Posted On 2014-10-02 In Vida em Aliança

Um dia de vínculos

ARGENTINA, Alicia Granieri. A peregrinação Arquidiocesana da Campanha da Mãe Peregrina ao Santuário da Mãe e Rainha do povo, realizada no dia 14 de setembro, distinguiu-se pelos vínculos demonstrados entre os peregrinos e missionários que chegaram de toda a Arquidiocese da Bahía Blana: vínculos com o Santuário com a Mãe do povo e entre a grande família de Paso Mayor; vínculos que foram realçados pelos que chegavam pela primeira vez e encontraram um ”lugar diferente”.

Num dia muito luminoso, foram chegando autocarros, automóveis e a peregrinação ao Santuário foi permanente. Os missionários deixavam a sua imagem peregrina junto ao Altar e colocavam na talha o seu capital de graças. A primeira missa às duas horas foi celebrada pelo Pe. Daniel Jany. A seguir almoçaram e partilharam um momento musical com o grupo folclórico “Para cobrar Altura”, onde se destacou a alegria e a dança.

Um lugar de encontro com o Pe. Kentenich

Celebrando o Jubileu, inaugurou-se numa antiga casa, um espaço de encontro e meditação com o Padre José Kentenich, recordando a sua visita no ano de 1952.

Ali pode-se ver, junto à imagem do Pai Fundador, o antigo quadro da Mãe Três Vezes Admirável, que foi encontrado no Seminário da Bahía Blanca e durante muitos anos presidiu o Santuário Lar de Casona da rua Lavalle, onde se reuniam os schoenstattianos na cidade. Também foi colocada uma grande fotografia, de 2×4 m do Santuário Original, o missal que a Juventude ofereceu ao Padre Kentenich naquele dia da sua visita e os paramentos que usou para celebrar as missas.

100 anos de Aliança de Amor

O Padre Adrián Martinez falou sobre a Aliança de Amor e na sua reflexão disse: “Estamos às portas de uma celebração maravilhosa. Nada mais nada menos do que cem anos!! E falamos de ALIANÇA, que é o gesto mais profundo e mobilizador. Às vezes cremos que o melhor é poder oferecer-nos aos outros, dar-lhes o nosso afeto, serviço, cuidados; ocuparmo-nos deles, para que se saibam e experimentem amados. “Olhamos” a nossa própria vida e história vendo quem e como nos amaram? Em tantas ocasiões asseguramos ter-nos entregado à nossa gente, ter-lhes dado o que necessitavam ou ainda mais. Engrandece-nos gastar por eles a própria vida; entregarmo-nos. E, contudo, não há amor maior do que necessitar do outro. Poder dizer-lhe com a palavra e a vida “conto contigo”.

A seguir disse qual o segredo do Santuário: “É o capital de graças, o ‘nada sem Ti, nada sem nós’. Cada um poderá fazer memória da sua Aliança de Amor. Quando descobriste que Ela “conta contigo”? Quando descobriste que necessita e aceita a tua contribuição? Quando te maravilhaste ao saber que Ela te associa à sua obra, aos seus sonhos, à sua missão? Quando te deste conta do grande respeito sagrado pelo qual Maria não faz NADA sem nós? Comove-me, muda o olhar que tenho de mim mesmo, mobiliza-me, desperta a minha criatividade e aviva toda a obra… Ela me “apachacha” (que significa ‘acaricia-me com a alma’). Com emoção e surpresa, continuemos a celebrar o primeiro centenário. Tantas vezes nos excluem; Ela não faz NADA sem nós… nada sem cada um de nós”.

Um terço meditado com parágrafos do Evangelii Gaudium

Depois rezou-se um terço, peregrinando à Ermida de João Pozzobon. Em cada Mistério do terço pediram-se intenções com palavras do nosso Papa Francisco na Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”.

As missionárias renovaram o seu compromisso missionário em Aliança com Maria. No Santuário selou a sua Aliança de Amor Brunilda, uma missionária e Laura e Oscar, um casal missionário que renovou a sua Aliança de 25 anos. Tiveram lugar muitas confissões e às 17 h, celebraram a eucaristia os Padres Juan D’Ámico e Adrián Martinez. O coro da Paróquia de Médanos animou com as suas canções.

Bonito testemunho…. “diretamente das mãos de João Pozzobon!”

Como sempre acontece no último momento, três pessoas que estavam inscritas para a peregrinação, não puderam assistir mas outra telefonou para ver se havia um lugar para uma amiga missionária de Buenos Aires, que estava nesses dias na zona e desejava ir. Nesse grupo enquanto viajavam ao Santuário de Paso Mayor, ocorreu algo inesperado, que permitiu partilhar um testemunho emocionante.

Comenta Maria Mutti, de Tornquist:

“Saímos às 10h30m e cerca das 12h no caminho de Frapal, no meio “do nada”, a carrinha que nos transportava disse “basta”. Ali estivemos sem sinal de telemóvel, subíamos a montes para nos podermos comunicar e no fim conseguimos. Outra carrinha viria buscar-nos.

Nesta espera de quase duas horas (a Mater sabia porquê) tentávamos discernir o que nos queria dizer a Mãe com este inconveniente. Conversando em pequenos grupos, ela conta algo que nem a amiga, nossa missionária, sabia. Chama-se Ana Ducos e tem uma casa no campo perto de Saavedra, por isso desde que se casou, viaja periodicamente a esta zona. Numa das suas estadias ali, teve um problema por ter ingerido água contaminada e perdeu o bébé com muitas complicações, pelo que a ideia de ser mãe estava afastada. Em Buenos Aires, alguém lhe perguntou se queria ser missionária, já que faltava uma num setor, ao que respondeu sim. Quando lhe iam entregar a imagem, por um problema de saúde, não pôde ir e teve que esperar a entrega seguinte, que seria dia 15 de junho de 1985 no Santuário de Florencio Varela. Nesse dia estava presente João Pozzobon e foi ele mesmo que lhe entregou pessoalmente a sua imagem. Ana disse que quando respondeu ao “Ela é a grande missionária”, “Ela fará milagres”, sentiu um arrepio em todo o corpo. Um mês e meio depois, confirmou que estava grávida e teve outra filha.

Ao princípio e como viajavam muito, tinham, ela e o seu marido, o seu “santuário-lar” no automóvel (ainda o têm). A seguir a este relato, Ana disse, “Nunca conto nada da minha vida privada… Não sei porque o fiz agora… creio que a Mãe sabe”. Que testemunho! Não deve haver muitas pessoas que tenham recebido das mãos do primeiro e grande missionário, a imagem da Mãe peregrina. Muita humildade nela… impressionou-me. Presente da Mater…”

“Senti muita paz e alegria”

Adela comentou na camioneta quando voltava para sua casa: “Senti muita paz e alegria, volto com muita vontade de contar tudo o que vivi e convidar os meus amigos para que venham cá.”

“O que aqui se sente não se compara com nenhum outro lugar de peregrinação” comentou o jovem Juan Cruz, que tinha ido acompanhar a sua mãe.

Lourdes é uma missionária que convidou muitos peregrinos da sua comunidade, que não conheciam o Santuário. “Voltaram todos cheios de ardor, chamova a atenção a maneira como se saudavam entre si, como partilhavam as conversas, a dança, com que devoção se rezava o terço no Santuário, a reflexão do Pe. Adrián sobre a Aliança, as confissões e as missas, tudo num clima familiar e de muita alegria.

Estes comentários repetiam-se entre os diversos grupos. Neste ano do centenário da Aliança, no Santuário da Mãe e Rainha do povo, destacaram-se OS VÍNCULOS. Para o Padre Kentenich, “A religião é vínculo, a religião é entrega.”

Como o nosso querido servo de Deus, João Pozzobon, dizemos-te: Mãe e Rainha, entrego o meu coração nas tuas santas mãos.

Querida Mãe e Rainha do povo, em Aliança, “Nada sem Ti, nada sem nós”

Querido Pe. José: Tua Aliança, nossa missão.

Original: Espanhol – Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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