Posted On 2015-08-14 In Igreja - Francisco - movimentos

O Papa nos quer

PARAGUAI, P. Óscar Saldivar •

Após haver vivido os intensos dias da visita do Papa Francisco a Paraguai, creio que cada um de nós necessita decantar todo o vivido. Quantas emoções! Quantas experiências nós vivemos nestes dias! Foram dias de uma profunda alegria. Nossos corações transbordaram de “alegria do Evangelho” e de alegria de nos experimentar como Povo de Deus (cf. EG 268-273).

Encontros com o Papa

image001Na sexta-feira, 10 de julho, com um numeroso grupo da Juventude Masculina de Schoenstatt, esperamos o Papa Francisco na Avenida Mariscal López, na altura do cemitério La Recoleta. Com a JM, e unidos a muitos servidores, formamos parte do “cordão humano” que devia saudar o Papa e conter as pessoas que queriam vê-lo passar a bordo do papamóvel.

Expectantes esperamos a chegada do Papa a Paraguai. O júbilo explodiu ao longo das ruas e avenidas quando chegou a noticia de que seu avião havia tocado solo guarani. A espera se viveu com alegria e anseio. Pessoas de todas as idades estavam expectantes da passagem do papamóvel.

Finalmente quando o Papa Francisco passou rapidamente a bordo do papamóvel a alegria foi indescritível. A alegria de ver chegar o Papa, de tê-lo em nosso país, de tê-lo entre nós. Para mim, este primeiro encontro fugaz com o Papa foi intenso. Vi o Papa por segundos, mas sua imagem ficou gravada nos meus olhos e na minha mente. Vi um homem de rosto sorridente, vestido de branco, saudando e abençoando. Transmitia alegria, a alegria de Jesus Cristo, a alegria de estar entre nós.

Por segunda vez, pude vê-lo de longe, na Catedral Metropolitana de Asunción, quando no sábado 11 de julho se reuniu com os bispos, sacerdotes, consagrados e laicos de movimentos eclesiais para rezar os salmos das Vésperas. A atmosfera na Catedral era de grande alegria, o Vigário de Cristo estava no meio de nós!

Mas o momento mais intenso para mim foi o da Missa celebrada em Ñu Guazú no domingo 12 de julho. Impressionante a experiência de viver uma festa de fé, uma festa como Povo de Deus.

Desde a tarde de sábado muitas pessoas peregrinaram para o templo aberto de Ñu Guazú. Um templo com um teto de nuvens –por momentos ameaçadoras de chuva- e um imponente retábulo de milho, coco e abóboras. Um templo com pisos de barro, mas que os fiéis, cheios de fé e fortaleza, souberam transformar num lugar de esperança e oração.

As horas da noite e a madrugada –em vigília de preparação para a Eucaristia- passaram entre cantos, louvores, orações e o rezo do Santo Rosário a cargo da Campanha Juvenil da Mãe Peregrina. A alegria explodiu com a chegada do Papa Francisco e o canto do hino “Obrigado Santo Padre”.

Em sua homilia o Papa nos disse que “cristão é aquele que aprendeu a hospedar, que aprendeu a alojar”, e que “o caminho do cristão é simplesmente transformar o coração. O próprio coração e ajudar a transformar o dos outros”. Por isso, ele nos lembrou que “a Igreja é mãe, como Maria. Nela temos um modelo. Alojar, como María, que não dominou nem se apoderou da Palavra de Deus pelo contrário, hospedou-a, gerou-a e entregou-a.”

Ao final da Eucaristia e antes de rezar o Ângelus, o Papa Francisco nos emocionou ao nos dizer: “eu sei muito bem quanto se quer ao Papa em Paraguai. Também lhes levo em meu coração e rezo por vocês e seu país.”

Finalmente, pude vê-lo por última vez quando se dirigia ao aeroporto. A imagem que conservo deste momento é vê-lo de costas, afastando-se e saudando a tantos que saíam a seu encontro e que pareciam dizer-lhe: “fica conosco, já é tarde” (cf. Lc 24,29). Senti uma forte emoção e a nostalgia pela partida do Papa.

Mirou-nos com amor

image003Confesso-lhes que eu mesmo me surpreendi ao me descobrir tão emocionado pela presença do Papa Francisco entre nós. Não tive a oportunidade de saudá-lo pessoalmente, de dirigir-lhe uma palavra, de abraçá-lo ou de pedir sua benção. Entretanto senti sua presença e essa alegria e amor que irradia.

Mas principalmente pude experimentar nestes dias que o Papa Francisco nos quer; o Papa quer a Paraguai e aos paraguaios, nos quer seriamente, de verdade.

E penso que esta é a razão de tanta emoção, de tanto carinho. Experimentamos ser amados pelo Papa; valorizados, escolhidos; assim como o expressa seu lema pessoal: miserando atque eligendo. Olhando-nos com amor nos escolheu.

Sim, o Papa Francisco olhou com amor a Paraguai. Olhou com amor as crianças e indígenas que o receberam no aeroporto; olhou com amor aos milhares de jovens que aderiram sua rota através das cidades que visitou; olhou com amor aos enfermos e idosos; olhou com amor a María, Nossa Senhora dos milagres de Caacupé; olhou com amor a mulher paraguaia; olhou com amor aos consagrados; olhou com amor a sociedade e suas lutas; olhou com amor ao Povo de Deus que peregrina nesta terra guarani; olhou com amor aos jovens e suas inquietudes.

Sim, a todos e a cada um nos olhou com amor e nos escolheu. E ao fazê-lo nos transmitiu a misericórdia e a predileção de Deus. Sim, através de Francisco o Senhor Jesus olhou nossa pequenez e nos escolheu por nossa simplicidade. (cf. Lc 1,48).

E ao olhar-nos com amor nos ajudou a compreender que somos filhos de Deus, que somos valiosos como nação e Povo de Deus; que somos amados e que por isso podemos amar. ¡Obrigados Santo Padre por abençoar Paraguai!

2015-07-12 15.51.37

Original: Espanhol – Tradução: Lena Ortiz – Ciudad del Este, Paraguai

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