Posted On 2016-01-12 In Francisco - Mensagem, Igreja - Francisco - movimentos

Francisco, prémio Carlos Magno 2016 pelo seu contributo para o projecto de unidade europeu

FRANCISCO NA EUROPA •

O Papa Francisco será galardoado com o prémio Carlos Magno 2016 pelo seu contributo para o projecto de unidade europeu, segundo foi, hoje, anunciado pela cidade de Aachen e pelo Comité que outorga o prémio desde 1950.

“Nestes tempos, nos quais muitos cidadãos e cidadãs da Europa procuram orientação, Sua Santidade, o Papa Francisco oferece uma mensagem de esperança e de alento”, segundo a organização do Prémio.

O Papa é “uma voz da consciência” que advoga que, o Homem seja o centro da política – segundo a organização. Põem em destaque o modo como Francisco relembra que a Europa “tem uma obrigação para com a paz, a liberdade, a justiça, a democracia e a solidariedade”.

O porta-voz do gabinete de imprensa do Vaticano, Federico Lombardi, explicou que, o Pontífice argentino aceita o Prémio, “mas de modo excepcional”, desta instituição com sede em Aachen (oeste da Alemanha), que lhe foi concedido pelo seu contributo para a unidade europeia.

Lombardi explicou que, a decisão do Papa em o aceitar é sobretudo em nome “da paz e de quem se compromete com a paz na Europa e no mundo, neste momento” no qual se fala “duma guerra mundial aos bocados”.

“Recebo este Prémio para o dedicar à Europa como incentivo para animar o trabalho pela paz”, são palavras que o Papa disse ao porta-voz.

A cerimónia de entrega da medalha não terá lugar na cidade alemã de Aachen, como é costume, mas em Roma. Ainda não há data para o acto.

Francisco pronunciou, no ano passado, um discurso perante o Parlamento Europeu em que defendeu que, a Europa unificada não gire em volta da economia. Apelou à solidariedade com os pobres e com os idosos.

Acusou os europeus de darem “ uma impressão de cansaço, de envelhecimento e de escassa fertilidade”, segundo lembrou hoje o Comité do Prémio.

Francisco será o 58º premiado com a distinção alemã que, tem o nome do Rei e Imperador que unificou a Europa ocidental na Alta Idade Média (747/48 – 814).

Numa declaração divulgada quarta-feira (23 de Dezembro) na Rádio Vaticano, o Director da Sala de Imprensa da Santa Sé http://w2.vatican.va/content/vatican/pt.html , Pe. Federico Lombardi, lembrou que, o Papa Francisco “nunca aceitou prémios nem condecorações”, no entanto, agora decidiu recebê-lo. “Um facto completamente excepcional e, podemo-nos perguntar porque o aceitou”, indicou.

Fiz-lhe a pergunta e, ele respondeu-me que este é um prémio para a paz e, neste tempo em que somos testemunhas destes graves riscos para a paz no mundo – fala muitas vezes da Terceira Guerra mundial – considera que, falar da paz, animar e agir pela paz, seja fundamental”.

Isto é, “o Papa interpreta este prémio, não tanto como algo que lhe tenha sido outorgado a ele, para o honrar mas, uma ocasião para uma nova mensagem de compromisso pela paz, dedicada e dirigida a toda a Europa que é um continente que deve construir e, continuar a construir a paz no seu interior e ser activo, e ter um grande papel pela paz no mundo. Portanto, um prémio para a paz, uma oportunidade de oração pela paz, todos juntos, o Papa com todos os povos e todas as pessoas de boa vontade que, expressa o alento, o desejo, o compromisso em construir a paz no continente e, também, em todo o mundo”.

O porta-voz vaticano também destacou que “ o primeiro Papa não europeu dos tempos modernos recebe um grande prémio europeu. Isto, porque, com o seu grande discurso, em Estrasburgo, que todos recordamos, soube, já então, dirigir-se à Europa”.

“O Papa soube relançar os horizontes mais sólidos, mais profundos, mais belos, de valores: o respeito pela pessoa humana, o compromisso com a solidariedade com todos os povos, a construção da paz… Os grandes valores, sobre os quais, assenta a ideia da Europa que, deve renascer e deve continuar a ser actual e viva e capaz de dar um contributo rico, também, de perspectiva ideal para a humanidade inteira”.

“Um Papa que olha para a Europa com consciência, também, com perspectiva de fora da Europa, num horizonte de caracter global, é capaz, tem a autoridade para lembrar à Europa a sua vocação mais profunda e mais importante e, de a animar a não ter medo, a não se desalentar, para continuar a propôr estes ideais à humanidade inteira, com a sua riqueza de recursos, de inteligência, de história, de cultura que, devem continuar a ser utilizados para o bem da humanidade inteira”, indicou.

FONTES: RD, ACI

Original: espanhol. Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

 

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