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El sagrario del Santuario Original Tabernacle in the Original Shrine Tabernakel im Urheiligtum Foto: POS Fischer © 2005
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ROMA, Pe. Alberto Eronti. A quaresma começou nove dias antes em Roma, a internação de João Paulo II no Policlínico Gemelli pôs em ação e oração ao mundo inteiro. Mais uma vez, comove-me contemplar a reação das pessoas diante da debilidade física do Papa. É como se reunir-se perto dele, rezar, vigilar, esperar notícias dele fosse uma maneira de sustentá-lo, de dar-lhe ânimo. Na manhã do primeiro dia de internação, e até o final, os primeiros em reunir-se foram os jovens e as religiosas. Ambos constituem "como a primeira fila" da solidariedade e da fidelidade. A eles se juntaram uma grande quantidade de pessoas – também os meios de comunicação, utilizando uma tecnologia impressionante -, como os grupos de peregrinos que pensavam encontrar o Santo Padre na audiência da quarta-feira.
Comovia ver os rostos dos jovens olhando as janelas do setor de internação do Pontífice. Uma jovem espanhola, com a voz meio quebrada e como num suspiro repetia: "Eu amo ele, eu amo ele…"; se o Papa a tivesse escutado, com certeza, lhe teria respondido: "eu também te amo". Chamavam a atenção os grupos que, ao longo de cada dia, chegavam aos jardins do Policlínico para cantar ao Papa, "ele não pode ver-nos, mas poderá escutar-nos e saber que estamos aqui, perto dele", dizia o "diretor" de um conjunto musical. As religiosas estavam lá, "de pé", resistindo às baixas temperaturas enquanto rezavam o terço. Os peregrinos de diferentes países e a variedade de idiomas que se escutavam eram todo um símbolo da catolicidade da Igreja.
"O Papa voltará para casa"
A alegria explodiu na quinta-feira de manhã quando o Porta-Voz da Santa Sede anunciou que o "Papa voltará para casa", que pena que não disse a hora! Como muitos não queriam deixar de ver e alentar o Pontífice, depois do meio-dia a multidão cresceu em torno ao Policlínico e ao longo das ruas pelas que deveria passar o veículo Papal; alguns esperaram durante horas.
O Papa estava informado e foi decisão dele viajar não num automóvel, mas no "Papamóvil", porque ele queria ver e ser visto, uma maneira de agradecer a todos pelo carinho e a solidariedade. Já era de noite quando ele se retirou do Policlínico, não sem antes ter tido gestos de pai e pastor, como receber, escutar e abençoar a um menino doente de câncer, que lhe pediu que lhe curasse…A alegria transbordou quando deu para ver a figura branca, com a cabeça inclinada, como ferido, saudando ao seu povo. Aclamações, vivas, cantos, lenços ao alto, rostos sorridentes…até que se viu ao Papa entrar "na casa dele". Agora, como a cada ano, ele iniciará os exercícios espirituais. Serão dias de silêncio e oração, também de repouso físico. Este domingo, como ele tem feito desde que assumiu, ele pedirá que lhe acompanhemos com a oração: também ele sente necessidade de conversão.
A Eucaristia, "escola de um amor superior e crescente"
Tudo isto significou uma particular preparação à "santa quaresma", como ainda a chamam aqui os mais idosos. Talvez a Providencia quis "preparar-nos"a todos para estes quarenta dias tão particulares. Como viver a Quaresma? Como vivê-la no "ano da Eucaristia"? Há umas palavras do Padre Kentenich que nos podem dar luz sobre o particular. Em 1965, o Pai Fundador respondeu à primeira pergunta dizendo: "Queremos assistir à escola superior da Eucaristia e aprender alí como deve ser a culminação de um amor crescente e de um espírito de sacrifício que se mostra nos atos". Chama à Eucaristia, "escola de um amor superior e crescente!" Um amor que se prova nos atos! Ressoam aqui as palavras da Ata de Fundacao: "Provem-me primeiro por atos que me amam realmente…Agora tem a melhor oportunidade para isso". Pela mesma razão, nosso Pai Fundador, une o mistério da Eucaristia com a pessoa de Maria. É Ela a que nos "submerge na profundidade de Cristo": "Cum Maria ad altare! Com Maria ao altar! Que significa isto? Significa que queremos arder como nossa Mãe - sim, realmente arder! – pela palavra de Deus; e como Ela, girar com toda nossa alma em torno ao altar do sacrifício e ao Sacerdote Sacrificante (Cristo), e isto em forma tão profunda, tão íntima, que por ele aprendamos a girar, cálida e ardentemente, em torno a Deus Pai em toda as circunstâncias de nossa vida". O Pai Fundador utiliza para orientar nossa vinculação com a Eucaristia as mesmas palavras que usa para definir o "Jardim de Maria". É que há uma identificação entre um e o outro!
Cada amor é uma oferenda
Destaca que a Eucaristia é a realização da promessa: O Emanuel! Deus conosco! Deus junto a nós! Deus em nós! Por quê Deus Pai quis isto? Porque "minha delícia é estar com os filhos dos homens! (Prov. 8, 31). Deus quer estar conosco! É sua delícia estar conosco! Por quê Ele quis estar conosco?, responde o Pai Fundador: "Todos sabemos – não é certo? – quanto anelo tem nosso coração de que alguém que nos queira saiba de nós e se interesse por qualquer pequenhez de nossa existência. Tudo isto fica resumido numa palavra: Emanuel – Deus conosco, Deus junto a nós, Deus em nós" (…)Sim, também Deus em nós! (…)Isto significa que esta íntima aliança de amor, esta fusão de corações entre o Deus eterno e meu coração, durará toda a eternidade. Aliança de amor. Singular presente maravilhoso o que aqu é prometido para nós e que se tornou realidade!", É o Mistério da fé, éa Eucaristia!
Que o testemunho do Papa, com sua doença e sofrimento como oferenda, e as palavras de nosso Pai nos iluminem e ajudem a viver a Quaresma deste ano 2005, no ano da Eucaristia. O amor é sempre oferenda, e toda oferenda deveria ser eucarística, ou seja: como a de Jesus. Nós o fazemos a cada dia através das "contribuicoes ao Capital de Graças".
Traduçao: Afonso Wosny, Brasil