PARAGUAI, Joaquín Santiviago •
A decisão e a entrega total à vocação pessoal também se expressa como manifestação de um fundamento do qual emana beleza: Deus, que é pedra fundamental da vida. A música é fundamento da minha vocação, a minha vocação de criança, de pai, a minha vocação de educador, a minha vocação de schoenstattiano, a minha vocação de cristão. Na música encontro Deus, mas nela Deus encontra-me primeiro porque Ele me cantou primeiro. Neste presente imenso de escutar a voz de Deus na música sinto-me chamado a servir através dela, como eco desse canto com o qual Deus veio, com Maria, à porta do meu coração.
O coro que cantou na Tomada de Túnica de Sião
Desde este encontro como experiência crucial e neste contexto, tocou-me dirigir o magnífico Coro Alegria para a “Tomada de Túnica de Sião”. Quando assumimos a tarefa, tomámos como desafio prepararmo-nos para o 8 de julho, oferecendo a beleza da música como caminho para unir os corações das pessoas ao coração de Deus, e em particular os corações dos 21 noviços que se decidiram pela vocação do sacerdócio. No é nada fácil nem simples, mais ainda quando não se é profissional e portanto, não se tem as ferramentas para que este serviço seja melhor. Não foi fácil dirigir um coro de cerca de 70 membros e 28 músicos profissionais que formam a orquestra. Em vários ensaios senti-me ultrapassado por algo que não estava tecnicamente preparado para dirigir. Mas, não se está sozinho. Tem-se a clareza de que não pode existir um maestro sem o seu coro, sem as vozes, não pode existir um coro sem uma magnífica equipa que trabalhou para que tudo funcione, do mesmo modo que não pode existir a luz sem a escuridão.
Unanimiter
Trabalhámos em diferentes frentes, trabalhámos espiritualmente, musicalmente, e também para juntar recursos económicos. Em tudo isto unimo-nos muito e formámos a família do Coro. E esta é a experiência mais generosa de Deus, darmo-nos conta de que um coro não é só a soma das partes, a soma das vozes que soam, mas que é uma unidade total que forma um todo. É unanimiter, uma só alma, um mesmo espírito que se manifesta e oferece cultura religiosa, re-ligando os corações ao que nos cantou primeiro e cuja beleza nós cantamos, como serviço e expressão do amor que Deus nos tem para os outros. E nisso consiste a alegria.
O 8 de julho foi um desses dias que se constitui num mistério de glória e gozo para os noviços, para a Comunidade de Sião, para a família de Schoenstatt, para a Igreja do mundo e o coro quis ser parte desse contributo generoso que se conseguiu com a ajuda de muitas pessoas. No foi fácil mas extremamente belo e reconfortante, porque há mais alegria em dar que em receber e quando se trata de musica, esse caminho de ida e volta fazêmo-lo com Jesus e Maria os quais com amor generoso nos cantaram primeiro.
Original: espanhol. 17.07.2017. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal