PARAGUAI, diocese de Encarnación, Rodolfo e Julia Widmann •
Desde que conhecemos a Pastoral da Esperança em outubro de 2008, não diminuiu o desejo de que chegasse à diocese de Encarnación, até que em abril de 2009 tornou-se presente oficialmente. Foram cruciais o apoio do pároco da paróquia Imaculada Conceição, o Pe. Gilberto Penayo e de casais que deram o seu sim incondicional à grande missão que São João Paulo II indicou no Nº 84 da sua Encíclica (1981) Familiaris Consortio: “…Em união com o Sínodo, exorto vivamente os pastores e toda a comunidade dos fiéis para que ajudem os divorciados, procurando com solícita caridade que não se considerem separados da Igreja, podendo e mesmo devendo, enquanto batizados, participar na sua vida. Exortai-os a escutar a Palavra de Deus, a frequentar o sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para implorar deste modo, dia a dia, a graça de Deus…”
A alegria de ser filhos de Deus
Porque este desejo tão ardente? Porque a PE ofereceu-nos um espaço onde os nossos corações abrigaram novamente a calma de nos sentirmos amados por Cristo, o nosso ser inteiro regozijou-se na alegria de ser filhos de Deus e na segurança de que Ele nos oferece uma nova oportunidade, ainda na situação irregular em que vivemos. Foi isto que quisemos partilhar com todos aqueles irmãos numa situação similar SNU (Separados em Nova União) ou DVC (Divorciados que Voltaram a Casar), para que da mesma forma reencontrem essa felicidade que nós experimentámos.
Pudemos entender que a nossa união, numa situação paradoxal ao tentar uma nova vida, tinha uma carga adicional, e de alguma forma a nossa união levou-nos a conhecer a PE e sobretudo a conseguir aproximar mais irmãos que estão numa situação semelhante. A ideia de poder viver em união com Cristo ainda SENU ou DVC, de saborear a misericórdia de Deus e de ser acolhidos inteiramente por Maria, vivendo como membros da Igreja, sendo protagonistas da comunidade é uma grande “alegria”. Essa alegria da qual nos fala o Papa Francisco, que deve ser vivida porque se vive com Jesus.
Diz-nos explicitamente o Papa Francisco na Evangelii Gaudium que devemos gozar a doce alegria do amor de Deus, renovando o nosso encontro pessoal com Jesus. “…Não há razão para que alguém pense que este convite não é para si, porque «ninguém fica excluído da alegria oferecida pelo Senhor»…”
Frutos
Assim, depois destes seis anos, a nossa vida é a pastoral da esperança! Crescemos juntos, nós com a pastoral, a pastoral connosco. Começámos com três casais SENU e dois casais consagrados que aceitaram o apostolado e ser nossos coordenadores, hoje em dia a pastoral chega a toda a diocese como uma oportunidade para os casais separados em nova união. Como comunidade pertencemos ao primeiro grupo formado em dezembro de 2013, quando alguns casais e nós decidimos crescer juntos e fundar “Caminho, fé e alegria” e selámos a aliança de amor com a nossa Mãe e Rainha em 2015.
Como casal, fazer parte deste apostolado uniu-nos, fortaleceu-nos e deu-nos todas as ferramentas para viver plenamente; assim conseguimos escutar a Palavra de Deus com ouvidos abertos e disponíveis; frequentar, compreender e saborear a Sta. Missa; perseverar na oração pessoal e em casal; educar os filhos na fé cristã; cultivar o espírito de forma livre e cheio de amor; oferecer obras de penitência para implorar deste modo, dia a dia, a graça de Deus.
Fonte: Revista Tuparenda, junho de 2015
Original: espanhol. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal
