Posted On 2017-05-25 In Igreja - Francisco - movimentos

Maio de 2017, em Fátima, no Centenário das Aparições, um peregrino chamado Francisco foi o mensageiro da paz, da esperança e da misericórdia

PORTUGAL, por Lena Castro Valente •

O Papa Francisco pisou Fátima, em Terra de Santa Maria, pela primeira vez neste mês de Maio de 2017 para honrar Nossa Senhora no Centenário das Aparições e para Canonizar os Pastorinhos Jacinta e Francisco Marto, os pequenos videntes da Cova da Iria que souberam viver, santa e heroicamente, os seus escassos dias nesta Terra. Três crianças (Lúcia a mais velha que, faleceu há doze anos) a quem a Senhora mais brilhante que o sol pediu “coisas difíceis” de cumprir, até para gente adulta. Mas é bem verdade que não há almas de criança e almas de adulto, a nossa alma é-nos dada toda inteira à partida…

Francisco, o mensageiro da paz, da esperança e da misericórdia

Francisco não veio a Fátima na sua qualidade de Papa – embora a veste branca não nos deixasse esquecer que ele é o Bispo de Roma – veio como filho, como um peregrino mais, como alguém que, simples e humildemente, se irmana a todos, em especial aos mais desvalidos. Francisco não quer e não gosta de “trombetas” tocando à sua passagem para o anunciar, como teria gostado de caminhar livremente pelo meio da multidão e de “tocar” com o seu sorriso e com o seu coração a realidade humana de todos os peregrinos. Dando e recebendo amor, animando e sendo animado na senda da fé e da esperança, fortalecendo e sendo fortalecido na alegria da certeza da insondável Misericórdia do nosso Deus. Obrigado por me acolherdes entre vós e vos associardes a mim nesta peregrinação vivida na esperança e na paz” (Bênção das Velas na Capelinha das Aparições 12/5)

Mas, Francisco adquiriu a nível mundial – na Argentina isso já era um dado adquirido – uma autoridade moral, ética e humana que só os líderes iluminados pela Graça de Deus, porque estão repletos do Espírito Santo, podem ter. O que diz conta…porque o vive radicalmente no seu dia-a-dia. Por isso, as suas palavras são tão importantes para nós.

Fátima é o lugar onde Nossa Senhora fez vários pedidos, entre eles a reza diária do Terço e penitência – não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido – penitência pelos pobres pecadores para que possam alcançar o seu perdão.

No entanto, Francisco consegue sempre fazer-nos descobrir o outro lado da realidade do nosso Deus Grande injustiça fazemos a Deus e à sua graça, quando se afirma em primeiro lugar que os pecados são punidos pelo seu julgamento, sem antepor – como mostra o Evangelho – que são perdoados pela sua misericórdia! Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia” e “ Assim, na fé que nos une à Cruz de Cristo, ficamos livres dos nossos pecados; ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado (cf. 1 Jo 4, 18). «Sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do carinho. Nela vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos mas dos fortes, que não precisam de maltratar os outros para se sentirem importantes (…) “Tomados pela mão da Virgem Mãe e sob o seu olhar, podemos cantar, com alegria, as misericórdias do Senhor. Podemos dizer-Lhe: A minha alma canta para Vós, Senhor! A misericórdia, que usastes para com todos os vossos santos e com todo o vosso povo fiel, também chegou a mim”… (Capelinha das Aparições, Bênção das Velas 12/5)

O Pontificado de Francisco é todo ele orientado pela misericórdia – aliás a sua vida sacerdotal é orientada pela misericórdia – por isso, o Ano Jubilar da Misericórdia pode ter terminado no calendário mas não na prática de todos os dias, nem no anseio dos corações. A peregrinação a Fátima é mais um exemplo disso…

Francisco, o peregrino, para quem Maria é a sua “mamã”

Em Fátima Francisco veio ao encontro da sua Mãe…ninguém ficou indiferente quando estando ele na Capelinha face a face com Ela foi pedido e respeitado o silêncio integral – no recinto estavam à volta de um milhão de peregrinos – e o silêncio que, pareceria impossível naquelas condições foi cumprido, e todos pudemos, assim, ficar, tal como o Papa, a “sós” com Ela. Francisco por causa de problemas articulares e da ciática não pôde ajoelhar mas, era perceptível que se, o seu corpo não podia dobrar-se perante a Mãe, a alma e o coração dele estavam prostrados por terra, como naquele longínquo dia em que um Bispo impôs sobre ele as suas mãos e, em resposta ao seu Adsum, o ungiu sacerdote.

Na Homilia da Missa de 13 de Maio ele disse-nos: Queridos peregrinos, temos Mãe, temos Mãe! Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Jesus, pois, como ouvíamos na Segunda Leitura, «aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo» (Rm 5, 17). Quando Jesus subiu ao Céu, levou para junto do Pai celeste a humanidade – a nossa humanidade – que tinha assumido no seio da Virgem Mãe, e nunca mais a largará. Como uma âncora, fundemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos Céus à direita do Pai (cf. Ef 2, 6). Seja esta esperança a alavanca da vida de todos nós! Uma esperança que nos sustente sempre, até ao último sopro” e “ Irmãos e irmãs, obrigado por me acompanhardes! Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas. Sob o seu manto, não se perdem; dos seus braços, virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos no Batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados. Queridos irmãos, rezamos a Deus com a esperança de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos homens com a certeza de que nos vale Deus”.

Tendo-A experimentado como Mãe ao longo da sua vida – tal como o nosso Pai-Fundador, Padre José Kentenich – ele não deixa de nos exortar sempre, tal como o nosso Pai, a que, a exemplo de S. João A levemos para nossa casa e vivamos da nossa relação materno-filial com Ela. Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor”. (Homilia da Missa do dia 13 de Maio)

A Aliança de Amor com Maria da qual o Movimento de Schoenstatt é o depositário e paladino é um tesouro pelo qual devemos sempre estar agradecidos – nós os que já A selámos – e, o qual devemos, segundo as nossas possibilidades, tornar conhecido.

Muito obrigado Papa Francisco pela sua presença em Fátima e pelas suas palavras dirigidas ao mundo inteiro.

 

Para saber mais sobre o que o Papa disse em Fátima indicam-se a seguir os respectivos links:

Peregrinação a Fátima: Oração durante a visita à Capelinha das Aparições

Saudação de Francisco aos doentes

Diálogo do Santo Padre com os jornalistas no voo de regresso a Roma

As notícias do Santuário de Fátima sobre a visita do Papa

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