Posted On 2016-10-20 In Artigos de Opinião

Não fiquemos na redoma mas sujemos as mãos e saiamos

Pe. Guillermo Carmona, Director Nacional do Movimento de Schoenstatt na Argentina •

Queridos irmãos na Aliança

Todos os 18 de Outubro nos convidam a mergulharmos no mistério da Aliança para darmos graças e recordarmos as acções da Mater na história da nossa Família. Não seríamos o que somos se Ela não tivesse tocado o coração do Padre Kentenich e sugerido selar com Ela uma Aliança no Santuário. Esta memória activa dá-nos confiança e incendeia-nos o coração. A Aliança é como a sarça-ardente aos pés do Sinai que mudou a vida de Moisés. E, porque Deus estava ali, o Patriarca teve que se descalçar, visto que, pisava terra santa. Cada vez que visitamos um Santuário, fazemo-lo a uma terra santa: Deus, ali presente, quere oferecer-nos a prova do Seu amor através de Jesus e da nossa Mãe.

De um Schoenstatt organizado e estruturado a um Schoenstatt em saída

Neste ano de 2016, o dia da Aliança chega-nos com grandes desafios para fora e para dentro. Doem-nos os dados de que mais de 32% dos nossos compatriotas vive na pobreza. Não podemos passar por alto o facto de que um, em cada três argentinos, vive mal. O flagelo da droga e as suas consequências converteram-se num dos grandes inimigos da nossa sociedade. Em troca, há factos que nos alegram e elevam a alma; a canonização do cura Brochero, a Beatificação da Mama Antula e os processos de canonização que, segundo as estatísticas, são mais de 40 os apresentados à Conferência Episcopal Argentina. Poderíamos perguntarmo-nos: Não estará a surgir uma renovada corrente de santidade? Lembremos a proposta do Pai-Fundador na Acta de Fundação. “aceleração da nossa santidade e transformação da nossa capelinha num lugar de peregrinação e de graça”. Também, dentro da nossa Família de Schoenstatt são percetíveis sombras e luzes. As primeiras são muitas, mas mais ainda são os rebentos e os botões que despertam em novas primaveras. A Aliança expande-se na geografia argentina: erguem-se novas Ermidas e projectos para futuros Santuários, surgem novos compromissos religiosos e sociais. Uma grande quantidade de iniciativas vão nascendo e mudando o rosto de um “Schoenstatt organizado” e estruturado para um “Schoenstatt em saída”. Missões juvenis e familiares, acções para ajudar aqueles que precisam, Imagens Peregrinas que chegam às periferias, expressam esse “não ficarmos na redoma”, como avisava o Papa mas, sujarmos as mãos e sairmos.

A Aliança, uma resposta à problemática social

A Aliança quer ser a base e apoio destas iniciativas e também uma resposta profunda à problemática social. Ela oferece a experiência de lar e de ninho, para nós e para muitos. Todos têm o direito a contar com um oásis e um remanso. Mas, o ninho não é para lá ficarmos o tempo todo mas, para voarmos de lá, levando alívio aos irmãos. Como nas fortalezas medievais, encontramos lá repouso e cura mas também nos apetrechamos para sair e continuar a expandir o reino.

O que precisamos na Argentina de hoje é de uma rede que suporte todos. A rede é o oposto da fenda. Sem Ela estaríamos sós, no ar, em perigo de cairmos no vazio e de nos aleijarmos. Os nós da rede são os vínculos que se tecem em liberdade e amor. Os vínculos curam e redimem. Porque contamos com essa rede, podemos saltar como os trapezistas e, se for necessário, saltar procurando novos horizontes em vez de nos anquilosarmos. Schoenstatt é ninho e rede ao mesmo tempo.

 “Vão e incendeiem o mundo”

A Aliança é a nossa fogueira: o fogo ilumina e dá calor ajudando a ultrapassar a solidão, a orfandade, medos, cruzes, ausências. Como os israelitas no deserto, também nós contamos com a “Arca da Aliança”. Olhando para Maria, a nossa “Arca da Aliança”, a nossa peregrinação pela vida torna-se suportável: vemos o caminho e não tropeçamos tanto. Apesar dos nossos esquecimentos e desvarios, das nossas idolatrias e pecados, dos nossos egoísmos, ao olhar para a Arca curamo-nos e continuamos a arriscar. Precisamos, como povo, de um novo ardor, de uma nova esperança. Cada um recebe no Santuário a tocha com a qual pode acender noutros o fogo do amor: “Vão e incendeiem o mundo”.

Queridos irmãos, convido-vos a que, cada um ofereça hoje à Mater no seu Santuário-Coração, uma rosa que o simbolize. Nesse espaço sagrado, consagrado a Maria. Ela molda o Homem Novo. E, ainda que, por vezes nos doa e, muitas outras, tenhamos algum medo, hoje como ontem, digamos-Lhe sempre sim.

Original: espanhol. Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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