e os jovens, pelas tuas carícias aos doentes e aos idosos, pelo teu rosto sério, pelos teus mal-estares, pelo teu cansaço; obrigado por teres Maria presente a todo o momento, obrigado pelas tuas bênçãos da varanda da Nunciatura, obrigado pela tua mensagem clara e franca face ao governo do nosso país. Prometemos rezar por ti e lutar diariamente contra as nossas limitações para ajudarmos a nossa Igreja a ser santa e coerente no seu agir.

 

Original: espanhol (30/1/2018). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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