Posted On 2015-10-23 In Igreja - Francisco - movimentos

Famílias imigrantes e dolorosas divisões são temas do Sínodo

SÍNODO DOS BISPOS, por

Na terça-feira, 20 de Outubro, teve lugar, na Aula João Paulo II, no Vaticano, o encontro quotidiano dos Padres Sinodais, com a imprensa. Os Arcebispos, Lluís Martinez Sistach (Espanha) e, Alberto Suarez Inda (Máxico), comentaram a situação das famílias divididas por causa da migração forçada e a situação dos imigrantes que vivem noutra cultura.

Uma fotografia da dimensão do fenómeno foi a comovedora carta que, a pequena Sophie Cruz, de 5 anos, entregou ao Papa Francisco durante a sua visita a Washington, DC (E.U.), em Setembro, na qual, explicava que estava triste e tinha medo duma possível deportação dos seus pais mexicanos: “Que parem as deportações dos nossos papás porque, precisamos deles para crescermos saudáveis e felizes”.

Focando outro aspecto da situação fronteiriça, o Arcebispo de Morelia (México) explicou que, sobre o fenómeno da imigração não basta que, se envie dinheiro para a manutenção da própria família porque, a distância e a divisão também criam muitos casos de infidelidade.

A migração traz consigo uma transculturação e aumenta o risco de acabar com a intimidade dos esposos que, ficam separados durante muito tempo. Não obstante, as novas gerações que se estabelecem nos E. U., cada vez mais, se casam e fundam aí um lar com os seus filhos.

Neste sentido, exortou a Igreja do México e dos Estados Unidos a trabalharem juntas “com critérios comuns para ajudarem que, em ambos os lados da fronteira, nos nossos países, os fregueses possam ter uma boa formação”.

Por seu lado, o Arcebispo de Barcelona, Sistach, denunciou que, as pessoas emigram por necessidade e, em muitos casos, é devido à falta de trabalho, com várias consequências a nível familiar. “É mais fácil exportar capitais que dar livre-trânsito às pessoas”, disse, ao lembrar o documento Gaudium et Spes.

O Cardeal Suarez evidenciou que, os imigrantes correm o risco de perderem a sua identidade cultural e religiosa e, instou a um maior acolhimento e mobilização das Paróquias para os acolherem com “generosidade”, além de agradecer o precioso trabalho que já fazem as Igrejas do outro lado da fronteira.

Viagem ao México do Papa

Em relação ao projecto, em agenda, da viagem apostólica do Papa Francisco ao México, ainda sem data, o Cardeal Suarez adiantou que, os possíveis assuntos da agenda poderiam ser a paz, o diálogo e a reconciliação para as vítimas e, no contexto do Ano Jubilar, o perdão, sob o arrependimento dos criminosos.

Assim também, o Papa poderia encontrar-se com os jovens e visitar uma prisão. Além de ir reforçar a grande devoção mariana do país. “Bom, somos 85% de católicos mas, 100% de guadalupenses”, acrescentou. Assim, o Papa cumpriria o seu propósito de ir visitar o Santuário de Guadalupe.

A visita, indicou, “não será, apenas, um bálsamo, mas também, um impulso para nos comprometermos, como católicos e como cidadãos”, disse o Arcebispo Suarez.

Círculos menores trabalham a um ritmo intenso

Voltando à temática do Sínodo, na mesma conferência participaram o Arcebispo de Durban, Wilfrid Fox Napier (África do Sul) e o Director do Gabinete de Imprensa, Federico Lombardi, os quais, informaram que, os relatórios dos Círculos seriam apresentados na Assembleia, nessa terça-feira à tarde durante a XIV Congregação Geral.

Não há divisão, apenas uma preocupação autêntica pelas famílias

No que diz respeito à carta privada dos 13 Cardeais dirigida ao Papa, na qual, expressavam dúvidas sobre o método do Sínodo, o Cardeal Napier que, admitiu ter assinado a missiva, sustentou que “foi feito no espírito que o Papa pedia aos Padres Sinodais para que “falassem, abertamente, honestamente e humildemente”.

Do mesmo modo, o Cardeal sul-africano expressou que a expectativa da Assembleia “é que vá dar um impulso às Igrejas locais para assegurar que tenhamos bons casamentos” e, acompanhar as famílias em geral.

Preparação dos casais

Neste sentido, o Cardeal Sistach explicou que, o objectivo do Sínodo é caminhar com as famílias e com os casais porque, “as pessoas casam-se para serem felizes e para criarem uma família. È preciso, conseguir que esta família seja feliz”.

Contudo, assegurou que é, uma felicidade que vai amadurecendo no casamento e, por isso, sublinhou a necessidade da preparação dos esposos. Por isso, nos Círculos se “falou duma preparação remota e duma preparação mais próxima para o casamento”. Isto, porque há “baptizados que não têm a formação religiosa necessária, mas, primeiro que nada, falta-lhes um encontro pessoal com Cristo”.

A Igreja, confirmou o Cardeal mexicano, deve olhar para o futuro com esperança, os baptizados não podem ser profetas da desgraça mas, homens e mulheres de esperança.

Deste modo, relembrou o Papa João XXIII que pediu aos católicos para não serem “profetas da desgraça”, mas antes, agirem, sempre, como homens e mulheres de esperança.

O percurso do Sínodo

Nos dias que se seguem, no Sínodo, realizar-se-ão diversas votações para a eleição dos Conselhos e para as reuniões da Comissão para a realização final, cujo projecto será entregue aos Padres Sinodais para ser revisto e discutido antes da sua aprovação definitiva que se realizará durante a XVIII Congregação Geral do próximo sábado, 24 de Outubro.

Fonte: www.aleteia.org – somos partners

 

Vossa Santidade, Papa Francisco

Chamo-me Sophie Cruz, tenho 5 anos, sou cidadã americana de raiz mexicana, vivo em Los Angeles, Califórnia, no coração da agricultura.

Quero dizer-te que, o meu coração está triste com o ódio e a descriminação aos imigrantes deste país. Peço-te que fales com o Presidente Barack Obama e com os Congressistas para que APROVEM A REFORMA MIGRATÓRIA para os imigrantes, eles são boas pessoas, sabem trabalhar nos campos, cultivando laranjas, melancias, cebolas e muitos vegetais. Portanto, merecem sair da obscuridade e, que sejam reconhecidos pelo trabalho tão duro que fazem, como o meu papá que, quase não o vejo. Que parem as deportações dos nossos papás porque precisamos deles para crescermos saudáveis e felizes.

Diz-lhes, também que, não continuem a fazer cortes no orçamento para a educação na minha Califórnia, é injusto que, nos cortem as asas e, matem os nossos sonhos. Nós, as crianças, somos a esperança, a luz e o futuro.

Rezemos juntos, por mim e por eles, para termos forças para continuar a lutar pelos nossos sonhos.

Tenho fé que, em breve, se vai embora a dor e chegará a paz. Obrigado pelas suas bênçãos e pela sua bondade.

Su Santidad Papa Francisco

Me llamo Sophie Cruz, tengo 5 años, soy ciudadana americana de raíces mexicana, vivo en Los Ángeles, California, en el corazón de la agricultura.

Quiero contarte que mi corazón está triste por el odio y la discriminación hacia los inmigrantes de este país. Te pido que hables con el presidente Barack Obama y con los congresistas para que APRUEBEN LA REFORMA MIGRATORIA para los inmigrantes, ellos son buenas personas, saben trabajar en los campos, cultivando naranjas, sandías, cebollas y muchos vegetales. Por lo tanto merecen salir de la oscuridad y que sean reconocidos por el trabajo tan duro que hacen como mi papá, que casi no lo veo. Que paren las deportaciones de nuestros papás, porque los necesitamos para crecer sanos y felices.

Dile también que no siga recortando el presupuesto para la educación en mi California, es injusto que corten nuestras alas y maten nuestros sueños. Nosotros los niños somos la esperanza, la luz y el futuro.

Oremos juntos por mí y por ellos, para tener la fuerza de seguir luchando por nuestros sueños.

Tengo fe que pronto se irá el dolor y llegará la paz. Gracias por sus bendiciones y su bondad.


Original: espanhol. Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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