Posted On 2016-11-10 In Vida em Aliança

Em terras de Portugal e além-mar, Santuário de Schoenstatt “em saída”, dá corpo à Imagem da Igreja que Belmonte encarna

PORTUGAL, Lena Castro Valente •

Em Portugal, país territorialmente pequeno – que não na alma – surgiram, de há uns anos a esta parte, uma miríade de Ermidas ou Nichos em honra da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt que, transportam o Santuário, as suas Três Graças e a sua mensagem, para fora de Si próprio, numa peregrinação ao encontro das almas. E, na linha do seu estar na História dos Homens, quando com os Descobrimentos dilatou a Fé nas quatro partidas do mundo, também corações e almas portuguesas levaram o Santuário, corporizado numa Ermida, à Guiné-Bissau (África), antiga província ultramarina portuguesa.

Uma Igreja Peregrina

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“Tu es Petrus, et super hanc petram aedificabo ecclesiam meam”. A Igreja é, portanto, também a rocha… Antes convidavam-se os povos a procurar e a encontrar, por si próprios, o caminho para essa rocha. Hoje é a rocha que se quer mover permanentemente… Esta pedra é uma pedra peregrina. Peregrina pelas nações, através dos tempos e, ela própria procura Homens, almas, atraindo-os; não espera portanto que eles venham por si próprios.” (Pe. Kentenich – Belmonte na visão de José Kentenich – Conferência de 8/12/65 por ocasião da colocação simbólica da Pedra Fundamental do Santuário de Belmonte, pag. 31,32)

Esta é a uma das características da Imagem da Igreja, que o Pai-Fundador de Schoenstatt, Pe. José Kentenich – ou como ele sempre dizia NÓS (Schoenstatt) – já tinha antes do Concílio Vaticano II e, que o mesmo Concílio veio depois definir. Aliada a esta imagem da Igreja – a rocha – e, com o mesmo sentido, ele usava muitas vezes a imagem do barco – a Igreja como um barco: “Com a ideia do barco está unida a da mobilidade; um barco fendendo as ondas, mesmo que as ondas possam ser muito altas, mesmo que as ondas possam muitas vezes pôr o barco em perigo… é a primeira característica da Igreja que hoje temos perante nós: uma Igreja peregrina, uma rocha peregrina, um barco no alto mar, enviado para o mar alto” (Conferência de 8/12/65 por ocasião da colocação simbólica da Pedra Fundamental do Santuário de Belmonte, pag. 32).

O Papa Francisco logo no início do seu Pontificado, em Novembro de 2013, anunciou a “sua” imagem da Igreja – que é a do Concílio Vaticano II – “Igreja em saída”: “A Jeremias disse: «Irás aonde Eu te enviar» (Jr 1, 7). Naquele «ide» de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova «saída» missionária. Cada cristão e cada comunidade há-de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho – Evangelii Gaudium nº 20).

A Campanha da Mãe Peregrina iniciada por João Pozzobon em 10 de Setembro de 1950, quando recebe a Imagem da Mãe e Rainha de Schoenstatt, já tem este alcance missionário de uma Igreja em saída, de um “Schoenstatt em saída”. Guiado pelo Espírito Santo,  “Naquele momento, entendi que a bondade e a misericórdia de Deus e da Mãe e Rainha me tinham dado uma grande missão evangelizadora: a Campanha do Santo Rosário” (João Pozzobon), este homem na sua originalidade e simplicidade, pôs-se à disposição como instrumento, para servir “Schoenstatt em saída”, levando-o à Igreja, contribuindo assim para A ajudar a conformar esta característica de peregrina que os Homens e os tempos actuais tanto necessitam.

Belmonte, farol de Schoenstatt ao serviço da Igreja Universal

“Belmonte deve ser o “púlpito” do Pe. Kentenich em Roma; um lugar de onde ele continue a falar e ofereça a sua contribuição para a Igreja. Um lugar no qual as pessoas possam entrar em contato e em diálogo com ele e com as suas iniciativas”. (Pe. Marcelo Cervi, futuro Reitor do Santuário de Belmonte).

Belmonte além de ser o presente que a Família de Schoenstatt Internacional – os que estiveram, os que estão e os que hão-de vir, como o Fundador sempre dizia – ofereceu ao Pe. Kentenich pelo seu 80º aniversário, é também o seu pedido insistente a toda a Família de Schoenstatt para que assumisse a construção deste espaço, Santuário e Centro Internacional. Belmonte é, assim, o compromisso assumido pelos filhos do Pe. Kentenich de o tornarem o “rosto visível de Schoenstatt dentro da Igreja” construindo, deste modo, a Casa do Pai (física e espiritualmente) e dos seus filhos em Roma.

Belmonte é o “Santuário de todos nós”, um Santuário Internacional onde todos estamos representados, tanto a nível pessoal, como a nível dos Institutos, Uniões, Ligas … Belmonte é o “dever de todos nós” de contribuirmos para tornar possível, em Roma, este “farol” do Fundador e de “Schoenstatt em saída” para o enriquecimento da Igreja.

Daí a sua ligação intrínseca com a Campanha da Mãe Peregrina. O terreno de Belmonte onde, na altura, só existia uma Ermida da Mãe Três Vezes Admirável, foi visitado por João Pozzobon e pela Peregrina Original em 1979. Ele queria apresentar à Igreja a fecundidade da Campanha e, em Roma, pisou o mesmo solo que o Pai-Fundador tinha pisado 14 anos antes, ele que se considerava o seu “aluninho”. Fiel à origem, validou com a presença da Imagem Peregrina e todas as dimensões de apostolado a Ela ligadas, o desideratum do Fundador em relação a Belmonte e à sua Família de Schoenstatt Internacional.

Desta viagem à Europa ele levou como inspiração a construção, pelos caminhos, de Ermidas, em honra da Mãe, para que a Sua presença estivesse sempre próxima dos Seus filhos e incentivasse à oração e à vida de acordo com a fé.

Por isso, na Casa Pater Kentenich, ainda em construção, há uma Sala com o seu nome onde será entronizada uma Imagem da Mãe Peregrina de Schoenstatt formada com as fotos das Ermidas, de todos os países, que forem enviadas para Belmonte.

Em Portugal, a Mãe e Rainha multiplica a Sua presença física, pelas povoações da Terra de Santa Maria

Moita

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Em Portugal há dois tipos de Ermidas ou Nichos: as que foram erigidas em terrenos pertencentes aos diversos Institutos e Uniões (Senhoras de Schoenstatt, Irmãs de Maria, Unionistas) para marcarem a futura presença do Santuário, materializando o anseio pela sua construção e as que são “fruto” da Visita da Mãe Peregrina às famílias, das Missões Familiares e Juvenis e da Missão País.

No primeiro caso, há o exemplo da Ermida da Gafanha da Nazaré, erigida no ano de 1977, do Nicho de Lisboa de 31 de Maio de 1973, cuja Bênção foi dada pelo Pe. Jaime Ochagavia – chileno – recém-chegado a Lisboa. Nesta cerimónia a Família de Lisboa pedia a transformação desse lugar num local santo: “…Este é o lugar que encontrámos com a Tua ajuda para a construção em Portugal do nosso primeiro Santuário …Pedimos-Te que o tornes santo para todas as gerações vindouras…”, e da Ermida no terreno da Família Portuguesa do Pai, em Fátima, de 13 de Maio de 1978 e, onde a Mãe foi coroada Rainha da Unidade na Família Portuguesa do Pai em 20 de Junho de 2009. Esta Ermida simboliza, para além da Unidade na Família Portuguesa e da Unidade da Família Portuguesa em torno do Pai-Fundador, o paralelo íntimo entre Fátima e Portugal. A concepção da Ermida foi obra do Pe. António Maria Borges, ao tempo a trabalhar na Paróquia da Gafanha da Nazaré, ajudando o Pe. Miguel Lencastre que era o Prior. O Símbolo do Pai, em forma triangular, dá unidade aos outros elementos: a imagem da Mãe Três Vezes Admirável, o Santuário de Schoenstatt e o Santuário de Fátima. Têm ainda gravada a inscrição “em Fátima, Família do Pai”.

No segundo, e em agradecimento à Mãe e, como expressão de amor ao Santuário e à sua mensagem, as Ermidas já são tantas que tornam certas povoações em autênticos Santuários “a céu aberto”.

Assim, em 1990 surge na Paróquia de Nova Oeiras, em 2 de Dezembro, um Nicho construído por mãos juvenis onde, mais tarde, em 12 de Setembro de 2002, a Mãe é coroada Rainha Três Vezes Admirável da Paróquia de Santo António de Nova Oeiras, na presença do então Prior, Mons. Ferreira de Melo e de três sacerdotes de Schoenstatt, Pe. Miguel Lencastre, Pe. António Lobo e Pe. António Maria Borges.

Moita

Moita

Em Junho de 2012 a Mãe e Rainha de Schoenstatt é entronizada em 14 Ermidas na Paróquia da Moita. Estas Ermidas são fruto da Campanha da Mãe Peregrina levada, pela primeira vez em 2007, pelas mãos dos jovens de Aveiro nas suas já tradicionais Missões da Páscoa que foram repetindo ao longo dos anos. Em virtude da quantidade de Ermidas numa povoação de pequena dimensão caminhar pelas suas ruas e arredores é como estar dentro de um enorme Santuário de Schoenstatt cujo tecto é o Céu de Deus.

Em 1 de Dezembro de 2013 é abençoada a Ermida da Mater em Grada, Vila Nova de Monsarros numa cerimónia presidida pelo Bispo de Aveiro, D. António Francisco. A Ermida está localizada à beira de uma estrada, sendo portanto de fácil acesso e visibilidade.

Em 26 de Outubro de 2014 foi inaugurada a Ermida de Monsarros, em forma de Santuário, onde cabem 5 pessoas. Segundo o Pároco, Pe. Vitor Espadilha “A Ermida de Monsarros/Portugal – Paroquia de Vila Nova de Monsarros, Diocese de Aveiro – surge na sequência de uma caminhada que começou há onze anos, nesse lugar. Quatro mulheres descobriram o Santuário de Schoenstatt na Gafanha da Nazaré, situado a 37 Km dali, e levaram, então, Schoenstatt para suas vidas. O contágio foi rápido. Nesses anos já inaugurámos duas capelas dedicadas à MTA anexadas a duas Paróquias; dezenas de imagens da Mãe Peregrina circulam em quatro Paróquias da Diocese; foi inaugurada uma ermida em Grada/Portugal, durante a abertura do jubileu centenário da Aliança de Amor, em outubro de 2013, pelo Bispo Diocesano. E agora, para coroar o Jubileu, inauguramos esta Ermida com ar de Santuário”. Nesta Bênção estiveram presentes muitas pessoas, entre elas, membros do Instituto das Irmãs de Maria, membros da Família de Schoenstatt de Aveiro, a população em peso e o Presidente da Câmara que também é schoenstatteano.

Em 2011 duas jovens da Juventude Feminina de Lisboa foram, em missão, com uma Senhora do Instituto de Nossa Senhora de Schoenstatt (Assessora da Juventude Feminina) para a Guiné-Bissau (África), Paróquia de Bafatá, A partir daí, as Juventudes Feminina e Masculina do Santuário de Lisboa, têm ido regularmente, no mês de Julho, como enviados da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável. Embora a organização da Missão esteja a cargo da Juventude de Schoenstatt (Jufem de Lisboa) está aberta a outros jovens que a queiram integrar. A população ficou encantada com esta experiência de Missão “Porta-a-Porta” pois, tal como expressaram, as suas casas nunca tinham sido visitadas por missionários e, eram elas mesmas que pediam ao Bispo para serem visitadas. Até os muçulmanos aderiram a esta iniciativa, acompanhando com as suas orações próprias. Mas a Missão de Julho de 2014 teve um ponto alto. No dia 18 foi abençoada a Ermida dedicada à MTA, numa cerimónia presidida pelo Bispo da Diocese, D. Pedro Zilli. Foi uma alegria na Missão Católica de Bafatá. Mas, a MTA para além disto, tinha mais planos e despertou nos corações o anseio por serem missionários da Campanha da Mãe Peregrina e foi assim que se formaram 7 grupos com o encargo de levar a MTA “em saída” às famílias.

Estas são as Ermidas de que há notícia, em Portugal, cujas fotos já foram enviadas para Belmonte criando um vínculo de amor, responsabilidade e compromisso entre, a missão da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt em Terra de Santa Maria e, a missão de Belmonte para toda a Igreja, tendo como denominador comum e laço indestrutível, a obra de João Pozzobon, a Campanha da Mãe Peregrina.

Moita

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