Posted On 2012-03-03 In Coluna - P. José María García

A exemplo do Padre Kentenich, peregrinamos em Aliança Solidária

org. Há momentos de Tabor em Schoenstatt; há momentos em que Schoenstatt mostra sua face ou sua alma mais belas; momentos em que aflora o melhor da profundidade de seu carisma e de sua experiência original. Um desses momentos foi indubitavelmente a Conferência 2014. E outro de tais momentos foi o dia 20 de fevereiro do ano corrente e os dias subsequentes, com uma notícia que teve o potencial de criar somente dor e incerteza. “Estou deveras impressionado pela repercussão que está tendo a notícia de minha enfermidade e da renúncia consequente das tarefas diretivas de 2014”, palavras do Padre José María García em conversa tida com a schoenstatt.org. Só “agora” me apercebi do grande potencial de vida “renovadora” que há em nossa Família internacional, quando se trata de oferecer e de fazer solidariamente grandes sacríficos, quer por questões de saúde, quer por situações de limitação e de contingência…”. A partir disso, está nascendo uma iniciativa, tão singela quanto genial, tão motivada pelo espírito do tempo da fundação quanto pelo 2014: Aliança solidária, oferecimento em aliança, uma aliança entre os responsáveis das tarefas de preparação para o Jubileu de 2014, bem como, pelos responsáveis pelo oferecimento e pelas contribuições para o Capital de Graças, tão concreta e tão pessoal, como é a própria aliança. A Aliança, neste caso, é fraterna e encontra-se ao serviço da missão e de projetos, em que a missão se torna concreta.

Org: Sua carta dirigida à Família despertou espontaneamente uma verdadeira torrente de oração e de compromisso com o senhor e com a missão de 2014 que o senhor representa e encarna. Muitos foram os que se referiram a esta frase: Ela confia em nós; independentemente de nossas debilidades, ou justamente porque, como Ela, experimentamos nossa pequenez ante a missão; é o selo das obras provenientes de Deus. Porque experimentamos e sabemos que nunca vivemos nem poderemos viver à altura da missão confiada, é que a reassumimos diariamente, consagrando-lhe o que temos, o que podemos, o que fazemos e deixamos por fazer. Ela é Aquela que opera grandes coisas em e por seus aliados; não quer outros”. Nestas palavras suas descobriram um chamado e uma nova mirada para as limitações e debilidades próprias; uma das primeiras respostas veio do Chile: “Associo-me (com o meu grupo) a esta iniciativa de oração e coloco-me à disposição para em 2014 levar para Schoenstatt todas as contribuições para o Capital de Graças, a fim que o Padre José María, já curado, possa depositá-las, como presente, no túmulo do Padre Kentenich… Sem dúvida alguma, “respiramos” Cultura de Aliança! Minha mãe (91) anota-me as dezenas do Terço que reza pelo Padre José María… ‘Agora também colaboro com o teu 2014’, assim diz ela…”

Pe. José María García: Tudo isso muito me impressionou, de sorte que penso que, havendo a Mater aberto esta porta mediante minha situação, poderíamos prosseguir e abrir um bom espaço em schoenstatt.org e em schoenstatt2014.org na linha do “apoio solidário” espiritual como contribuição para o Capital de Graças, no oferecimento da dor e da enfermidade em prol daqueles que têm “escassez de meios e de audácia” em seu trabalho pelo 2014. É a forma mais profunda e radical de construir a Cultura da Aliança, a partir das raízes; e digo isso, porque eu próprio me vejo como membro desta comissão de oferecimento em Aliança… Para cada limitação em meios – humanos, materiais, de atitudes, de resposta a esforços, de tempo e de força – temos pessoas que se “responsabilizam”, mediante seus oferecimentos em Aliança por eles. Imagino uma Aliança pessoal e real entre os dirigentes da organização, dos programas, das tendas, da comunicação, dos projetos e dos que assumem o oferecimento….

Org: O círculo de colaboradores mais empenhados de schoenstatt.org tornou-se, em poucas horas, membros desta comissão de oferecimento – e com um entusiasmo incrível; ao mesmo tempo, redobramos os esforços no trabalho. Sua ideia é puramente Schoenstatt, algo que já surgiu várias vezes em schoenstatt.org, por ocasião do terremoto no Haiti e no Chile.

Pe. José María García: É algo muito simples e que evita o perigo de um conceito puramente ideológico ou intelectual da Aliança; e encontra-se na linha de nosso Padre Kentenich, do oferecimento mútuo, da solidariedade de destinos, algo tão real para ele em seu tempo de Dachau e de seu regresso de Milwaukee. Creio que em nossa Família de Schoenstatt há um grande anseio de contribuir para o Capital de Graças, de aproveitar esta possibilidade de dar sentido transcendente e apostólico, missionário a tudo e poder mobilizar algo a partir da própria situação da enfermidade, da dor e da limitação. Outrossim esta consciência de não ser impotente ante as necessidades de alguém que me é importante, a possibilidade de poder fazer algo onde humanamente nada, a bem dizer, se pode fazer.

Org: Sua proposta é tão singela e, por isso, genial, Padre José María. É precisamente isso que o Padre Kentenich reza no “Rumo ao Céu”: ”Neles repercutem teu ser e tua vida…” Se reconheço que meu ser e minha vida repercute no outro, isso me leva a crescer mais por essa pessoa. Na verdade, afigura que não seja o senhor, Padre García, o autor da ideia de “oferecimento em aliança”, senão o próprio Padre Kentenich; pois a esse respeito já há algo na revista MTA. O Padre Kentenich impulsionou as alianças pessoais entre os jovens estudantes em Schoenstatt (que lamentavam não poderem ir para as trincheiras para ajudar os mais velhos no apostolado) e os soldados na guerra. Os alunos ofereciam seus deveres escolares pelos soldados… Há uma carta onde um dos soldados escreve que a dedicação de seu aliado ao estudo – que tanto lhe custa! – o obriga a esforçar-se mais em seu apostolado na trincheira, “para não desaparecer tanto empenho”. Creio que com esta comissão de “oferecimento em aliança” estamos no centro do espírito original de Schoenstatt…

Pe. José María: Fizemos algo análogo durante a Conferência 2014, quando distribuímos os dias da conferência entre grupos da Família. Em um dia dificultoso, alguém de nossa equipe entrou no site da Juventude Masculina do Brasil, que nesse dia se havia comprometido rezar e oferecer algum sacrífico em prol da Conferência 2014, e viu que precisamente nesse dia muitos haviam deixado seus oferecimentos no mural do site. E nesse mesmo instante, escreveu-lhes dizendo que nesse momento precisávamos urgentemente dessas contribuições. Com isto, tornaram-se deveras protagonistas da Conferência. E aqui sucede o mesmo: em muitos trabalhos, projetos e atividades da Família, de modo discreto, porém efetivo, há este tipo de “aliança solidária”.

Org: “A mim resta-me agora peregrinar de outro modo, porém com a mesma atitude e meta”. Esta frase de sua carta refere-se a algo que é parte essencial desta aliança que propõe. Tal como agora está sucedendo ao senhor, uma vez que se encontra no “lado do oferecimento”, poderá vir outrossim a suceder o mesmo a cada um de nós que tenha de estar no outro lado da aliança e continuar peregrinando “em aliança” e dando seu contributo à mesma missão, atitude e meta. E, ao mesmo tempo, pode-se pertencer aos dois lados. Oferecendo tudo em prol de alguém e de sua missão, dando, ao mesmo tempo, continuidade a uma tarefa e esperando que um apoie o outro nessa tarefa, com seu oferecimento. Todos nós somos aliados; nestes dias, entre as orações e pedidos enviados para a Santa Missa, celebrada aos sábados, no Santuário Original, encontrou-se esta mensagem, enviada por uma missionária da Campanha: “Mãe a Ti Te ofereço minhas virtudes e talentos, bem como, meus defeitos em prol da peregrinação rumo a 2014…”

Pe. José María. Como família aliada, neste sentido, peregrinamos rumo a 2014, dando um testemunho de aliança solidária. Todos nós somos 2014; todos nós organizamos 2014; todos nós peregrinamos rumo a 2014, com as contribuições que nos cabe a oferecer. Penso que havendo a Mater aberto esta porta com a minha situação, podemos ampliá-la a todos os que estão trabalhando e dando o melhor de si nas diversas equipes. Criamos agora a “linha do oferecimento” em aliança pelas pessoas que estão dando tudo de si e trabalhando diretamente em prol de 2014, quer em Schoenstatt, quer nos próprios países…

Além de vivermos em Aliança com Maria Santíssima em nossos Santuários, em aliança entre nós, tal como nosso Fundador almejava para a nossa Família, trabalhamos em prol da Nova Evangelização, criamos e damos testemunho da Cultura da Aliança na Igreja, no mundo, de modo muito simples e concreto, e construímos a partir do mais pessoal, por outra, dos vínculos solidários, uma nova ordem social e uma maneira de ser Igreja…

Havemos mister de cultura de aliança no espírito da Conferência 2014 para o Jubileu da Família de Schoenstatt.


Schoenstatt.org abre-se a esta inciativa, podendo já principiar via comentários… Nos próximos dias haverá no site um espaço para o desenvolvimento concreto da inciativa “Oferecimento em aliança”.

Prosseguimos nosso peregrinar rumo a 2014, com a mesma atitude e meta”


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