Posted On 2015-10-22 In Artigos de Opinião

Ela é o grande dom – 18 de Outubro de 2015

Por Pe. Oscár Iván Saldivar, de Tupãrenda •

Encontramo-nos já em vésperas da nossa grande festa do 18 de Outubro, na véspera dum dia de graças para todos os que acreditam no mistério de Schoenstatt, isto é, na vinculação de Maria Santíssima a este Santuário e, na Sua acção fecunda neste lugar e, a partir deste lugar, fruto da Aliança de Amor que selamos com Ela.[1]

Neste dia, é bom recordar as palavras que o nosso Pai-Fundador dirigiu à Família em 1939 e, aplicá-las a nós, hoje, aqui e agora: “Tudo de grande e valioso que recebemos durante este tempo, neste lugar santo, está, intimamente, ligado à Mãe, Rainha e Vencedora de Schoenstatt. Ela é o dom que a sabedoria, a bondade e a omnipotência Divina quis oferecer, de um modo especial, em 18 de Outubro de 1914 à nossa Família e, por seu intermédio, de novo, ao mundo inteiro.[2]

12096620_1646091885630503_2629924145891731463_nEla é o grande dom

Sim, Ela é o grande dom que nos é oferecido aqui, em Tupãrenda como concretização das Palavras de Jesus ao Seu discípulo: “Eis a Tua Mãe” (Jo 19,27a). A Aliança de Amor com Maria torna concreta, na nossa história pessoal, esta palavra de Jesus.

Cada vez que selamos Aliança de Amor com Maria, cada vez que renovamos, conscientemente e com fé, a nossa consagração a Ela, fazemos nossa, a experiência do discípulo amado: ”E, desde aquela hora, o discípulo A recebeu entre as suas coisas” (Jo 19,27b).

Pela Aliança de Amor pertencemos-Lhe – Ela faz-nos Seus – Ela pertence-nos – fazêmo-l’A nossa – Em Maria, a Quem, em Tupãrenda experimentamos como pessoa viva, presente e actuante, recebemos o grande dom duma Aliada que é Mãe, Rainha e Educadora.

Recebemos, sobretudo, o grande dom do Seu coração maternal e do Seu olhar sereno e misericordioso. Sim, o coração e o olhar duma pessoa viva, de um tu pessoal ao qual me posso entregar sem medos, nem reservas. A Ela, posso entregar as minhas capacidades e limites, a minha fé e as minhas dúvidas, os meus êxitos e os meus fracassos, a minha história pessoal e familiar, o meu arrependimento e o meu anseio… Ela, tudo recebe, tudo guarda no Seu coração e, medita-o na presença de Deus (cf. Lc 2,19) para, nos curar, educar e enviar.

Nas Suas mãos e no Seu coração toda a nossa vida, adquire sentido e plenitude, porque, as nossas, plenitude e felicidade, se decidem em quem entregamos o nosso coração.

Ela é o grande sinal

12143062_499528156892654_9114538969335054117_nluqueA Sagrada Escritura apresenta Nossa Senhora, não apenas, como o grande dom que Jesus nos dá, mas também, como o grande sinal no horizonte da vida humana (cf. Ap 12,1).

Na linguagem simbólica, própria do Livro do Apocalipse, a “Mulher revestida de sol, com a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Ap 12,1), representa a Igreja, para o santo povo fiel de Deus que, com fé e fidelidade a Jesus se opõe ao outro sinal presente na vida da humanidade: o “dragão vermelho” (Ap 12,3), o adversário, o acusador dos Homens (cf. Ap 12,10). Contudo, a mesma Igreja reconhece na “Mulher revestida de sol” Maria Santíssima, Mãe do Salvador e imagem total da Igreja.

A nossa vida também se desenrola no meio da luta do bem contra o mal… Nós próprios, o experimentamos; quanto temos que lutar contra o nosso egoísmo e o nosso pecado! Quanto lutamos na nossa autoeducação! Experimentamo-lo na vida da nossa Igreja e da nossa pátria; precisamos de uma conversão pastoral na nossa Igreja! Precisamos de nos decidirmos a lutar contra a corrupção na nossa sociedade!

Às vezes, podemos experimentar que o mal – o pecado, a indiferença e a corrupção – se apresenta como um dragão terrível, capaz de arrastar com a sua cauda os nossos ideais e anseios e, atirá-los por terra (cf. Ap 12,4). Nesses momentos de angustia e de escuridão, nunca esqueçamos que há um sinal ainda maior e mais poderoso que o dragão. Maria, a Mulher revestida do sol de Cristo; Maria, a nossa Mãe e Aliada. Ela “brilha no nosso caminho como sinal de consolação e de firme esperança”.[3]

Queridos irmãos e irmãs, neste dia, alegramo-nos porque recebemos, em Maria, um grande dom da Misericórdia de Deus e, um grande sinal de consolação e de esperança. Pela Aliança de Amor, “ como uma verdadeira Mãe, Ela caminha connosco e derrama, sem cessar, a proximidade do amor de Deus”.[4]

Por isso, renovamos com Ela, a nossa Aliança de Amor, com a convicção de que, este é o nosso caminho para seguir Jesus Cristo, com a convicção de que, a Aliança de Amor com Maria, nos faz mais cristãos, nos faz mais Cristo. Ámen

 

[1] Cf. P. JOSÉ KENTENICH,O Mistério de Schoenstatt (Schoenstatt-Nazaret, Florencio Varela 2014), 13.
[2] MOVIMENTO APOSTÓLICO DE SCHOENSTATT, Documentos de Schoenstatt (Patris, Córdoba 2007), 44.
[3] MISSAL ROMANO, Prefácio da Santíssima Virgen Maria III.
[4] PAPA FRANCISCO, Evangelii Gaudium 286.

Original: espanhol. Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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