Na multiplicidade de idiomas e experiências vivemos uma atmosfera de Cenáculo, um acontecimento da graça divina...

Extra Conferência 2014: O começo de uma nova realidade para Schoenstatt

Presentación del primer borrador del Mensaje por parte del equipo de redacción Presentation of the first draft of the Message: Edition Team Vorstellung des ersten Entwurfs der Botschaft durch das Redationsteam
Plenario Plenary Session Plenum
Corriente de retorno: los símbolos en el Santuario Original Teh symbols from the countries in the Original Shrine Rückstrom: Symbole der Länder im Urheiligtum
Envío desde el lugar del orígen: Cada país recibe una teja del techo del Santuario Original Sent out from the place of grace: Each country receives a shingle of the roof of the Original Shrine Aussendung vom Ursprungsort: Jedes Land erhält eine Dachschindel vom Urheiligtum
Dispuestos para el 2014: servidores de la JM y JF Ready for 2014: helpers from the Schoenstatt Youth Bereit für 2014: Helfer aus der Schönstattjugend
Fotos: POS © 2008

Conferência 2014. É difícil sair do Cenáculo. Mas como aconteceu no Cenáculo que deu origem à Igreja, no sábado, dia 7 de fevereiro, os 89 responsáveis do Movimento de Schoenstatt partiram do Santuário Original levando a mensagem da Conferência 2014. Os representantes, vindos de 32 países dos cinco continentes como discípulos missionários do Pai, levaram não só uma ideia, mas uma vivência do que nos espera no ano de graças de 2014. Tal como afirma o documento final: Na multiplicidade de idiomas e experiências, vivemos uma atmosfera de Cenáculo, um acontecimento da graça que nos permitiu buscar em comum aquilo que o Deus da vida espera da nossa família de Schoenstatt no centenário de sua fundação.

Era grande o desejo por uma Conferência 2014 que se manifestasse como um Cenáculo, como uma vivência de Família, unida como irmãos em um Pai e em uma missão, no lar de todos. O trabalho, dia a dia, foi acompanhado por textos do Padre Kentenich: sua visão de futuro (1967), o caráter divino da Obra, como indicação para o futuro (1966), a solidariedade indissolúvel (1966), e suas últimas palavras à Família (1968).

Como tantos participantes escreveram na sua avaliação, como equipe de preparação, podemos dizer: expectativas superadas! Não foram poucos os que uma e outra vez repetiram, com surpresa e até emoção: "Isto deixou de ser uma conferência para o planejamento de 2014, estamos vivendo um momento histórico da Família de Schoenstatt internacional, fraternalmente unida, disposta a caminhar juntos para levar a Aliança de Amor até os confins do mundo". "Nos primeiros cem anos de Schoenstatt precisamos consolidar nossas comunidades e por isso nem sempre conseguimos caminhar juntos", comentou o P. Alexandre Awi de Melo, do Brasil, na homilia de uma das missas. "Nos próximos cem anos: ou andamos juntos, ou não andaremos mais! Ou somos Família ou não seremos nada mais! Dividir-nos é dividir o Pai! Um fundador 'dilacerado' nunca será reconhecido nem canonizado. Unir-nos - não só em espírito, mas também fortalecendo nossas estruturas federativas - é tornar o Pai vivo para a Igreja e o mundo de hoje! Para cumprir a missão de Schoenstatt nos próximos cem anos, necessitamos de 'muito poucas coisas' (como os apóstolos no Evangelho): o cajado da presença condutora de nosso Pai, o manto da Aliança de Amor com nossa Mãe no Santuário, e as sandálias da radicalidade missionária dos nossos herois. Mas tudo isso só será possível se o fizermos em Família, em comunidade! Por isso estamos aqui vivendo este momento histórico, de diferentes países, de diferentes comunidades. Ninguém pode realizar sozinho a missão!"

Desde o princípio, se viu uma grande disposição por parte da maioria dos participantes de deixar-se enriquecer pelas experiências e opiniões dos demais, uma disposição que foi crescendo dia a dia. Houve conversões, houve pessoas que chegaram com conceitos definidos, e que entenderam a graça desta semana na qual parece que a MTA quis canalizar as muitas experiências e ideias em uma vivência de ser família, de estar unidos, de caminhar juntos e enriquecer-se mutuamente na luta pelo cumprimento da missão nos diferentes campos de apostolado onde haja portas abertas de par em par para as graças que a MTA quer presentear a partir do Santuário para criar uma cultura de Aliança.

Voltamos para casa e somos uma família de Schoenstatt, assim resumiu o Padre Heinrich Walter, Presidente da Presidência Internacional de Schoenstatt, na Missa de envio.

Voz e voto para a vida - Schoenstatt é conduzido por correntes da vida

Porque a Aliança de Amor daquele 18 de outubro foi um processo de vida, tudo o que veio, vem e virá em Schoenstatt deve nascer de correntes de vida e ser apoiado, levado por elas, disse o Padre Kentenich em 1966. Realidade que vivemos nesta jornada, onde a maior preocupação por parte da equipe de preparação foi dar voz e voto à vida: à vida autêntica que nesses 100 anos nasceu a partir do impulso inicial da Aliança de Amor no Santuário Original.

O método eleito, portanto, foi o de um processo em que a condução da conferencia se deu por meio da moderação das contribuições dos mesmos participantes, e com referência às contribuições chegadas previamente dos diferentes países, tanto no trabalho em grupo como nas intervenções durante as sessões plenárias, em um processo democrático para chegar a opiniões e decisões em comum.

Buscamos juntos os frutos dessa Aliança de Amor em nossos países; as paredes na sala de entrada da Casa Padre Kentenich, lugar da Conferência, quase não conseguiram conter todos os cartazes - e alguns deles verdadeiras obras de arte! - nos quais os países apresentaram os frutos pastorais, pedagógicos, sociais e missionários da Aliança de Amor. Até o fim da Conferência, houve pessoas e grupos meditando e trocando experiências em frente aos cartazes...

Descobrimos juntos, "com grande alegria e gratidão... que a essência do ser de nossa Família é a Aliança de Amor com Maria" diz o documento final: "Esse ato de fé silencioso do P. Kentenich e um pequeno grupo de congregados - o acontecimento fundador de 18 de outubro de 1914 no Santuário Original - segue vivo em nós com todo o seu frescor original. Nos admiramos ao constatar que em todas as partes do mundo o que move e inspira nossas ações, a fonte de nossa fecundidade e a forma concreta de viver nosso seguimento a Cristo é a profunda fé na realidade da Aliança de Amor com Maria." É o que celebraremos em 2014. Foi um momento forte ver a votação, feita através de pontos fixados na parede por cada participante, que dizia: "Aliança de Amor - Outro". Ficaram quase todos os pontos juntos abaixo da palavra Aliança de Amor. "Somos uma família", disse, entre lágrimas e com o rosário na mão uma das servidoras que não pôde votar pelos pontos, "mas sim com minha oração".

Buscamos juntos os campos onde, a partir da Aliança de Amor, queremos e deveremos atuar para que a Aliança de Amor não só seja uma mensagem que anunciamos, mas que se torne um modo de vida, renovando-se assim, não na sua essência, mas nas suas projeções e aplicações.

Em um momento chave da Conferência, "em relação a como queremos celebrar o Centenário - quer dizer, com que espírito - recordamos que nosso Pai e Fundador nos ensinou a captar as correntes de vida e a conduzir através delas". Depois de uma aula do Padre Heinrich Walter sobre correntes de vida e a pedagogia de correntes de nosso Pai e Fundador, descobrimos a corrente do Santuário, a corrente do Pai, a corrente missionária e a corrente da unidade - sendo as primeiras duas as que tivemos, temos e teremos sempre, enquanto que as duas últimas foram a novidade surgida como forte voz de vida nesta conferência.

Deixamos juntos as discussões, a moderação e as votações para conduzir-nos a descobrir o que ainda faltava: as graças que imploramos para 2014. Os cartões escritos por cada participante que, em vez de colocar nos painéis de moderação, depositamos frente à imagem da Mater, se transformaram no "maior tesouro da Jornada". Cada um dos participantes recebeu, no envio no Santuário Original, um folheto com as cópias dos cartões. Não foi necessário traduzi-los. Foram entendidos perfeitamente.

Marcos da Conferência: Nada sem ti, nada sem nós

Neste momento de Cenáculo - de escrever em silêncio em um cartão a graça que desejamos para 2014, colocá-la na ânfora e escutá-la, depois, lida uma depois da outra por Pilar Jensen, enquanto dois jovens as depositavam frente à Mater, de joelhos - foi para muitos um dos momentos mais fortes desta Jornada, inclusive para a moderadora profissional que não pôde conter as lágrimas. "O céu toca a terra", disse. "Até agora era para mim uma frase maravilhosa. Agora a vivi". Foi viver a força do Nada sem ti, depois de ter trabalhado quatro dias no Nada sem nós.

Um primeiro marco da conferência já tinha tomado lugar dia 2 de fevereiro. Em meio ao frio glacial do inverno alemão, no Dia da Apresentação do Senhor, os participantes com os símbolos de seus países - entre coroas, peregrinas, patenas, símbolos do Pai - ingressaram no pequeno Santuário Original, levando o que em seus países cresceu daquela Aliança de Amor que o Padre Kentenich e uns jovens selaram aqui há quase 100 anos. Logo após este momento, os participantes começaram uma peregrinação subindo ao Monte Schoenstatt, que culminou no lugar de repouso de nosso Pai e Fundador, lugar de encontro de seus filhos espirituais. Pouco a pouco os símbolos foram depositados também sobre a sua tumba enquanto, em clima de entrega, compromisso e emoção, se entoava uma e outra vez: "Pai, tua herança nossa missão, aqui estamos, vamos contigo, nossa mão em tua mão, nosso coração em teu coração". "Tantas vezes falamos na corrente de retorno", disse um participante. "Agora podemos vivê-la" - e graças à transmissão ao vivo por Schoenstatt-TV centenas de schoenstattianos ao redor do mundo puderam vivê-lo também.

Com outro marco religioso da Conferência, que dia a dia esteve rodeada e apoiada por uma fortíssima corrente de oração em todo o mundo, concluiu dia 7 de fevereiro. Cada país representado recebeu uma telha do telhado do Santuário Original: símbolo da Aliança de Amor, dom e tarefa, e recordação para o 2014.

Uma missão a cumprir, uma mensagem a compartilhar: a vida se incendiará na vida

Vivemos momentos de entrega heroica que somente acontecem quando o coração está cheio de fogo: tradutores dormindo em frente aos computadores às três da manhã, acordando com um sorriso para continuar trabalhando; intérpretes não-profissionais nas cabines traduzindo até não poder falar mais; servidores jovens correndo três vezes em 30 minutos os 300 metros que separam a sala de conferência do secretariado para entregar cópias aos participantes; moderadores pensando até o último momento antes do começo se realmente faria falta alguma intervenção, por mais valiosa que fosse cada uma delas; participantes que optaram por trabalhar uma hora a mais à noite para seguir adiante com as conclusões, peregrinando nas breves pausas do meio-dia ao Santuário Original para implorar as graças do lugar de origem...

No espírito do que foi vivido e definido, também conseguimos - ainda que com discussões e renúncias aos próprios planos - decidir como queremos celebrar os 100 anos da Aliança de Amor: com uma peregrinação massiva a Schoenstatt, ao Santuário Original, no 18 de outubro, para renovar, aqui e em todo o mundo, a Aliança de Amor: "A partir das contribuições dos distintos países percebemos claramente que a MTA nos convida a uma peregrinação aberta ao Santuário Original em 18 de outubro de 2014. O lugar e o tempo têm para nós caráter sacramental. A celebração no local de origem deve estar em conexão simultânea com todo o mundo. Assim se manifesta a amplitude de irradiação da corrente de graças do Santuário Original e a grande fecundidade que retorna ao Schoenstatt original depois de 100 anos". Depois, também com uma peregrinação massiva de nossa Família internacional, queremos ir a Roma, levando os frutos de nosso compromisso missionário, para solicitar ao Santo Padre o envio apostólico.

Partimos da Conferência com uma missão a cumprir, uma mensagem a compartilhar: começa a preparação comum da família do Pai em todo o mundo para o ano de graças, 2014: "De acordo com o desejo da maioria da assembleia se pediu que se estabelecesse um triênio cujo conteúdo deve englobar as já mencionadas correntes de vida da Família internacional. Finalmente sugerimos que logo se inicie a peregrinação pelo mundo do Símbolo do Pai presenteado pelo Fundador. Almejamos que em torno de sua pessoa, nossa Família se purifique e cresça na unidade para fortalecer-nos na nossa missão a serviço da Igreja e da sociedade".

Resta agradecer a todos os que durante a Conferência nos acompanharam com suas orações e seu Capital de Graças. Podem estar seguros que verdadeiramente se fizeram sentir.

Pe. José María Garcia, Ir. M. Luciane Machens

Trad.: André Peres, Curitiba, Brasil