Schönstatt - Begegnungen

Coronando nossa Mãe Rainha como Rainha dos Estados Unidos da América

Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição, 9 de Setembro de 2002

DOCUMENTAÇÃO. Padre Gerold M. Langsch, Padre de Schoenstatt.
In Clifton, Virginia: Elfi Stitz and Fr. Gerold Langsch, Superior of the Schoenstatt Fathers in the USA, before the Blessed Mother and Jesus.
En Clifton, Virginia: Elfi Stitz y el P. Gerold Langsch, Superior de los Padres de Schoenstatt en los Estados Unidos, frente a la Mater coronada.
In Clifton, Virginia: Elfi Stitz und P.Gerold Langsch, Oberer der Schönstattpatres in den Vereinigten Staaten, vor der gekrönten Königin
Foto: Soros © 2002

Reverendíssimo Bispo Leonard Olivier, Reverendíssimos Padres, Diácono, Queridos membros da família de Schoenstatt, Meus queridos Irmãos e Irmãs.

A maioria de nós aqui presente já participou de uma solene coroação de Maio numa paróquia, um excitante ritual familiar, muito aguardado pelas meninas da primeira comunhão em seus vestidos brancos. Ou nós ouvimos a respeito do Santo Papa coroando a estátua de Virgem de Fátima no aniversário de sua tentativa de assassinato. Mas, pergunto, com que freqüência vocês a tem coroado pessoalmente, não de uma maneira geral, mas com uma real intenção em mente, com uma profunda e pessoal participação interior quando você tem uma grande necessidade ? Então você esperava pelos resultados e retornava a Ela para agradecer pela graça ou favor recebido ? Isto acontece um tanto raramente para muitos de nós. Em Schoenstatt, nosso fundador, Padre José Kentenich, lembrou-nos a belíssima prática da Igreja. Ele queria reavivá-la para todos nós.

Agora então, Por que nós devemos coroar a imagem da Mãe Rainha aqui na Basílica Nacional da Imaculada Conceição neste dia de hoje ? Por que, onde, quando.

Quando ? Nesta hora, na celebração solene desta tarde, você e eu estamos preparando para oferecer à nossa queridíssima Mãe Rainha como padroeira dos Estados Unidos da América uma coroa, preparada num nível pessoal e comunitário. Neste dia de hoje, devido ao 11 de Setembro de 2001. Nós queremos responder ao ataque terrorista em nossa nação em Nova Iorque, Washington e Pensilvânia naquele fatídico dia no ano passado. Esta é nossa pessoal convicção como Cristãos, como membros da família de Schoenstatt e como cidadãos deste grande país, que deveríamos responder a ele com um poderoso ato de fé e reparação, para responder a ele com uma coroação da padroeira do nosso país. Fazendo isto então, nós nos entregaremos completamente a Ela para atraí-La com Sua poderosa intercessão sobre o campo de batalha do nosso tempo.

Onde ? Aqui na Cripta da Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição, padroeira dos Estados Unidos. Um lugar sagrado pelo amor, devoção e dedicação de fé de todos os bispos dos Estados Unidos que dedicaram nosso país a Ela sob esta denominação em 1846. Unidos a muitos outros que farão o mesmo durante estes dias perto do 11 de Setembro, nós A coroaremos nesta nossa Catedral Nacional na Capital Nacional, como representantes da Igreja e de nossa sociedade para expressar o que nós todos realmente sentimos dentro de nós.

Sim, o que realmente sentimos dentro de nós ? Por que A coroamos ? Nós todos nos sentimos completamente desamparados como nação contra tão terríveis ataques; nós nos sentimos ameaçados como uma civilização do Oeste; nós ainda nos sentimos ameaçados em nossa liberdade; nós não estamos certos sobre o nosso futuro. A Paz não é mais uma certeza como era antes. Nós certamente entendemos os esforços que nosso presidente faz com seu novo Departamento de Segurança Interna, com sua luta contra o terrorismo em escala mundial. Todas as opções militares e políticas são válidas. Mas elas nos trazem uma paz verdadeira e segurança ou uma reconciliação entre indivíduos e nações ansiada por todos ?

Nossa nação foi construída sob premissa da fé e da confiança em Deus. Desde o começo, Maria representou o principal papel na vida dos cidadãos. Mas, vocês podem perguntar-se, por que coroá-La ? Nós rezamos o terço às vezes, fazemos romarias, e nos empenhamos em levar uma vida mais santificada. Isto não é suficiente ? Sim, é. A coroação de uma imagem é somente um sinal externo de uma atitude interior; um pequeníssimo e insignificante ritual representado por ingênuos seres humanos acreditando que eles poderiam exercer algum poder sobre o poderoso Deus. Entretanto, se Deus não nos tivesse prometido ajudar-nos através da intercessão de seus amados santos nós não poderíamos fazer nada para mudar o destino do mundo. Mas foi isto exatamente que Ele fez. Ele prometeu mudar o destino do mundo, se nós nos arrependêssemos, levássemos uma vida santificada e mostrasse nosso amor por Ele e para os outros com sinceros atos de fé. Um ritual como a nossa coroação de hoje, nos apresenta este desafio específico: mostre-Me que você Me ama – em sua vida, em suas ações como nobres e reais filhos da Mãe Rainha.

Pemitam-me dar-lhes um pouquinho de história, uma pequena reflexão sobre a teologia da coroação. Sempre me lembrarei um dos ditos do Pe. Kentenich: Se nós coroarmos a Mãe Rainha .... isto não significa que Ela é Rainha do mundo porque nós A coroamos; e sim que nós A coroamos porque Ela é Rainha." Em outras palavras, nós somente reconhecemos o que Deus fez por Ela: ao lado do Rei, Ela é a Rainha.

Sob o título "Rainha" nós lemos no Dicionário de Maria (ver pág. 281-289). O título de Rainha foi dado para Maria pela Tradição Cristã, a partir do começo do 4º. Século como indicador de Sua transcendência e poder. Junto a outros títulos reais ele entrou progressivamente nos costumes do povo de Deus e finalmente ganhou notoriedade na Liturgia das Horas (Salve Santa Rainha, Rainha dos Céus regozija...), na misericórdia popular (Intercessão da Virgem Maria, 15º. Mistério do rosário...), e na iconografia cristã que freqüentemente retrata a coroação de Maria.

A atribuição do título de Rainha tornou-se uma prática comum e aceita na Igreja, a ponto do Papa Pio XII, em 1954, ter instituído a litúrgica Festa da Coroação de Maria. Naquela ocasião o Papa também emitiu o principal documento do Magisterium a respeito da real dignidade de Maria, a Encíclica Ad coeli Reginam (11 de outubro de 1954).

Os ensinamentos do Magisterium naquele tempo eram largamente baseados em dois textos bíblicos do evangelho de Lucas. "As palavras do anjo Gabriel prevendo que o Filho de Maria reinaria para sempre" (Lucas 1:32f) e "as palavras de Isabel, que saudou Maria com reverência e chamou-A "a mãe do meu Senhor". Estes textos mostram "claramente que devido à dignidade real de Seu Filho, Ela (Maria) possuía a grandeza e uma excelência que A distinguiam".

Testemunhos de Padres são inumeráveis e as encíclicas citam as mais importantes. Assim o argumento teológico para os dois títulos reais de Maria é baseado na Maternidade Divina e sua associação com a missão do Redentor. "A realeza de Maria é uma participação na dignidade real de Jesus Cristo, mas de uma maneira limitada e analógica". Isto inclui três aspectos ou funções:

  1. Uma transcendência ou superioridade, porque a Virgem Maria " supera em dignidade toda a criação", de acordo com as palavras de São Germano.
  2. Um poder real, que A autoriza a distribuir os frutos da Redenção.
  3. Uma inesgotável eficácia na intercessão junto a Seu Filho e ao Pai. "Maria foi eleita Rainha dos céus e da terra por Deus, explica Pio XI, exaltada por todos os coros de Anjos e Santos. Ao lado da mão direita de Seu único Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, Ela luta, batalha fortemente por nós com preces maternas, e que Ela procura Ela acha para que nossos pedidos não sejam em vão". (Ver pág. 395, em Nossa Senhora, Ensinamentos Papais).

A Liturgia Pós-Vaticano II detalha essas idéias. Eles encontraram uma belíssima expressão no Ofício pela Festa do Nascimento de Maria (8 de setembro) bem como na Solenidade da Assunção de Maria e na Festa da Sua Coroação no dia 22 de agosto. Entretanto, isto culminou num Rito Mariano especial promulgado pela Igreja em 25 de março de 1981: O rito da Coroação da Imagem da Sagrada Virgem Maria.

Esta liturgia em particular, sustenta a base bíblica do Reinado de Maria, fixando-o (junto com o Reinado de Cristo) no Mistério Pascal, auto-sacrifício de Cristo, morte e ressurreição. Este Mistério Pascal é perpetuado nos seguidores de Cristo, especialmente em Maria Sua Mãe e perfeita Seguidora. Sua Páscoa é a Assunção, o momento de Seu formato final para Cristo. Seu Reinado é de amor e serviço, não de pompa e poder, exatamente como é o Reino de Cristo: "Meu Reino não é deste mundo" (João 18:36); "o Filho do Homem não veio para ser servido e sim para servir, dar Sua própria vida como resgate em favor de muitos" (Mt 20:28).

O rito, portanto, aponta, as quatro razões porque Maria merece ser Rainha: Ela é a) a Mãe do Filho de Deus e do Messias; b) a amorosa parceira do Redentor; c) a perfeita Seguidora ou Discípula de Cristo; e d) a mais exemplar Membro da Igreja.

Representar a imagem de Maria como uma Rainha deve, sem dúvida, estar em harmonia com as legítimas exigências de nossa mentalidade moderna. Nós vemos isto realizado na liderança de pessoas importantes que personificam nossos valores e influenciam a direção de nossa vida pessoal ou social. Os primeiros Cristãos viam no Rei um absoluto e indiscutível ponto de referência. Proclamando Jesus "Rei universal" era equivalente a dizer que todas as pessoas encontram Nele sozinho a verdadeira resposta para questões de sua própria identidade.

Da mesma maneira, Maria é Rainha por exercer a um papel de liderança em relação ao Povo de Deus. Graças pelo Seu prestígio, Seu exemplo como primeira Cristã e modelo da Igreja, representa um ponto de referência necessário para os fiéis. Nela eles podem encontrar o segredo para suas próprias e reais identidades como filhos de Deus e o modelo de como dar a Cristo uma posição maior em suas vidas.

Exatamente neste contexto, nós podemos situar a espiritualidade do Movimento de Schoenstatt. Escutando mais uma vez as palavras de Pe. Kentenich: "Quando nós coroamos Sua imagem e A proclamamos Rainha, nós simplesmente concluímos o que nossa fé nos revela sobre Maria e sua posição no plano de salvação. Nós damos nossa crença, um pronto sim ao plano e vontade de Deus... Assim nosso ato de coroação não é nada mais que uma forma especial, original e profunda de perceber nossa aliança de amor com a Mãe Rainha"... E ele continua: "A Mãe de Deus é Rainha por direito de herança, conquista e escolha".

Quando examinamos a história da família de Schoenstatt, encontramos o ano de 1939, como sendo o da primeira coroação. Naquela época o Socialismo Nacional ameaçava todas as ordens Cristã. Schoenstatt sentiu-se como Davi frente ao gigante Golias. Nosso fundador reconheceu os poderes ocultos no trabalho. Em tempo como este quando da guerra de forças diabólicas contra o divino, nós, da mesma forma, experimentamos isto mais uma vez, o papel da Nossa Senhora deve ser colocado cada vez mais em primeiro plano. Esta era sua convicção. Como Rainha coroada com estrelas, Ela pode lutar contra os poderes diabólicos. Desta forma, nós A proclamamos nossa Rainha; nós oferecemos a Ela uma coroa para resistir às influências destruidoras. A coroa expressa nossa total entrega e nossa completa confiança Nela.

Esta coroação não foi um ato meramente simbólico que foi realizado uma vez e permanece na memória do povo como um ato sentimental. Não, a coroação apanha profundamente o coração humano; ele se converteu numa força para transformar as pessoas. O mais profundo efeito da coroação de Nossa Senhora foi sentido somente quando as pessoas que A coroaram se libertaram das amarras terrenas e se entregaram à sua Rainha. Deste modo, pelo Seu supremo poder que lhe foi preparado, Ela pôde assumir o seu lugar. Por isso, a coroação da nossa Mãe Rainha tem de ser sempre acompanhada pela luta séria melo mais elevado. Quanto maiores os perigos e a aflição ao nosso redor, mais temos de suplicar à Nossa Senhora para cuidar e abrir nossos corações para que possa agir em nós.

Então, por toda a história de Schoenstatt, nosso fundador levou-nos a coroar Nossa Senhora muitas vezes. Ele A coroou em Dachau como mãe do pão ou, posteriormente, em agradecimento após a guerra. Em 1946 ele disse: "Para mim esta é a minha mais importante reivindicação: Coroem nossa Mãe Rainha e vocês verão que nossa sociedade Cristã será salva.

Através de anos, tem se tornado uma prática comum entre os membros da família de Schoenstatt prepararem-se para a coroação em suas casas e seus santuários-lar. Numa oração cuidadosamente preparada eles expressam suas necessidades ao lado de sua gratidão. Mais uma vez a coroa representa sua vontade em se empenhar e boa vontade para levar uma vida santa.

E, assim, durante todos os anos da nossa história vários razões para a coroação foram elaboradas:

- nós coroamos como um reconhecimento do Reinado de Maria sobre nós;

- nós coroamos por nosso próprio desamparo;

- nós coroamos como sinal do profundo sentimento de gratidão;

- nós coroamos como uma expressão de nossa missão para o mundo e a Igreja.

Visto por este ângulo, entendemos agora porque nosso convite relaciona três razões para nossa cerimônia de coroação hoje. Este ato mostra nossa profunda convicção de que Maria deve mais uma vez tornar-se mais atuante na vida de toda a nossa nação:

- Nossa paz é ameaçada devido a contínuas ameaças de atos terroristas;

- a vida de nossa nação é ameaçada por todos os atos de assassinatos deliberados dos fetos através do aborto;

- a fibra moral de nossa nação é ameaçada pela imoralidade que nós vemos em cada parte de nossa vida como povo americano.

Eu disse, Maria deve tornar-se mais atuante na vida de nossa nação. Sim, ela irá nos ajudar e nos guiar, mas também temos de fazer a nossa parte. À medida que enxergamos mais de perto, as ameaças não vem somente de fora. Nós, como pessoas, também estamos minando a fibra moral de nossa nação.

Paz: Deus é um Deus de paz mas como pode esta paz reinar sobre o nosso mundo se eu decido declarar guerra a meu vizinho ? A paz verdadeira começa comigo, com vocês, com cada um de nós. Por isso é que nós rezamos na nossa prece de Coroação: "Deixe a paz estar em cada coração, uma paz que flui de um para o outro, para amigos e estranhos da mesma maneira." – De uma forma prática, eu gostaria de sugerir que todos nós nos comprometêssemos, como muitos, com atos de gentileza como efetivamente podemos.

Aborto: Da mesma forma, leis não acabarão com a prática do aborto; isto deve ser uma mudança dentro do coração para aceitar cada nova vida como um presente de Deus. Esta mudança sozinha traria um fim ao flagelo do aborto.

Uma renovação moral interna:

E, em t nação não é somente tarefa da Mãe Rainha sozinha. Não, isto depende de cada um de nós. Assumir a verdadeira paternidade, ou acabar com a deterioração da estrutura familiar; superar as crises internas da Igreja em nosso país – tudo isso somente pode ser realizado através de uma série de esforços para viver uma vida mais santificada; agir com honestidade e mostrar obediência à lei de Deus e às leis deste país. Maria nos levará nesta luta como nossa poderosa Rainha – mas nada sem nós! Ela conta com a nossa honesta cooperação com a graça de Deus.

Que programa poderoso! Este pequeno e simples gesto realizado hoje aqui de colocar uma coroa de prata ou de ouro numa imagem da nossa Mãe Três Vezes Admirável e Rainha de Schoenstatt transforma-se num programa de renovação para nossa nação, para nossa Igreja e para cada família. Maria mostra o caminho ao nos desafiar: vivam à altura de seus princípios Cristãos! Mudem suas maneiras! Ajam de forma certa!

Assim Nosso Senhor pode tornar-se, mais uma vez, o dirigente na nova ordem social Cristã; então, o paraíso pode tornar-se um pouco mais presente aqui na América. Amém.

Tradução: Selma Cammarota, São Paulo, Brasil



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