Posted On 2016-11-30 In Dilexit ecclesiam

Celebração do Encerramento do Ano da Misericórdia a nível nacional da Igreja do Burundi

BURUNDI, Révérien BANZIRIYUBUSA •

“Demos graças por este Ano da Misericórdia divina ajudando-nos, uns aos outros, a ser misericordiosos como o nosso Pai que está nos Céus!” É, em substância, o tema, sob o qual, milhares de fiéis, em redor dos Bispos do Burundi e do Núncio Apostólico, celebraram, oficialmente, e à escala nacional, o Encerramento do Ano Jubilar da Misericórdia e a Festividade de Cristo-Rei, no Domingo de 20 de Novembro de 2016, no Monte Sião Gikungu.

O Santuário Mariano estava mais ornamentado do que nunca, poder-se-ia dizer. No portal do jardim via-se, sobre o arco de triunfo, onde desfilava, continuamente, a frase de acolhimento aos peregrinos, uma bandeirola com o tema do dia. No interior, o pátio ladrilhado, impecavelmente limpo, acolhia, apenas, alguns veículos de personalidades importantes. As flores que enchiam os canteiros, estavam, espectacularmente, ordenadas, tal como os militares em parada, assim como as que, do interior, coroavam o Encerramento. Bandeirolas, fitas, flores e guirlandas no Altar faziam da igreja um verdadeiro palacio do Rei dos reis. Um camião de ataque aos incendios da policía de protecção civil estava no local para fornecer água e prestar algum eventual socorro. Na parte alta da Igreja da Trindade viam-se três tendas para abrigar os fiéis que rápidamente as abarrotaram.

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Uma peregrinação única

Desde muito cedo, os fiéis começaram a chegar. Vinham de diferentes partes do país. À medida que, o tempo ia passando o número de peregrinos ia crescendo. Havia os que vinham em família, outros em grupos, outros cantando cânticos de acção de graças. Entre eles, vinham os delegados das diversas Dioceses, de cada uma, uns vinte. Foi numa atmosfera de alegria que os peregrinos foram acolhidos, pois os cânticos de animação foram bem escolhidos.

Às nove horas começou o cântico de louvor. Numa igreja a abarrotar, cujo centro estava ocupado por um arco-íris de cores dos hábitos dos religiosos das diversas Congregações que, acorreram em massa à festa. Através das orações pôde-se concluir que este ano deixou muitos frutos na vida dos fiéis.

O comentário do Padre Désiré Nibizi foi, sobretudo, uma exortação a darmos graças a Deus pela Sua Misericórdia infinita. Ao darmos graças sejamos misericordiosos por nossa vez. Alternando, ensinamentos e invocação a Nossa Senhora, o Padre Désiré repetiu muitas vezes a divisa: misericordiosos como Pai (Lc 6,36). Precisamente, para insistir sobre a sua vontade em ver perpetuadas as obras de misericórdia, imitando, Deus Pai que nos amou tanto que nos enviou o Seu Filho.

Durante todos estes ritos os fiéis continuavam a viver o Sacramento da Reconciliação. Havia, pelo menos, 13 confessores.

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Celebração Eucarística

Às dez horas começou a Missa. Mais de 15.000 fiéis, aplaudindo, acompanharam a procissão de Entrada  quando esta partiu da Sacristia. Ela era composta por 105 Padres e um Diácono, dez Bispos, entre eles o Núncio Apostólico no Burundi. Vinham também 10 bandeiras, os tambores do Movimento Chiro, o Coral do Grande Seminário Santo Cura d’Ars de Bujumbura. Dois Coros animaram a Eucaristia: o de S. Martinho do Santuário Monte Sião e o Coral do Grande Seminário de Bujumbura. Na assembleia estavam altas individualidades: o Presidente da Assembleia Nacional, o Vice-Presidente do Senado, O Bispo Anglicano da Diocese de Bujumbura, representantes da Igreja Ortodoxa do Burundi…

No início da Missa o Coral de Itabu S. Bento de Bugwana da Diocese de Muyinga entoou o Hino da Misericórdia, pelo qual tinha recebido um prémio. A seguir, o Pe. Yves Irakoze deu as boas-vindas. „Em nome dos Padres de Schoenstatt, desejo as boas-vindas aos Bispos e a todos vós que viestes a esta celebração. Agradeço à Conferência Episcopal por ter escolhido o Santuário de Gikungu como local de celebração desta Festa importante, enquanto, Igreja do Burundi na sua totalidade. Sintam-se em casa, aqui, no Santuário da Rainha. Mãe de Cristo-Rei do Universo“, acrescentou.

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Discurso do Núncio: Ano da Misericórdia, ocasião para amadurecer, interiormente, em vários aspectos

Mons. Sauski Vocheri saudou todos os participantes presentes, assim como, os que acompanhavam à distância (doentes, prisioneiros…) via Rádio Maria Burundi e Rádio Televisão Nacional. Continuou, agradecendo, à Cecab pela sua solidariedade com o Bispo de Roma e, particularmente, aos Padres de Schoenstatt pelo acolhimento e por todo o apostolado ao qual se devotam na Igreja. Há um ano participei na Abertura deste Jubileu no Santuário de Mugera, disse ele, hoje, como representante do Papa, rejubilo por estar entre vós para o Encerramento, acrescentou…“Foi um ano que nos ajudou a amadurecer interiormente e a voltarmos os olhos para Jesus Misericordioso, com vista a tornarmo-nos misericordiosos como Deus Pai“

O ano que estamos a encerrar foi uma ocasião para, mais do que nunca, praticarmos as obras de Misericórdia. Ocasião que nos foi oferecida para nos renovarmos interiormente pelo Sacramento da Reconciliação e fazermos a experiência, em profusão, da Misericórdia Divina. Enquanto peregrinos nesta terra temos permanente necessidade de Misericórdia. Assim, devemos praticar as obras de misericórdia corporais e espirituais, disse o Núncio.

Para terminar, Mons. Sauski Vocheri desejou a todos que Cristo-Rei os guie, que vele por eles e que os ajude a viver a misericórdia ao longo das suas vidas e que a Sua luz de amor sem fim lhes traga a paz.

De novo no Altar, Mons. Evariste Ngoyagoye, Arcebispo de Bujumbura que, presidiu à Eucaristia, a todos convidou a reconhecerem e a confessarem as suas fraquezas. O Kyrie foi apresentado, sucessivamente, por uma religiosa, um político, uma família (marido, mulher e filhos), cada um pedindo perdão pelas suas fraquezas e erros frequentes segundo a sua categoria social.

Homilia: Que Cristo tenha manifestado a Sua Realeza na Cruz, isto não vos espanta?

A Homilia centrou-se na Festa de Cristo-Rei e nas Leituras do dia. Saudou os fiéis e lembrou que os Bispos do Burundi se uniam ao Papa Francisco no momento em que ele acabava de fechar a Porta da Misericórdia na Basílica de S. Pedro… Hoje, vimos dar graças. Recebemos, sem dúvida, muitas graças. O eco que nos chega das Paróquias é tranquilizador. Alguns, no entanto, reclamaram: “Agora que compreendemos, vocês fecham!!! “A Misericórdia de Deus não se fecha nunca! Continuar-se-á sob outra forma”, tranquilizou.

Esta Festividade de Cristo-Rei fecha o Ano Litúrgico. No próximo Domingo, 27 de Novembro, começaremos o Advento. Neste período a Igreja lembra-nos para onde vamos. Acabaremos no túmulo ou há outro destino? Claro, há outro destino. Sigamos estas Leituras, exortou Mons. Ngoyagoye.

Felicitou os membros dos diferentes Movimentos da Acção Católica que conservam Cristo como o seu Rei e que O servem com fervor. Encorajou, particularmente, os Membros do Movimento Chiro que, não têm outro Patrono a não ser Cristo, Rei do Universo, a seguirem em frente e a frutificarem tudo o que possa ajudar a crescer na fidelidade e na glorificação do nosso Rei. No final da Homilia, agradeceu, de novo, a todos os que participaram e responderam, em massa, a esta Festa e aos Padres de Schoenstatt pelo seu acolhimento e pelo seu apostolado. Prometeu que continuaremos a experimentar a Misericórdia de Deus através de outras formas, das quais a aceitação da cruz que, é um sinal adequado da misericórdia divina. No fim, convidou os fiéis a levantarem-se e a professarem a sua fé.

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Fonte: Mont Sión Gikungu

Original: francês. Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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