BRASIL, Luciana Rosas •
Diante da repercussão do artigo Abusos em Schoenstatt: um assunto a ser discutido percebi que era muito importante dar continuidade ao tema e ao debate, gerando assim mais conhecimento, consciência e empatia. Neste segundo artigo Estamos preparados para receber denúncias de abuso em Schoenstatt? que faz parte de uma série de três artigos, apresentaremos algumas dificuldades que vítimas de abuso encontram para realizar denúncias em Schoenstatt e como a estrutura do Movimento pode contribuir para isto. O objetivo é que através de um maior conhecimento sobre o tema possamos desenvolver mais empatia e acolhimento para com as vítimas, bem como trabalharmos de forma mais objetiva, como Família de Schoenstatt, no combate aos diversos abusos que acontecem em nosso Movimento, porque sim, abusos acontecem. —
Estamos preparados para receber denúncias de abuso em Schoenstatt?
Dificuldade para denunciar os abusos
Um ponto importante a ser abordado aqui é a dificuldade que uma vítima de abuso espiritual encontra para denunciar situações abusivas sofridas. Antes mesmo de fazer uma denúncia, tem muita dificuldade para encontrar alguém que esteja disposto a escutá-la e orientá-la sobre os passos que devem ser seguidos.
Aqui novamente faço questão de compartilhar algumas situações experimentadas por mim e a dificuldade que encontrei para poder dar andamento à minha denúncia. Neste ponto deparei-me com uma questão estrutural da Família de Schoenstatt: somos federativos. Até aqui nenhuma novidade. Ou será que sim? Será que todos sabem o que significa o fato de sermos federativos?
Ser federativo significa que cada uma das comunidades é completamente autônoma e independente. Inclusive é importante esclarecer que a Presidência Internacional não tem papel executivo na Família de Schoenstatt. É a reunião dos superiores das diversas comunidades, cada uma delas completamente autônoma. Portanto não há uma “cabeça executiva”. Este esclarecimento é importante inclusive para o que acompanhamos sobre os posicionamentos sobre a crise Kentenich, a qual está vinculada diretamente à comunidade do Instituto das Irmãs de Maria de Schoenstatt.
A primeira grande dificuldade quando há o mínimo de consciência sobre o abuso sofrido é: E agora, a quem procuro? Com quem eu falo? Muitas vezes a vítima não busca o local direto onde o abuso foi cometido (pela falta de confiança justificada). Ao buscar outro local onde crê que pode ser ouvida e direcionada, pode acontecer de:
- Não encontrar quem queira ouvi-la;
- A pessoa que foi procurada simplesmente dizer: este assunto não compete à minha comunidade, é um assunto do outro lado “do muro”;
- Ouvir apenas um rezarei por você.
Por acaso alguma dessas posições apresenta alguma ação concreta para a possível vítima? A resposta é não. E grande parte deste posicionamento está justificado pelo federalismo de Schoenstatt. Mas ser autônomo nos exime totalmente da corresponsabilidade de pertencermos à mesma “família”? Eu ainda não tenho essa resposta formal, mas acredito firmemente que não.
Foi justamente a falta de clareza sobre o procedimento a ser adotado quando da tomada de consciência dos abusos sofridos que me levou a viajar para fora do país, inclusive a viajar para Schoenstatt. Mas quantos têm a possibilidade de fazer isto?
Aqui novamente gostaria de citar parte da entrevista de Barbara Haslbeck no lançamento do livro “Erzählen als Widerstand” (disponível apenas em alemão, em tradução livre: “Narrar como forma de resistência”) que trata exatamente sobre a dificuldade de denunciar:
“As mulheres que querem falar sobre os abusos sofridos muitas vezes precisam fazer muitas tentativas. Por exemplo, porque a outra pessoa não tem ouvidos para ela, porque não quer nem mesmo ouvir o que lhe é dito. As vítimas não encontram ninguém que se sinta responsável por isso. Um dos capítulos do nosso livro tem como título exatamente a frase: “Não somos responsáveis por isso”. Existem contatos na Igreja para abuso sexual infantil, mas não para abuso de adultos. Também é difícil, sob o direito canônico, até mesmo registrar o abuso espiritual contra mulheres adultas. Muitas das vítimas ficam pelo caminho.” (Tradução do espanhol)
Ainda sobre este ponto, e para que fique ainda mais clara a dificuldade de se ter assessoria sobre este tema, eu pessoalmente busquei uma comissão especializada em recolher denúncias de abuso para uma determinada comunidade de Schoenstatt. No retorno que obtive através de e-mail, a pessoa responsável de dita comissão, diante de alguns questionamentos, ficou de me retornar com informações sobre os encaminhamentos de uma denúncia:
Questionamento: Como seria a tratativa do Direito Canônico para casos de abuso de poder e manipulação de consciência?
Em resposta, a pessoa responsável por esta comissão disse-me estar em contato com canonistas para averiguar melhor o tema, uma vez que, segundo uma consulta prévia com uma advogada, havia sido advertida de que não haveria claridade na tratativa deste assunto (segundo o Direito Canônico). Disse-me ter realizado uma consulta com outra pessoa e que trataria de dar-me uma resposta o mais clara possível.
Claro, mas não óbvio: esta resposta nunca chegou.
As instâncias são claramente definidas e difundidas?
O ponto abordado anteriormente não seria necessário caso as instâncias responsáveis por receber e conduzir as denúncias de abusos em Schoenstatt estivessem claramente definidas e difundidas. Deixo para as autoridades correspondentes as seguintes perguntas:
- No Brasil, nas comunidades dos Institutos Seculares, há protocolos estabelecidos sobre aa condução dos seus membros e a constituição de uma instância clara e isenta para que membros possam realizar possíveis denúncias?
- No caso de ex-membros de comunidades, há instâncias previstas e isentas e protocolos correspondentes para que possam ser realizadas denúncias?
- Para os membros das diversas Ligas no Movimento de Schoenstatt, há protocolos e instâncias estabelecidas e claramente divulgadas para a condução de denúncias que possam ser realizadas?
As perguntas visam oferecer informação e promover a reflexão. Mesmo tendo participado muitos anos diretamente do Movimento de Schoenstatt, nunca ouvi nada a este respeito, por isto, seria uma grande contribuição que os responsáveis pelas comunidades e pelo assessoramento das Ligas do Movimento de Schoenstatt possam fornecer as informações para o esclarecimento das questões pontuadas.
Profissionalismo na Família
Um traço que tenho observado há algum tempo e que muitos schoenstattianos compartem da mesma impressão, é que em Schoenstatt o ambiente familiar muitas vezes é utilizado como uma forma de anular a necessidade de profissionalismo na abordagem de assuntos que deveriam ser conduzidos por especialistas.
Tomando como exemplos os últimos textos oficiais publicados sobre a crise Kentenich, nos quais é apresentada pela primeira vez a chamada Comissão de Meios, responsável pela redação e publicação de ditos textos, causa-me estranheza imensa perceber que não há sequer um psicólogo ou especialista profissional no tema, tampouco há um especialista em comunicação de crise, por exemplo.
E por que acontece isso? A Família de Schoenstatt não conta com profissionais que sejam especialistas? Seria realmente imprescindível que para a abordagem de um tema factual e objetivo que o especialista seja schoenstattiano?
Uma resposta possível para essa pergunta é que somos uma “família”, “confiamos” uns nos outros. Resolvemos nossas questões em casa, entre “os nossos”. E claro, sempre com a presença e/ou supervisão de alguma autoridade pertencente a um Instituto, embora não tenha qualquer formação na área requerida. É esse estilo “familiar” de Schoenstatt que nos coloca em maus lençóis frente ao mundo, que trata possíveis vítimas de abuso com uma frieza e falta de empatia que chocam, que gere determinados assuntos como “segredo de família” (conceito este perfeito para encobrir situações de abuso) e que eu, como vítima, repudio veementemente.
Uma denúncia de abuso nunca deve ser tratada como assunto de confiança ou desconfiança pela pessoa responsável pela investigação. Uma denúncia deve ser conduzida por um especialista na área, profissional, com conhecimento e experiência para tal e não através de uma solução caseira, “familiar”. É um assunto objetivo e a utilização da subjetividade, em casos assim, pode conduzir inclusive a situações de manipulação e desgastes muito grandes para as vítimas.
Schoenstatt precisa caminhar muito ainda sobre como conduzir os assuntos com o profissionalismo correspondente. Profissionalismo não exclui espírito familiar, mas até o momento, a “família” tem excluído o olhar crítico profissional sobre assuntos que assim o exigem.
Fato x Fé: Não se deve tratar com subjetividade o que é objetivo
Uma das grandes falácias na condução do assunto do abuso espiritual em Schoenstatt (e aqui tomo Schoenstatt por ser esta a comunidade e o carisma no qual vivi praticamente toda a minha vida) é tratar algo que é objetivo como uma questão de fé, vocação.
Cito aqui algumas das expressões que ouvi – não apenas uma única vez – de membros da Família de Schoenstatt:
- “Você não tem vocação para Schoenstatt”.
- “Você não devia ter vocação para esta comunidade”.
- “Não aceitou a educação de Deus através das correções e por isso se revoltou”.
- “Você tem que entregar tudo para o Capital de Graças. Esqueça, perdoe, entregue e siga sua vida”.
Fica claro aqui que, uma vez mais, a culpa pelo abuso seria da vítima, através da alegação de uma suposta falta de vocação ao carisma (amplo) ou para a comunidade (restrito) e pela não compreensão dos desígnios de Deus. Além do que a responsabilidade completa da vítima de “entregar” e não buscar justiça.
Abuso não é questão de vocação, muito menos de fé. Não julguemos. Não apontemos o dedo. Que realmente vivamos a mensagem de Cristo através do carisma de Schoenstatt: ninguém sabe o que passa no coração do outro e, na maioria das vezes, desconhece-se completamente sua história e a gravidade dos abusos sofridos.
Tratemos com objetividade o que é objetivo. Inclusive a subjetividade pode ser uma das grandes características de um sistema abusivo como veremos no próximo artigo.
Na próxima semana, no terceiro e último artigo desta série, seguiremos discutindo o assunto com o artigo: Entendendo mais sobre o Abuso Espiritual.
Abusos em Schoenstatt: vamos continuar discutindo este assunto (1)Conversando sobre os comentários:
Abusos em Schoenstatt: vamos continuar discutindo este assunto (1)
Ao ler os comentários/ testemunhos e conhecendo eu directamente alguns casos fico com a percepção que estes abusos ocorrem em 99,9 o/o das situações relatadas no Instituto das Irmãs de Maria? Estarei certa? Sei que a nossa Federatividade não nos permite intromissões em comunidades que não são a nossa, inclusivamente a Presidência Geral… Mas, não haverá nenhuma maneira de se investigar? De se pôr cobro a isto? Serei eu ingénua?
Por que não houve respostas as perguntas de Lena?
Por que poucos se manifestaram até agora frente a comentários tão sérios?
Será que teremos que enviar um e-mail para que sejam investigadas junto com o processo do Pe. Kentenich?]
Ex: RACISMO: Previsto na Lei nº 7.716/1989
artigo 350 do Código Penal, artigo 3º e 4º da lei 4.898/65
Por que não chamam a superiora Provincial para responder a tais perguntas sobre abuso durante anos e até defender-se?
Queridas:
Anônimo (Ex. Ir. Perpétua (Província SP);
Anônimo;
Ex. Ir. Perpétua R.O (Província Schoenstatt Tabor – SP Brasil);
Tereza Cristina ;
Ex juvenista em Londrina;
E todos/as as que nos escrevem.
Primeiramente gostaria de agradecer a confiança de entregarem suas histórias. É um passo grande, cheio de muita dor e desconfiança, mas que pode e deve ser um passo de ressignificação de tudo o que viveram – e vivemos.
Como sabem, fiz parte de um Instituto Secular Feminino de Schoenstatt, por isso conheço bastante de suas angústias, dores, tristezas e sofrimentos relatados. Recebam de todo o coração o meu mais afetuoso carinho e abraço através destas linhas.
Conheço a dificuldade de encontrarmos pessoas que nos entendam, orientem e compartilhem das mesmas histórias. Também passei pelo medo que me “fazia estremecer” ao tentar dar nome às coisas e também de dizer meu próprio nome.
Ler cada um dos seus depoimentos me fez entender ainda mais a necessidade de abordarmos toda esta realidade em Schoenstatt – e aqui trato especificamente dos ambientes de abuso em comunidades femininas – tão pouco tratados e discutidos.
Coloco-me à disposição de cada um/a de vocês para conversarmos. Uma rede de apoio neste sentido é fundamental e nos ajuda a entender – e principalmente sentir – que não estamos sozinhos/as. Sintam-se à vontade para escrever-me: luciana.rosas@schoenstatt.org.
Um grande abraço com carinho, respeito e muito agradecimento pela coragem de cada um/a de vocês.
ABUSO E DISCRIMINAÇÃO RACIAL
Li estes textos e relembrando a minha história, descobri o quando fui abusada e discriminada racialmente.
Sou do PR.
Fui postulante das Irmãs de Maria, sou de pele negra.
Não fui aceita para a Vestição, me recordo muito bem quando trabalhava na cozinha e a nossa chefe de pele clara, cabelos ruivos, irmã de mais duas Ir. de Maria,me dizia, dando gargalhadas” olha aí queimou o pão, ele ficou da tua cor,temos que jogar fora,porque é preto” e outras muitas comparações…
Ela tornava a minha vida um “purgatório”para não dizer outra palavra.
Agora sou mais madura, sou advogada e fico perplexa quando,vejo os 22 Processos judiciais, Ir que é processada a nivel federal e ao mesmo tempo faz propagandas no face com um sorriso amarelo,conduzindo pessoas humildes, que ainda tem fé e continua prejudicando outras Ir. mais novas…
Até quando???
Espero que este relato feito com muita dor no coração colabore para que a transparência, a autenticidade, venha colocar a público, tudo o que há anos vem sendo escondido sob o véu das aparências e que em uma época em que não se tolera mais a hipocrisia, venha o Poder de Deus, desmascarar os Lobos vestidos de cordeiros!
Tereza Cristina
Eu passei por isso também com Irmã da cozinha no juvenato em Londrina. Ela fazia da minha vida um inferno. Se bem me recordo o nome dela era Irmã Maria xxx. Ler seu texto me deu um gelo no coração, pois eu não imaginava que ela fazia isso com mais pessoas. Depois que implorei aos meus pais para voltar pra casa, tive depressão por 2 anos de tantos traumas vividos no Colégio Mãe de Deus. Aquela mulher era o demônio na terra.
Obrigada pelo relato. Eu gostaria de saber os detalhes sobre essas ações contra essa irmã. Elas correm em sigilo ou são públicas?
Sei de histórias absurdas, inclusive que fizeram contra a pobre ex-irmã L. que trabalhava em Atibaia, se sentiu tão pressionanda por outro monstro chamado IRMÃ MCB que foi parar numa clínica com depressão. Depois evidentemente deram um jeitinho pra ela sair.
Não somos tolos, sabemos que as irmãs de Maria criaram um gueto no Brasil, repleto de maldades e comportamentos que não condizem com o carisma genuíno de Schoenstatt e sequer cristão. Acrescente-se aqui Ir. MR, ML, MA, MMh (sobrinha) e tantas outras da alga cúpula.
Confirmo e cito outras… (…) Citaria outras que já saíram (…) etc.
Deveriam ser investigadas. Ou responderem,Judicialmente por calúnia e difamações.
Abuso de poder
Enquanto isso não acontece responderão a Deus,por levar o santo nome em vão
Levantar falso testemunho
Faltar com obras de misericórdia
Adorar a Deus nas alturas e crucificar Deus no próximo
manipular pessoas humildes, usando frases religiosas de forma sutil para pedir dinheiro…
ABORTO DA VOCAÇÃO RELIGIOSA
Venho por meio destas linhas agradecer a Luciana Rosas que como instrumento de Deus, nos deu oportunidade de relatar nossa história,não para apontar o dedo,mas para dar oportunidade de cura de gerações de Vocações, onde nos entregamos a Deus, a Mãe, a Schoenstatt e fomos abortadas de forma tão sutil e silenciosa atrás “dos bastidores”…
Pedindo a todos que por favor tomem providência e não deixem o silêncio e o medo permitir mais abortos a vocação!
Conheci as Irmãs muito cedo, sou de SP, entrei no Juvenato e fiz acompanhamento por longos anos,na provincia Schoenstatt Tabor.
Me tornei Ir.de Maria e posso dizer que experimentei o céu,amava a minha vocação e meu trabalho,assim como tudo o que eu vivia, com o tempo me senti debilitada em algumas situações, com irmãs de curso que eram extremamente narcisita, assim se dividia,as que mandava e as que silenciava por amor e capital de graças, eu estava entre as que silenciava, fiz o Perpétuo com muita alegria, e após alguns anos, comecei a me posicionar diante das situações que via que não contradizia com a teoria…
Ao tomar esta atitude a Provincial da época ano de 2009,2010 com sua colaboradora (diretora do colégio Mãe de Deus), pois eu morava em Londrina, começaram a me fazer pressão psicoemocional para que eu saísse do Instituto, me fazendo sentir da pior forma possível, a metodologia era fazer com que eu me sentisse já fora da família,me excluindo,me julgando,me acusando de coisas que eu não fazia, aguentei com muito sofrimento por alguns anos, mas fui ficando doente com toda situação,APÓS MUITOS DIÁLOGOS SOB PRESSÃO, acabei pedindo para sair e segui o meu caminho,sem estudo,sem profissão,sem dinheiro, já mais velha, sem compreender como tudo acontecia sem uma investigação da Igreja ou dos superiores maiores, sem entender como podem proclamar que rezam pedindo vocações,quando as mesmas as abortam de forma inescrupulosa, de forma tão dolorosa, saímos sem poder despedir,como se tivéssemos cometido um crime, ficamos marcada pelo resto da vida, encontrar outra comunidade,como? Se a forma de Vida de Irmã de Maria é única…
Hoje já me equilibrei psicologicamente,estou aprendendo a perdoar, graças a Deus encontrei pessoas maravilhosas no meu caminho, mas aprendi também a fazer das pedras que me jogaram uma escada e enfim…
Enfim resta-nos a caminhar esperando que um milagre aconteça…que a Justiça Divina prevaleça, porque a conciência humana em matar ” a Vocação” persiste.
Dizemos Não ao ABORTO DA CRIANÇA,DA VIDA,gerada por um casal humano!
E permitimos o ABORTO DA VIDA RELIGIOSA, gerada no tabernáculo, nas mãos da Virgem Maria, no coração de Jesus,no ventre da Igreja!
Hoje deixo aqui meu testemunho, para ajudar outras, porque ainda existe Ir.Perpétua que ainda estão a margem,buscando fora o Amor,o abrigo,a proteção, a família, que não encontra dentro.
Ex. Ir. Perpétua R.O (Província Schenstatt Tabor-SP.Brasil)
Sim abusos acontecem… olhem as fileiras das comunidades das Ir.de Maria de Schoenstatt, especialmente da Província de São Paulo.
Infelizmente se questiona a suposta conduta da Ir. de Maria que sai mas não se questiona a comunidade.
Olhai e observai quantas Irmãs saíram e quantas ficaram…
Ex: Ir. M. Aparicia que saiu aos 80 anos de idade
Será mesmo que todas estas saídas, foi por falta de vocação?
Foi por falta de sanidade mental?
Abusos que levaram Ir. a sair doentes da comunidade, abusos que levaram a Sanatorios de Psiquiatria…
Irmãs tentando manipular e prejudicar em Nome de Deus.
Irmã que abusa por detrás dos bastidores e sorrindo escreve para a sociedade ensinando uma modalidade de vida.
Calamos por medo, calamos em respeito as pessoas que amamos e que podem ser prejudicadas, calamos porque não queremos desrespeitar as que não cometeram o ato.
Calamos para não machucar a credulidade de um POVO, cuja fé também se posiciona perante a VESTE SAGRADA.
Fomos excluidas porque a nossa exclusão também se deu pelas co- irmas que faziam o JULGAMENTO.
Julgamento este meramente HUMANO.
Estas mesmas que saíram da comunidade e hoje estão casadas.
Ou outras que foram aceitas para o perpetuo e no dia seguinte pediu para sair e inverteu todos os valores da Pureza entregando-se.
Peço em nome do chamado sagrado a qual demos o nosso SIM que sejam analisados caso por caso.
Que sejam revistos os papéis.
Porque se tratam de seres humanos e acima de tudo de almas que deram o SIM A DEUS A MÃE DE DEUS.
Entregando a VIDA. a Schoenstatt ao verdadeiro Schoenstatt.
Que decidiram pelo (achismo, julgamento, projeção de suas sombras) e não pela experiência do atuar do Espirito Santo.
Porque Ele não coloca na forma.
Ele não pisa, mas estende a mão e transforma.
É um tanto questionador e contraditório dizer que hoje Deus te chama profundamente e amanhã após 10 ou 30 anos ele te exclui, você não tem mais vocação e que sua consagração vai até o momento que o humano te dá a demissão em um Instituto.
A Vocação a Schoenstatt é pessoal, unica e não é baseada nos rótulos colocados por pessoas que se acham santas e imaculadas…
Na realidade é assim que acontece…
“Jerusalém….Jerusalém…’
Que quando erram com você são humanas, mas quando você erra, você leva múltiplos sinais (o da vítima, o da infiel, o da perigosa etc…)
Fui Irmã de Maria e tive que escolher em Salvar minha alma e tentar seguir o caminho ainda que quebrada por dentro …
Não estou aqui para julgar, estou aqui para pedir que tenhais misericórdia, olhai para os perseguidos, observai as vossas fileiras, ajudai que ainda há tempo…
Ao ler sinto compaixão por vc… Já escutei falar sobre abusos nas irmãs de Maria de Schoenstatt. Vi sim muitas irmãs jovens saindo no meio da noite sem se despedir de ninguém. Escutei algumas histórias de ex irmas jovens que entraram sadias na instituição e saíram psicologicamente enfermas. Também conheço muitas irmãs que são excelentes pessoas. E suspeito outras que são aparência. Fico sem saber me expressar bem….mas com certeza isso precisa ser dito por vc e pelas outras que viveram situações semelhantes, porque senão não acabará. Devem ser ditas para que as que hoje estão sofrendo lá dentro possam buscar ajuda antes de ficar enfermas emocionalmente.
Compreendo você totalmente…
E faço das palavras do Santo Pe a afirmação das minhas, para iniciar este comentário.
Em respeito a todos os que fizeram com tanta seriedade a Aliança de Amor e se doam a uma missão de Vida!
“Estamos firmemente empenhados na atuação das reformas necessárias para promover, a partir da raiz, uma cultura baseada no cuidado pastoral, de tal forma que a cultura do abuso, não consiga encontrar espaço para desenvolver-se e, menos ainda, perpetuar-se. Não é tarefa fácil nem de curto prazo; requer o empenho de todos”…
E mais para aqueles que tem a coragem de NÃO SER CUMPLICES…
“Se, no passado, a omissão pôde transformar-se numa forma de resposta, hoje queremos que a conversão, a transparência, a sinceridade e a solidariedade CONOSCO “AS VÍTIMAS”, se tornem na nossa maneira de fazer a história e nos ajudem a estar mais atentos a todos os sofrimentos humanos”.
Dizemos Não ao ser da “PEQUENA MARIA” que tem a liberdade até aonde vai o laço, dizemos NÃO ao FARISAÍSMO que adora DEUS NAS ALTURAS e crucifica este mesmo DEUS no Santuário coração !
E dizemos sim a Pequena Maria , secular, LIVRE ,que ama a Deus acima de tudo e ao PRÓXIMO como a si mesma!
Que acolhe a todos sem exclusão, sem rótulos, sem julgamentos, que estende a mão e transforma pelo Amor e para o Amor!
Ex. Ir. Perpétua (Província SP)
Parabéns pela coragem de se expor. Com certeza ajudará a muitos e muitas que, fragilizados e confundidos, precisam de um apoio e orientação.
Faz bem pensar e prevenir, porque em todo o mundo em diferentes instituições aconteceu casos de abuso (de consciência, espiritual e até sexual).
Só aqui em schoenstatt.org há espaço para opinião e diálogo. Parabéns ao site pelo belíssimo trabalho.