Posted On 2013-06-21 In Santuário Original

Há dias que se tornam históricos: 22 de maio de 2013.

Pe. Javier Arteaga. Há dias que se tornam históricos.  No 22 de maio, às 10 da manhã, um grupo de Sacerdotes de Schoenstatt estávamos reunidos em Sião, quando recebemos um e-mail com a extraordinária notícia de que os Pallottinos haviam doado o Santuário Original; nesse e-mail, indicava-se o link da página web dos Pallottinos na Alemanha.  Abrimos a página – e lá estava o artigo, que dizia: “A comunidade dos Pallottinos entrega ao Movimento de Schoenstatt, para o ano jubilar 2014, a capela de peregrinação em Vallendar-Schoenstatt.  Assim decidiu a Assembleia Provincial, órgão máximo com poder de decisão da comunidade, em sua sessão de 22 de maio de 2013, no provinciliado de Friedberg, Baviera.  Junto com a capela, doa-se também a praça de peregrinação anexa”. Imediatamente, começaram os telefonemas para confirmar a grande notícia.  Era verdade: o Santuário Original era nosso.

A notícia se espalhou pelo mundo inteiro como uma grande onda de alegria, despertando, na Família de Schoenstatt, imensa gratidão a Deus e à Santíssima Virgem.  Em muitos Santuários os sinos repicaram, anunciando a grande notícia, que muitos recebiam com lágrimas nos olhos.  O Santuário Original, finalmente, é nosso.  É um milagre.

É preciso conhecer a história

Contando um pouco da história: no ano de 1965, quando o Pai e Fundador regressou do exílio, estando ele em Roma e às instâncias da Santa Sé, aconteceram reuniões entre os Pallottinos (donos do Santuário Original) e o Movimento de Schoenstatt, a respeito do uso do Santuário.  Chegou-se ao compromisso de que D. Wissing, responsável por Schoenstatt, nomearia um sacerdote Pallottino como reitor do Santuário e um sacerdote de Schoenstatt como reitor do Movimento Popular e de Peregrinos, e que ambos deveriam entrar em acordo a respeito do uso do Santuário Original.

Porém, na tarde anterior à assinatura do acordo, o Padre Superior dos Pallottinos foi encontrar-se com o Pai e Fundador; estava muito preocupado porque se estava diante de uma difícil situação: considerava que, com o acordo, seria tirado dos Pallottinos o direito de designar o Reitor do Santuário, direito esse que lhes correspondia em virtude de suas constituições.  Ele considerava isso como uma intervenção forânea, que criaria um grave problema em sua comunidade.  O Pai e Fundador lhe respondeu que Schoenstatt não queria tirar nenhum direito dos Pallottinos; apenas queriam poder ter acesso livre ao Santuário; de modo que, se o Padre Superior se comprometesse a esse acesso, ele se comprometia a não deixar que o acordo fosse firmado.  O Padre Superior Pallottino ficou muito satisfeito com essas palavras do Pai e Fundador.

Padre Kentenich, então, conversou com D. Wissing e com D. Tennumberg, os representantes de Schoenstatt nas conversações com os Pallottinos;  expôs-lhes a situação e lhes pediu que não assinassem o acordo.  D. Tenhumberg falou ao Fundador que duvidava que esse compromisso com o Superior dos Pallottinos seria cumprido, a que Padre Kentenich respondeu: “Bem, eu assumo a responsabilidade”.  Não obstante o gesto generoso do Pai e Fundador, seguiram-se tempos de distanciamento e incompreensão.

Algum dia…

O Pai e Fundador contou a seus colaboradores que o motivo pelo qual havia agido daquela forma era que ele não queria que houvesse vencedores e vencidos na problemática em torno do Santuário Original, já que mais cedo ou mais tarde deveríamos trabalhar juntos.  Era conveniente que não ficassem feridas abertas, para permitir, no futuro, uma relação mais fraterna.  Segundo sua visão, no futuro poderia acontecer que, quando houvesse novas gerações de Pallottinos, que não tivessem participado dos conflitos com Schoenstatt, eles mesmos entregariam o Santuário Original, já que não significaria nada especial para sua vida e sua missão.  Isto é o que, depois de 48 anos, aconteceu no dia 22 de maio.

Nossas contribuições

Entretanto, falta esclarecer o que acontecerá com os caminhos de acesso ao Santuário, os locais para estacionamento, a sacristia e as formalidades de transferência da posse definitiva do Santuário Original.  Com certeza, vocês se perguntam: o que podemos fazer para colaborar?  É suficiente dizer ‘muito obrigado’ e rezar uma oração?  Como escrevi para vocês, na Carta da Aliança de fevereiro último, acredito que, hoje mais do que nunca, nossas ‘contribuições’ para termos a posse definitiva do Santuário Original devem ser:

1) Oferecer Capital de Graças: o Santuário Original será definitivamente nosso quando o ‘conquistarmos’ com nossas entregas solidárias de amor.

2) Esforçarmo-nos pela unidade fraterna da Família: o Santuário Original será nosso ‘lar comum’ se vivermos em Aliança de Amor entre nós.  Cresçamos na fraternidade e generosidade, deixando de lado ambições absurdas e jogos de poder, e busquemos a unidade, o diálogo sincero e o trabalho em comum.

3) Promover a Cultura da Aliança: seguindo o exemplo do Padre Kentenich e os primeiros missionários de Schoenstatt, ofereçamos a Aliança de Amor, estreitando vínculos, e construamos pontes entre os homens e dos homens com Deus.  Nesse Ano da Fé e da Missão, o Papa Francisco nos convoca para sermos uma Igreja aberta e peregrina: presenteemos a mensagem da Aliança de Amor com Maria e sejamos construtores da “cultura da Aliança”.

Queridos irmãos, estou convicto de que o Pai e Fundador hoje nos diria novamente as palavras de Goethe: “O que herdaste de teus antepassados, conquista-o para possui-lo”.

Tradução para o Português: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil


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