Dominou como ninguém a linguagem do coraçãoKatharina Lesniewicz, primeira superiora geral do Instituto de famílias de Schoenstatt, falecida aos 92 anos no dia 6 de Junho |
SCHOENSTATT, Mbl. "À pena e ao agradecimento junta-se o orgulho", disse Francisco Nuño no funeral de Katharina Lesniewicz, primeira superiora geral do Instituto de famílias de Schoenstatt, falecida aos 92 anos no dia 6 de Junho. Muitas famílias do Instituto e representantes do Movimento de Schoenstatt celebraram juntos a Missa do Espírito Santo na Paróquia de Vallendar, tal como a Sra. Lesniewicz tinha desejado para o seu funeral. Ela dominou a língua do coração, assim o acentuaram o Padre Boll na homilia e Francisco Nuño, destacando além disso a sua presença maternal na comunidade. A igreja paroquial de Vallendar encheu-se neste dia quente de Junho com famílias jovens e menos jovens, com representantes das diferentes comunidades de Schoenstatt para dizer adeus a Katharina Lesniewicz, ou melhor dito: para agradecer pela sua vida, a vida de uma schoenstattiana da primeira hora. Tal como ela mesma desejou para este acontecimento, celebrou-se uma Missa ao Espírito Santo que foi acompanhada de belos cânticos. Uma vida na força da féEla viveu na força da fé, disse o Padre Günther M. Boll, assistente espiritual do Instituto de famílias de Schoenstatt, justamente um dia depois de regressar de América Latina. A partir desta força da fé tornou-se um testemunho vivo. "Ela viveu a sua fé com uma grande força interior, sem fazer muito ruído, tranquila mas forte" disse o Padre Boll. Esta força da fé marcou todo o caminho da sua vida, especialmente desde que ela e o seu marido foram nomeados pelo Padre Kentenich como primeira família superior geral. Na América do Sul foi perguntado em muitas ocasiões sobre como estava a Sra. Lesniewicz. As famílias sul-americanas contavam como ela as entendia sem saber nenhuma língua estrangeira. "A vida humana e a dor humana calavam fundo dentro dela, passavam imediatamente ao seu coração." Ela entendia o idioma do coração e falava-o. A terminar a sua homilia o Padre Boll disse que ainda que seja uma grande palavra, se atrevia a dizer com toda a seriedade que "ela foi uma pequena santa da vida diária." Presença maternal"Quando na sexta-feira da semana passada tivemos conhecimento que o Pai celestial tinha chamado a si a Sra. Lesniewicz numa idade bíblica, muitos de nós que vivemos vinculados a ela desde há anos tivemos a sensação de que o agradecimento pela sua vida se sobrepunha à nossa tristeza. E na tristeza e no agradecimento se misturava também o orgulho," disse Francisco Nuño, Superior geral do Instituto de famílias de Schoenstatt, no acto que se seguiu à santa Missa. "Orgulho, não apenas por a ter conhecido mas também porque pudemos confiar-nos muito tempo e em muitas ocasiões à sua condução moral e à sua condução maternal espiritual. Quando falo de nós refiro-me a minha esposa e a mim, e também me refiro a muitas famílias da Alemanha, Europa e América. A Sra. Katharina Lesniewicz, com seu marido a primeira família superior geral do Instituto de famílias de Schoenstatt, está inscrita profundamente nos corações de centenas de famílias da Alemanha e do estrangeiro. Dão testemunho disso as abundantes cartas, telefonemas e comentários que nestes dias ouvimos e lemos: ela foi carinhosa e maternal, sábia e forte, de um calor maternal irresistível, simples, humilde e sobrenatural. às pessoas com quem ela se encontrava, chamava a atenção a luminosidade que dela se desprendia." Francisco Nuño caracterizou a falecida, que serviu o Instituto na posição de família superior geral até o ano 1982, em quatro aspectos fundamentais. Com ela se fez uma boa parte da primeira hora da história de Schoenstatt. Ela foi a filha amante e serviçal, filha do eterno Pai Deus:Tal como o Redentor mostrou a sua entrega filial aos desejos e ao querer do Pai no seu trabalho, na sua oração e no seu sacrifício, assim a Sra. Lesniewicz se entregou à vontade do Pai na pessoa do seu transparente na terra para ela, o Padre José Kentenich. Ao terminar a última guerra mundial conheceu alguns sacerdotes schoenstattianos tomando assim contacto com Schoenstatt. No ano de 1946 o Padre Johannes Tick visita-a pela primeira vez e no ano de 1949 participa com o marido numa jornada da incipiente obra familiar. No ano de 1953 entrou para o quarto curso da Federação de famílias. Durante o tempo do exílio do Fundador de Schoenstatt, Padre José Kentenich, ela e o marido assumiram, em estreita colaboração com o Padre Tick, a corresponsabilidade pela obra familiar. A partir do ano de 1962 colocaram-se, com outras famílias, à disposição para a construção do Instituto de famílias. O próprio Fundador os nomeou no ano de 1968 como primeiros superiores gerais do Instituto. Ela foi a amada e amante companheira e colaboradora do seu marido:O Fundador de Schoenstatt fundou para o tempo actual, em que o matrimónio e a família estão sendo destruídos de forma tão especial, uma comunidade de casais que deveriam viver em si mesmos toda a grandeza do matrimónio e da família para, por sua vez, o anunciarem à igreja e ao mundo. O Fundador de Schoenstatt encarregou o casal Lesniewicz da construção e do desenvolvimento desta nova comunidade de novo cunho. Seguiram-se anos decisivos e difíceis nos quais foi possível caminhar nesta obra comum graças ao amor esponsal do marido e da mulher em seu estar um com o outro e para o outro. Tal como aconteceu com Abraão, eles ouviram a voz do Senhor dizer: "Sai da tua terra, da tua pátria e da casa de teu pai, e vai para o país que eu te indicarei. Eu farei de ti um grande povo; te abençoarei e engrandecerei o teu nome." Eles deixaram a sua casa e os seus bens em Heidelberg e mudaram-se para a terra prometida, para Schoenstatt. A senhora Lesniewicz ajudou o seu marido a construir um lar espiritual e físico para as famílias em Schoenstatt. A sua entrega e dedicação estão hoje presentes e visíveis no Monte Nazaré: a "Haus Nazaré", o 'Santuário das famílias', e a 'Casa das famílias' dão testemunho da obra de vida do casal Ernst e Katharina Lesniewicz. Sem ter conhecimento de outros idiomas além do alemão, a senhora Lesniewicz foi com seu marido no ano 1974 à América para contactar aí com diversas famílias. Foi o início de uma série de viagens pela América do Sul e do Norte, que tornaram possível o desenvolvimento e crescimento da comunidade que o Pai Fundador entregou a seu cuidado. Eles puseram um empenho especial em construir o Instituto em fidelidade ao Pai Fundador. Ela foi superiora geral até ao ano de 1982. Ela foi a mãe amante e serviçal:Mesmo depois de terem sido nomeadas as famílias superioras gerais seguintes, a senhora Lesniewicz continuou sendo, com seu ser maternal a referência obrigatória para jovens e mais velhos, para famílias alemãs e do estrangeiro. Uma energia jovem e claramente inesgotável marcou a senhora Lesniewicz. Nos últimos anos dizia-nos com frequência: "o meu 'hard disk' já não funciona e já não há peças sobresselentes!" E no entanto, ela tinha sempre a palavra oportuna para cada um e para cada situação. A sua casa foi um lugar obrigatório de visita para muitos peregrinos que vieram nos últimos anos a Schoenstatt. Aí buscavam e encontravam conselho e esperança; ela sabia acolher toda a dor no espírito do amor. Ela mostrava sempre Nossa Senhora como a Rainha da família. A Mãe do Redentor foi para ela nas suas atitudes e virtudes a grande educadora da família. Ela entregava diariamente ao poder maternal de Maria todas as preocupações e necessidades das famílias e da comunidade. Como membro do círculo de adoração do Instituto sabia levar até ao tabernáculo todas as pessoas que a ela se encomendavam com os seus anseios e preocupações. Nos últimos anos a senhora Lesniewicz, consciente das dificuldades que nos afligem, ansiou especialmente a coroação da Mãe Deus. No dia 24 de Março de 2003 pôde assistir com grande alegria ao acto de coroação de Maria como "Rainha do monte Nazaré" em Schoenstatt. A Sra. Lesniewicz dominou como ninguém a linguagem do coração:Ela não sabia línguas estrangeiras, mas brasileiros, chilenos, espanhóis, checos, belgas e pessoas de outros países falaram com ela sem intérprete algum, no idioma do coração. Ela tornou possível e concreta a alegria e a esperança, ela abriu o futuro às pessoas jovens. Ela convenceu-os e entusiasmou-os com a grandeza e maravilha do matrimónio e da família cristãos. Ela dava-lhes conselhos para levarem a bom termo o caminho comum do matrimónio e para a educação dos filhos. A senhora Lesniewicz será para nós no Instituto o nosso modelo e exemplo. Estamos dispostos a manter bem alto as suas convicções e ideais. Perdemos uma mãe que nos mostrava o caminho e vamos sentir muito a sua falta. Mas queremos consolar-nos com as palavras de despedida que se ouviam na igreja primitiva: Não queremos afligir-nos por a ter perdido, mas queremos estar agradecidos por a termos tido, e mais, porque ainda a temos; porque aquele que regressa ao Pai, permanece na comunidade da família de Deus e apenas nos precedeu." |
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Last Update: 27.06.2003
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