Posted On 2011-10-29 In Coluna - P. José María García

Imagem da Nova Evangelização

Imagen de la nueva evangelizaciónorg. Momentos há na vida que talvez apenas durem um minuto ou menos e que se convertem em mensagem para anos ou quiçá para séculos. Na vigília da juventude com o Santo Padre, ocorrida em 24 de setembro de 2011, em Friburgo, Alemanha, o fotógrafo da Agência KNA captou um desses momentos: A luz de Cristo, oferecida por uma Igreja que dá testemunho, representada na Mãe Peregrina e Missionária nas mãos de um jovem erguido sobre os ombros de outrem. “Imagem da Nova Evangelização”, assim a intitulou espontaneamente o Padre José María García, chefe da Comissão 2014, responsável pela preparação do Jubileu 2014. E schoenstatt.org falou com ele a respeito desta foto no contexto de 2014 e da Nova Evangelização.

É uma imagem cheia de luz, cheia de esperança, cheia de fé, cheia de movimento: um brilho singular nos olhos, um mar de luzes debaixo de um céu escuro, jovens com suas camisetas amarelas com os dizeres: “missões”; e um desses jovens, sobre os ombros de outro, ergue a Imagem da Mãe Peregrina. “Este jovem personifica o que expressa a Mãe Peregrina”, assim comentou o Padre José María García, e acrescentou: “A Mãe Peregrina Missionária!” É a Nova Evangelização personificada… Imagem de um Santuário vivo.

Que leva o senhor a interpretar esta foto no contexto do triênio de preparação para o Jubileu 2014?

Imagen de la nueva evangelizaciónA foto é como um símbolo da Nova Evangelização, a partir da experiência de fé de Schoenstatt. Este é o contexto pelo qual parece que Nossa Senhora, com o Jubileu 2014 e o triênio antecedente, prepara sua Família. Vemos a Nova Evangelização, uma iniciativa do Santo Padre, como resposta aos grandes desafios e oportunidades que o tempo atual nos delineia como Igreja, sobretudo nos antigos países cristãos.

Neste contexto, a imagem do jovem missionário sobre os ombros da Família, com a Mãe Peregrina erguida, é como uma antecipação da Família renovada em suas forças vitais, uma Família de Schoenstatt que vive da consciência missionária de que a Aliança de Amor é capaz de gerar uma cultura que pode responder às necessidades e desafios de nosso tempo em todos os âmbitos da vida. Uma Família de Schoenstatt solidária em que uns exaltam outros, não para atrair a atenção para si mesmos, senão para exaltar a luz de Cristo e a imagem de Maria Educadora, Peregrina e Missionária na força de um movimento da Igreja, jovem em anos – contando apenas 100 anos de existência – e em vitalidade. É uma família que faz parte de uma Igreja que, com a ousadia da juventude e com a confiança depositada em Deus e nos irmãos, nos impele a oferecer a esperança da luz de Cristo aos homens e mulheres de nosso tempo. Para mim, esta foto é como uma promessa feita à Igreja e ao mundo: A antiga cultura cristã experimentará, tal como esperamos e suplicamos para o Movimento Apostólico de Schoenstatt na graça de seu Jubileu 2014, e com a força de corações juvenis, arraigados em Cristo, solidários, marianos e missionários, como Jesus Cristo nos leva a ver o mundo com o mesmo amor e esperança, com que Deus Pai nos vê.

O senhor vê, portanto, o Schoenstatt após o jubileu ou o Schoenstatt no segundo século de sua existência em um compromisso mais eficiente com a Nova Evangelização?

Desde sua origem, Schoenstatt trabalha em prol da evangelização! Isto é o Dilexit ecclesiam de nosso Fundador, provado com atos, um amor comprometido com a Igreja, bem como com sua missão. Voltando ao jovem missionário que ergue a imagem da Mãe Peregrina, vejo-o como um oferecimento à Igreja do que é de mais peculiar de Schoenstatt, o eixo de tudo aquilo que o Padre Kentenich quis dar à Igreja: a Aliança de Amor selada com Maria Santíssima no Santuário.

Um Schoenstatt missionário que ergue a Imagem da Mãe Peregrina, não para aparecer na TV ou para ser vista por muitos, senão para dá-la aos homens na atitude da geração fundadora: Caritas Christi urget unos… O amor de Cristo nos impele, o amor de Cristo aos homens e ao Pai nos impele.

E isto é algo próprio do 31 de Maio. O Padre Kentenich, com sua missão e testemunho de vida, outro sinal de identidade de nossa Família, conduz-nos à hora atual: O Jubileu 2014 é um chamado, mais além de nossas particularidades e dos perigos de certo “provincialismo”, para deixarmo-nos “educar e enviar por Maria Santíssima na Aliança de Amor” para ser instrumentos seus para este tempo.

Há um fio condutor no que disse o Santo Padre durante a sua visita à Alemanha: que a Igreja deixe de olhar para si mesma e de ocupar-se consigo própria – com suas instituições, direitos e papéis internos – e vá ao encontro dos homens e os assista, cumprindo sua missão evangelizadora.

Aqui é onde se enquadra a forte corrente missionária que se pode perceber em nossa juventude schoenstattiana, e que na juventude masculina tanto na América como em demais regiões é definida como “Geração Missionária”. Os jovens não querem ocupar-se apenas consigo próprios nem empregar exclusivamente seu vigor juvenil só na busca de aceitar-se a si mesmos, a Deus e a sua fé. Eles procuram um Schoenstatt que, sendo escola de autorealização e de profundo amor pessoal ao Deus vivo, os conduza a um diálogo da Aliança com sua criação e com o próximo. Querem evangelizar o mundo. E este mundo é composto de pessoas. Querem viver ao serviço dos demais. É a eles e às missões, bem como à Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, que devemos no Movimento Apostólico de Schoenstatt, em grande parte, esta corrente missionária que descobrimos – para surpresa de muitos – na Conferência de 2014, como uma corrente que alenta e impele nossa Família internacional. Poder-se-ia dizer que a Corrente Missionária é a corrente internacional de nossa juventude – e fiel à nossa origem como um movimento fundado com jovens, devemos ver nisso uma voz de Deus, o desejo do Padre Kentenich para esta hora de nossa história. Construímos, juntamente com Maria Santíssima e com o nosso Pai Fundador, um Schoenstatt mais missionário.

Assim, em conjunto com o Padre Kentenich, podemos ler a Mensagem 2014 à luz da fé na Divina Providência e entender a profundidade de seu conteúdo e de sua vitalidade, fruto de um encontro de Cenáculo dos dirigentes da Família internacional. Maria Santíssima está-nos preparando como instrumentos seus e como Família internacional para esta hora decisiva da Igreja. Para isso fomos fundados, e assim parece que temos de celebrar nosso Jubileu.

Parece que os dois últimos grandes acontecimentos eclesiais, a Jornada Mundial da Juventude em Madri e agora a visita do Santo Padre à Alemanha, confirmaram ou reforçaram esta leitura da Mensagem 2014. É assim?

O âmago da celebração do centenário da Aliança de Amor, a ocorrer em 2014, é a renovação da Aliança de Amor em sua força plasmadora, missionária, vinculada e interconectada internacionalmente. Como fruto desta renovação da Aliança de Amor, esperamos a renovação de toda a Família de Schoenstatt que nos torna hábeis para gerar uma Cultura de Aliança. “Percebemos como a Aliança de Amor é capaz de gerar uma cultura que pode dar resposta às necessidades do tempo em todos os âmbitos da vida”, assim lemos na Mensagem 2014. E o percebemos sempre com maior intensidade. As experiências concretas da Jornada Mundial da Juventude em Madri e a visita do Papa à Alemanha confirmam-nos neste caminho. Os homens – tantos os jovens como os adultos – procuram uma Igreja, uma comunidade de fé que prove com atos como o selo do Evangelho imprime seu mundo, sua cultura.

Nosso triênio de preparação – sustentado e alentado por reais correntes de vida de nossa Família Internacional de Schoenstatt – tem uma projeção que vai muito mais além de um simples contributo para a conscientização de nossa fé nos dias de hoje. Nestas correntes vivemos, encontramo-nos e fortalecemo-nos: o vínculo com o Padre Kentenich e com seu carisma, o vínculo com os nossos lugares de encontro com Deus, com Maria Santíssima e como Família, nossos Santuários em toda a sua rede, a corrente missionária em ação e concretizada em uma paixão pelo apostolado e por uma criatividade admirável na gestão de projetos concretos e com conteúdo de Aliança de Amor em todas as dimensões de partilha respeitosa de dons, de tarefas, de impotências e de interesses. Recordo neste contexto a vivência da Conferência 2014, quando recolhemos conjuntamente os frutos da Aliança de Amor destes primeiros 100 anos e olhamos outrossim para o que ainda nos resta cumprir. Fizemo-lo em atitude mariana, na atitude do Magnificat: “O Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas…” Foi um momento que despertou o anseio de sair e levar a Aliança de Amor até os confins do mundo, levar as “correntes das graças da Aliança a diversos campos de nossa estratégica apostólica”, como diz a Mensagem 2014. E é assim que se podem entender os símbolos de nossa celebração jubilar: o Símbolo do Pai, o Santuário, a cruz missionária da Unidade, a Imagem da Mãe Peregrina.

Que proveito poderá tirar a Igreja em sua situação atual de nosso jubileu?

A Cultura da Aliança, não como conceito teórico ou um “Nós queremos bem a todos, e nunca há discórdia entre nós”, senão como um estilo de vida, de encontro e de trabalho – o vínculo “em Aliança, em amor” com Deus, com as pessoas, com a natureza e com a cultura em geral, com a Igreja e com o mundo, baseado na Aliança de Amor e criando alianças. “Cultura da Aliança” é o oferecimento que, a partir do Santuário, fazemos à Igreja, ao mundo da política, da economia, da pedagogia, da comunicação, da cultura, da justiça social; um oferecimento que se patenteia em projetos concretos ao serviço dos homens. Impressiona-me, por exemplo, que jovens brasileiros organizaram um primeiro congresso de comunicadores de Schoenstatt, e não com a intenção de como aprender a apresentar Schoenstatt nos meios de comunicação, senão para aprender como eles, quais jornalistas, podem servir ainda melhor a Igreja no espírito e na pedagogia da Aliança.

Sem dúvida alguma, a Cultura da Aliança abarca tudo o que fazemos nos campos estratégicos do apostolado que definimos na Conferência 2014; porém, ela não termina aí. Cultura da Aliança, por exemplo, é uma cultura de diálogo, de encontro e de partilha respeitosa – tema tão importante e difícil para a sociedade e Igreja de nossos dias – se pensarmos apenas no encontro intercultural.

O Santuário Original na rede de Santuários é um forte símbolo para a cultura de encontro, de partilha e de intervinculação baseada na Aliança. Não se trata que – como um conceito centralista ou hierárquico – toda a vida, todas as inspirações, ideias e projetos surjam apenas do Santuário Original, para que os demais sejam apenas receptores; nem tão pouco, que tudo o que provém da rede de Santuários venha como uma espécie de invasão. Não, o que o Padre Kentenich chama de “corrente de retorno” é, na verdade, um circuito de Aliança, em que todos dão o melhor de si mesmos e todos recebem com abertura e interesse. Viver e atuar em Aliança não é uma rua de sentido único, e, já desde o início de Schoenstatt, o Padre Kentenich lutou por um diálogo sincero entre os seus. Não é por acaso que a revista MTA, o primeiro meio de comunicação de Schoenstatt, tivera como título e programa: inspirações mútuas. Embora haja o Padre Kentenich falado sobre a corrente de retorno no Santuário de Bellavista, Chile, essa, contudo, já havia principiado nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. E neste sentido, o caminho rumo ao Jubileu 2014 é um dom e uma tarefa.

Falando de tarefas, que tarefas temos pendentes, a fim de que o que representa esta foto – a Imagem Peregrina de Schoenstatt sobre os ombros de uma família missionária – seja um contributo para a Nova Evangelização?

Ninguém dá o que não tem. Nossa tarefa é e será fazer tudo o que estiver a nosso alcance para sermos uma Família, onde o Cântico de minha Terra, nossa “utopia schoenstattiana” se vai tornando realidade e porque se torna experimentável e fidedigna… onde o Padre Kentenich possa ser reconhecido, não somente em seus pensamentos e reflexões pedagógicos, senão em sua realização pedagógica. Onde há, tal como se expressa no Cântico de minha Terra, liberdade, generosidade, magnanimidade para ir ao encontro do outro, pelo outro e com o outro. Em atos, em” projetos”, em uma Cultura da Aliança visível, tangível, concreta, que fortalece o que, desde o início de Schoenstatt, fora lema e critério: paixão pelo apostolado, o fogo da missão, a ambição de ir ao encontro dos homens e de estar ao serviço dos demais e a loucura de querer levar a Mater até os confins do mundo, aonde Ela deseja ir para levar Seu Filho.

Imagen de la nueva evangelización

 

Tradução: Abadia da Ressurreição, Ponta Grossa, PR, Brasil

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