published: 2009-04-07 |
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Um "período no exterior" passado no hemisfério sulCatarina Frentzen permaneceu seis meses em terras brasileiras – Experiências que marcam uma vida |
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BRASIL, Kathrin Frentzen. Já desde há mais de três semanas regressei à Alemanha, e tento adaptar-me lentamente ao frio, transcorridos seis meses de permanência em terras brasileiras. Aí experimentei o calor do verão brasileiro, participei da jovialidade e da vivacidade do povo brasileiro e desfrutei a célebre hospitalidade sul-americana. Sem embargo a narração desta experiência minha em terras brasileiras, gostaria de fazê-la partindo dos preparativos da viagem. Em 15 de setembro do ano findo deram-se por encerrados os preparativos da viagem, chegando finalmente o dia da partida com destino ao Brasil. Parti rumo ao aeroporto de Frankfurt, levando comigo uma enorme mala; aí me encontrei com as minhas três companheiras, dado não ser eu a única a empreender esta grande viagem. Comigo viajaram Christine Geier, Désirée Wollenschläger e Sabina Niedeggen. Não nos éramos de todo desconhecidas, pois já nos havíamos conhecido por ocasião dos encontros preparatórios, ocorridos em Schoenstatt. O "período no exterior" é um programa organizado pelo Movimento Apostólico de Schoenstatt que possibilita moças morarem por algum tempo em comunidades das Irmãs de Maria de Schoenstatt nas demais partes do mundo e fazerem novas e comovedoras experiências. Chegada ao Brasil verdeVolvidas doze horas de voo, nós quatro desembarcamos assaz nervosas, incertas do que nos aguarda no Brasil longínquo, situado no outro hemisfério. Porém de nossa parte não haveria motivo algum para tantas preocupações, pois no aeroporto fomos cordialmente recepcionadas por duas irmãs e duas jovens; ambas as irmãs falavam alemão; com as duas jovens podemos logo testar o grau de nossos conhecimentos em língua portuguesa, adquiridos por conta própria. Gesticulando podemos, pelo menos, saber seus nomes e suas respectivas idades. Transcorrida a viagem de uma hora de duração, chegamos finalmente a nosso destino: Atibaia. Atibaia é uma cidade que se encontra a 65 km a norte de São Paulo, com uma população de 121.000 habitantes. Um tanto fora do centro da cidade encontra-se a propriedade das irmãs. Pela janela da van branca, contemplávamos estupefatas o meio que nos rodeava: passamos ao lado de roseiras em flor, cujas rosas eram vermelhas, assim quanto de grandes palmeiras, e subimos rumo a nosso "lar". O motorista conduziu a van até a porta de uma casa pintada na cor de "casca de ovo", em cuja entrada depositou nossas pesadas malas. Tal casa era o Juvenato. E foi nesta casa, espaçosa e clara, em que ficamos hospedadas, e moram as juvenistas. Juvenistas são jovens, como as duas que nos aguardavam no aeroporto, em idades compreendidas entre os 14 e os 24 anos, que querem descobrir se são chamadas a ser Irmãs de Maria; por isso morram no terreno com as irmãs e participam de sua vida. Tal como nós, outrossim elas colaboram no serviço de casa, da copa, ou prestam seus préstimos nas romarias, que são inúmeras neste Santuário. Além disso, algumas delas ainda estudam, sendo porém evidente que tomam parte nos períodos de oração e de refeições comunitárias. Durante a nossa permanência no Juvenato, vimos o quanto são alegres, de sorte que o preconceito de que apenas as mulheres escleróticas que não conseguem arranjar marido se fazem religiosas, merece de nossa parte um mero sorriso desprezível; essas jovens eram bem normais; jovens que gostam de jogar jogos como UNO, de empreenderem passeios e da dança "cavalo vermelho" (canção carnavalesca alemã). Porém sentem profundamente no interior uma vocação, de modo que no Juvenato, sob a assistência das irmãs, tentam fazer um discernimento vocacional para depois seguirem-no. Em parte, nossas tarefas foram análogas às das juvenistas; diariamente tínhamos de trabalhar quatro horas em proveito de hospedagem e de alimentação; nestes seis meses de permanência no Brasil efetuamos todos os trabalhos concebíveis: limpar, lavar louça, colher rosas, fazer biscoitos, lavar roupa etc. O olhar radiante das criançasSem embargo isto não fora tudo, pois todas as semanas duas de nós podemos deslocar-nos até a creche que as irmãs construíram em Atibaia; aí passávamos a parte da manhã: jogávamos com as crianças, servíamos as refeições e festejavam as festas com elas; grande parte das famílias dessas crianças vive em condições de grande pobreza, de modo que as irmãs tentam auxiliá-las mediante a distribuição de cestas básicas e visitas empreendidas a suas casas, para possibilitar-lhes, apesar da pobreza, uma vida humanamente digna. Para mim, o trabalho empreendido com as crianças faz parte das vivências mais belas, ocorridas no Brasil; ainda que amiúde elas nos não tenham compreendido, porque nosso português lhe soava um tanto estranho ou porque nos não compreendiam, muita fora contudo a alegria que nos proporcionaram. De modo algum ficavam tenebrosas ante nossa presença, vindo logo no primeiro dia a nosso encontro, pedindo-nos colo. E o sorriso radiante destas crianças encantou-nos profundamente. Cerca de 3.780 km percorridos pelo Brasil afora em seis mesesAliás, podemos outrossim vivenciar a célebre hospitalidade brasileira via Internet; já no nosso segundo fim de semana de permanência em terras brasileiras, uma família nos convidou para irmos a São Paulo. Isto ocorria amiúde quando jovens e famílias do Movimento Apostólico de Schoenstatt tomavam conhecimento de que quatro jovens alemãs se encontravam no Brasil, convidando-nos com toda a cordialidade para irmos a suas casas. Assim, passamos dois fins de semana em São Paulo, um fim de semana em São José dos Campos e três semanas no Rio de Janeiro e imediações. Muitas das vezes perguntava-me como haveria eu reagido há alguns meses, se um brasileiro se encontrasse em nossas imediações, ter-lo-ia convidado para passar um fim de semana em minha casa? Primeiramente a resposta teria sido negativa, pois o não conheço: esta teria sido minha desculpa. Mas, por que não? Por que não deveria eu, ao menos, perguntar-lhe, se ele teria vontade de empreender alguma coisa? Sem embargo outrossim as irmãs estavam sempre dispostas a acolher-nos a nós as quatro, de sorte que tivemos muitas possibilidades de conhecer os lugares mais variados e emocionantes. Sempre que ficávamos hospedadas nas casas das irmãs, nosso período de trabalho diário oscilava entre três e quatro horas. Porém, nosso trabalho fora bem diversificado. Tanto em Londrina quanto em Curitiba, ambas as cidades se encontram no Estado do Paraná, na parte meridional de São Paulo, estivemos, em grande parte, encarregadas do fabrico dos biscoitos de Natal. O fabrico dos biscoitos de Natal fora feito em condições extremasEm Curitiba fizemos os biscoitos outrossim em condições extremas. A pequena e tão acolhedora Casa "Nazaré" é normalmente utilizada pelas irmãs como casa de férias. E em nossa estadia em Curitiba podemos habitá-la por alguns dias. Aí fizemos a maior parte dos cerca 1.200 biscoitos em um pequeno e antigo fogão a gás. Em cima das cadeiras, das mesas, na cozinha, por toda a parte, amontoavam-se os biscoitos ainda por assar. Ora, como, de cada vez, apenas duas chapas cabiam no forno, era de todo necessário prestar bem atenção para que, devido à temperatura irregular do forno, os biscoitos da chapa superior não viessem a queimar-se rapidamente, e os da chapa inferior não ficassem mal assados. Uma vez assados, esses ficavam em nossa varandinha para arrefecer. Porém, os romeiros que nesse domingo se encontravam no Santuário sentiram o cheiro de nossos biscoitos, de modo que duas senhoras idosas abriram o portão de nosso jardim – e este chiava – e entraram em nossa varanda para comprar biscoitos. Infelizmente lhes não podemos atender a tal pedido, uma vez que ainda faltava cobri-los com cobertura de açúcar. Projeto social em terras brasileirasEm Poços de Caldas o projeto social organizado pelo Movimento Apostólico de Schoenstatt encontrava-se no topo de nossas atividades nesta cidade. Em uma pequena casa alugada foram oferecidos cursos de culinária e de costura destinados a senhoras, bem como um curso de pintura destinado a crianças. Para a Quadra de Natal, como não poderia deixar de ser, essas crianças pintaram em seus trabalhos a célebre figura do Papai Noel, assim como pinheiros e até mesmo bonecos de neve, ainda que nunca na vida haviam visto neve. Sem embargo mediante a globalização o Papai Noel chega com seu trenó, havendo, entretanto, outrossim, voado até ao Brasil. Com a Juventude feminina e masculina de Poços de Caldas arrecadamos roupas e gêneros alimentícios, graças à generosidade dos paroquianos de uma paróquia. Metade desse material arrecadado foi destinado para a comunidade, metade para o Movimento Apostólico de Schoenstatt. Depois, juntamente com outras voluntárias, organizamos um pequeno bazar de roupas na varanda da referida casa. Sobre as mesas de plástico branco separáramo-las segundo o tamanho e a finalidade, para depois serem expostas à venda. O fruto desta venda reverteu em prol do projeto. E continua o relato desta permanência nossa em terras brasileiras!E nossa permanência em terras brasileiras prossegue sua trajetória: novos lugares, novas gentes, novas tarefas. Estivemos três semanas no Rio de Janeiro e visitamos suas imediações; visitamos outrossim as célebres cataratas de Foz de Iguaçu, situadas na divisa do Brasil com Paraguai e Argentina; e em cada uma de nossas estações vivenciamos pequenas aventuras. Por isso na próxima vez vou levá-los a fazerem comigo uma viagem de carro com um desfecho nada risonho, narrar-lhes sobre nossa viagem empreendida a monumentos em companhia de um antigo general e empreender várias viagens de ônibus com vocês pelo Brasil afora. Sem embargo tudo isto só ocorrerá na continuação do artigo "Um período no exterior" passado no hemisfério sul. Tradução: Abadia da Ressurreição, Ponta Grossa, Paraná, Brasil |
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05.05.2009