Posted On 2016-01-30 In Artigos de Opinião

Investimento: poupança ou legado?

Por Agustín Lombardi, Guarapuava, Brasil •

Muitas são as incógnitas do futuro incerto de nossos países, tanto no ambiente político como econômico. E é por isso que cada dia mais aumenta a preocupação das pessoas em relação ao futuro e ao sustento financeiro. Não precisa nem dizer que ter esta precaução e se planejar é um grande passo. Mas… Estamos preocupados da mesma maneira com a preparação e desenvolvimento do legado que iremos deixar?

Na correria do dia-a-dia na qual estamos inseridos, muitas vezes não nos permitimos parar e ver aquilo que realmente é essencial em nossas vidas (e não estou mencionando agora um fator isolado, mas sim várias questões, como espiritualidade, saúde e família). Estamos lutando constantemente para encontrar e manter o equilíbrio entre os vários aspectos que forma uma vida saudável e feliz, considerando a felicidade não como uma instância na qual devemos chegar, mas sim, como uma vivência de pequenos e grandes momentos de felicidade ao longo de nossas vidas.

Sob a ótica do sistema capitalista, o êxito está relacionado diretamente com aquilo que temos e não o que somos. E, entrando neste ritmo frenético do consumismo, muitas vezes acabamos esquecendo os fatores essenciais da vida. Neste contexto tão competitivo, somos obrigados a traçar rapidamente um plano de carreira e planejar os próximos passos para chegar a ser um profissional de sucesso. Muitas vezes nem sabemos o que exatamente isso significa, mas a velocidade e a inércia nos exigem uma resposta imediata.

Atualmente somos bombardeados com mensagens de obsolescência, seja de produtos ou de nossas próprias vidas. Antigamente uma carreira universitária nos permitia ascender no mercado de trabalho, hoje isso já não significa muito. Dentro do ambiente de trabalho dos recursos humanos observamos diariamente que estamos com nossos currículos cheios de conhecimento teórico, mas com pessoas sem pro atividade, dificuldade para lidar com situações cotidianas, baixa inteligência emocional, entre outras coisas. E é facilmente identificável que muitas dessas deficiências se dão por causa do excessivo esforço para desenvolver o aspecto técnico e não nas características pessoais.

Por isso é necessário parar, silenciar e escutar a Divina Providência em nossos corações. Fazer o ordinário extraordinariamente bem não quer dizer encher nossas vidas de novas obrigações, mas sim, colocar em ação nossos talentos, em busca de uma nova sociedade, formada por homens novos. Saber qual é nosso temperamento, com suas debilidades e fortalezas, já é um bom começo. Trabalhar diariamente com nossa autoeducação e buscar nosso ideal pessoal também nos permite preparar para o futuro, construído através das nossas escolhas de hoje.

O mundo precisa de pessoas que valorizem e busquem fomentar não só sua profissão, mas também sua vocação. Pais comprometidos com a educação de seus filhos; consagrados que cuidem e guiem seu rebanho; jovens que tenham consciência de suas decisões e atitudes, entre tantas vocações. Assim, além de estar preparados financeiramente para o futuro, estaremos preparados para deixar o legado de um mundo melhor.

Fica aqui meu convite para fazer a sua parte, essa conta pagamos entre todos!

Original: espanhol. Tradução : Isabel Schmid, Guarapuava, Brasil

 

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