Posted On 2015-05-03 In Em Aliança solidária com Francisco

Os pobres são sujeitos da igreja e da sociedade, não objeto

Por Manuel Bru, sacerdote, jornalista, membro do Movimento dos Focolares •

Recentemente, o diretor do Instituto de Pastoral da Universidade Pontifícia de Salamanca e perito em Doutrina Social da Igreja, José Luis Segovia, explicou que “o Papa não disse nada novo, porque não há nada de novo no que dizem os Evangelhos, nem no melhor da tradição e da Doutrina Social da Igreja. Porém, existem sim contribuições originais, inovadoras”.

 

E as enumerou:

 

A primeira originalidade “é a de um Papa que pensa a partir do hemisfério sul. Isso supõe novas formas de olhar, de nomear e de agir. Além disso, não incorre em certa linguagem eclesiástica um tanto principesca ou burguesa”.

Em segundo lugar, “nos devolveu a essencialidade evangélica. A singularidade está na plasticidade e na coerência. As pessoas estão muito secularizadas, porém não são tolas”.

Em terceiro lugar, sua doutrina social esqueceu “os equilíbrios estratégicos”, próprios de uma linguagem muito diplomática e “com muitas frases subordinadas”. Por exemplo, disse que “essa economia mata”. E ponto, não matiza com exceções.

Uma quarta novidade é o retorno à metodologia dedutiva, que leva em conta o princípio da Encarnação: “Deus fala também no livro da natureza, no livro da vida, no livro da história e no livro dos pobres”.

Uma quinta novidade é a concretização: “as aterrisagens dos grandes princípios à realidade”. Está convencido de que “não podemos evitar ser concretos; o que queremos é ficarmos apenas em uns princípios gerais que ninguém discute”.

Em sexto lugar, “considera os pobres como sujeitos ativos”. Acredita no “princípio da horizontalidade”, na “amizade com os pobres, a cumplicidade com suas causas, com seu destino. Os pobres são sujeitos da Igreja e da sociedade, não objeto”.

A sétima novidade está nas fontes, nos acentos. “Bento era mais agostiniano; Francisco é mais aristotélico-tomista”. Além disso, “bebe, como já fazia na Argentina, da teologia do povo, que se distingue da teologia libertação, porque aposta em dinamismos culturais e históricos”.

Em oitavo lugar, é consciente de que a moral é um elemento modal. Vivemos em modas. Deu-nos por sétimo mandamento em um tempo; e em outro, o sexto. Busca a harmonia em todos os elementos da mensagem moral da Igreja.

Em nono lugar, “insiste na hierarquia de verdades, no princípio da gradualidade”, sobretudo no âmbito da assunção da doutrina moral.

E em décimo e último lugar, acredita o diretor do Instituto Pastoral da Universidade Pontifícia de Salamanca, que na Doutrina Social do Papa Francisco “não há nada novo; há, sim, uma oportunidade de fazer novas todas as coisas”.

Fonte: Aleteia.
Original em espanhol. Tradução para o Português: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil  

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